Fome – mais arados menos canhões
18/02/2013
- Opinión
Diariamente se assiste saltos espetaculares, dos avanços da ciência que deixa-nos assombrados e maravilhados. E isto é até benéfico e necessário para aprimorar o progresso humano. Sem ciência não há progresso, desenvolvimento e melhoria na qualidade de vida do ser humano.
Infelizmente estes avanços da ciência, em primeiro plano são imediatamente absorvidos politicamente, como arma de opressão, prepotência, barganha. Isto tudo é praticado longe de nossos olhos principalmente pelas máquinas de guerra. Até na medicina podemos ver estas apropriações pelos meios militares. Por este viés, a ciência está subordinada pela ideologia e não ao contrário.
É extasiante quando estes saltos nos permitirão no futuro não distante, tirar os pés do chão de nosso planeta para se aventurar a outros rincões do universo.
Segundo especialistas, particularmente no campo espacial, a terra, para ter condições de manter sua vida como nós a conhecemos, está situada numa faixa orbital estreita do sistema solar, que permite a existência da vida. Se a órbita for reduzida em 5% da atual, morreremos todos torrados. Se a órbita aumentar acima de 15% da atual morreremos todos congelados. Temos ainda um detalhe, conjetura-se que houve uma trombada cósmica a milhões de anos atrás, que tornou a órbita, com pequeno desvio (23graus) de seu plano original, permitindo termos períodos diferenciados de verão e inverno, para ambos os hemisférios. Isto quer dizer que o planeta pode ser ocupado pelo homem, com o uso de sua inteligência em toda sua extensão. Por este raciocínio, todos os planetas de nosso sistema solar serão estéreis, ao menos na forma de vida que conhecemos.
Se fizermos uma pesquisa de campo junto às pessoas comuns em todo o mundo de qualquer etnia, gênero, língua, religião, temos a absoluta convicção que todos diriam não quererem a guerra. Então por que se armar?
Agora vem nossa questão, se houvesse uma moratória de apenas um ano, - e isto passa ligeiro - onde os gastos desta pesquisa e armazenamento de armas, fosse destinada gratuitamente, para agricultura particularmente aos países que estão sofrendo o flagelo da fome, então sim teremos um planeta feliz e justo. Apenas num ano extinguiria a fome de 925 milhões de pessoas, quando custa apenas 25 dólares por dia para alimentar uma criança com todas as vitaminas necessárias para seu desenvolvimento. Isto significaria uma titica de 85 bilhões de dólares, perto dos trilhões que se gastam em pesquisa e armamentos. Sem fome, desapareceriam da lista os 10 maiores riscos para a saúde. Estas pessoas se integrariam a um mercado fabuloso da economia mundial, tirando atualmente do atoleiro a crise que está grassando o mundo.
Na contramão da história estamos com um pé nas plataformas de lançamento para viagens interplanetárias e ainda se morre de fome no nosso planeta. Quanta contradição.
Finalmente segundo técnicos da FAO a fome é o único problema visivelmente solucionável que o mundo enfrente nos dias atuais. Tudo é uma questão de boa vontade política.
Antropologicamente ainda não saímos do estágio da barbárie.
Sergio Sebold – Economista e Professor Independente
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