Pranchada Infamante

Resistência ao Castigo Físico do Soldado Imperial na Guerra contra o Paraguai

02/06/2015
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Resumen: El artículo analiza la deserción y los crímenes de sangre de los soldados, así como la resistencia al castigo físico reglamentar y no reglamentar, en la guerra contra la República del Paraguay, a partir de las recomendaciones de la Cuarta Camera del Consejo de Estado al emperador sobre los pedidos de gracia en los años 1867-1871. Se propone la existencia de cultura de resistencia a la pena entre las tropas.

1 La guerra contra el Paraguay.; 2. La deserción. 3. Castigo y la resistencia física.

 

Abstract: The article discusses soldiers defections and blood offenses, as well as resistance to regulatory and nonregulatory physical punishments in the war against the Republic of Paraguay, from the Fourth Chamber of the Council of State recommendations to the Emperor for requests of grace in the years from 1867 to 1871. We propose the existence of a entrenched culture of resistance to corporal punishment among the troops.

1. War against Paraguay 2. Desertion 3. Physical punishment and resistance.

 

1. Deserção, crime, pena e castigo no exército imperial, no Paraguai (1865-70)

 

As memórias de oficiais pouco falam das condições de existência dos soldados imperiais que combateram no Uruguai, Corrientes e Paraguai, em 1864-70. São raríssimos os depoimentos de soldados provenientes de segmentos populares sobre os sucessos. Apesar dos avanços historiográficos recentes, ainda pouco sabemos de como eles viviam, o que pensam, como se sentiam, como eram tratados por seus superiores. (ALONSO, 2013: 16-35; DOURADO, 2010.)

 

Os papéis judiciários constituem valioso registro do comportamento e visões de mundo dos trabalhadores escravizados e livres; dos camponeses, caboclos e posseiros; dos soldados, marinheiros, etc. Ainda que em viés obliquo, essa documentação registra razões, expectativas, falares, etc. de protagonistas tradicionalmente silenciados. Mesmo produzidos pelos segmentos sociais dominantes, os papéis judiciários registram importantes aspectos das expectativas, dos falares, dos comportamentos, das visões de mundo, etc. dos trabalhadores escravizados e livres; dos camponeses, caboclos e posseiros; dos soldados, marinheiros, etc.

 

Em 1761, devido à guerra à Espanha e França, sob a indicação inglesa, a coroa portuguesa contratou Guilherme de Schaumburg-Lippe [1724-1777], então com 37 anos, para comandar as tropas lusitanas. Em 1763, o oficial alemão ditou regulamento para a infantaria, cavalaria e artilharia portuguesas. Os capítulos 23 e 26 comportavam os “Artigos de Guerra”. (SILVA, 2008: 33-34.) O código Lippe nasceu no contexto da enorme desorganização e indisciplina das tropas lusitanas do Ancien Régime, dominadas pelo abismo entre as classes ditas superiores e inferiores. Ele era sintético e duro para com praças de pré e sub-oficiais, lutando em guerras que não compreendiam e não lhes interessavam.

 

*Documento completo em PDF

 

- Mário Maestri, 66, é doutor em Ciências Históricas pela UCL, com Pós-doutorado (CNPq) na mesma instituição. É professor titular do Programa de Pós-Graduação em História da UPF, RS (mestrado e doutorado).

https://www.alainet.org/pt/articulo/170055
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