A revolução do silencio (II)
21/03/2011
- Opinión
O Mundo inteiro está na expectativa, sobre os acontecimentos e nos desdobramentos da revolução silenciosa (sem armas) dos países árabes. A relação de conhecimentos e contribuições desta civilização para nossa, chamada de ocidental é imensa, deste a escrita, matemática, filosofia, arquitetura etc.
A nossa chamada civilização ocidental, vem desde a idade média, em constante evolução social e mais particularmente a política. As diversas transformações européias, avanços e recuos de fronteiras até encontrar um equilíbrio de interesse, nesta região, foi penosa e dramática, em decorrência de suas individualidades culturais acumuladas ao longo de milênios. Povos apenas separados por um acidente geográfico, mantiveram suas culturas próprias que só foram e/ou foi tentado aglutinar-se pelo avanço do império romano. Nesta era do cristianismo, experimentou-se todo o tipo de regime político, desde sistemas feudais, reinos, monarquias, e até a teocracia da igreja católica. A última tentativa, que perdura até hoje, com registro histórico, foi a democracia conforme desenhado pelos intelectuais do iluminismo, particularmente os franceses antes da queda da Bastilha. O avanço que ocorreu, quando o poder era estamental, (por tradição de uma família dominante), se permitiu agora que toda a sociedade pudesse ser representada no poder. Esta mudança como todos sabem foi traumática, morreram milhares de pessoas pela intransigência dos detentores do poder monárquico. Mesmo assim, a dureza dos regimes conseqüentes, fez com que milhares de migrantes fossem para América, levando nas suas malas os ideais da democracia que se consolidou com a grande democracia americana. Este exemplo acabou contaminando todo o mundo ocidental que somente se consolidou, definitivamente após a Segunda Guerra Mundial. Este evento marca a consolidação deste novo regime definitivamente, sobre regimes ainda vigentes de ditaduras, monarquias e regimes fascistas que ainda resistiam ao tempo.
A experiência tem demonstrado que a democracia com todos seus defeitos, ainda é melhor que qualquer outro regime em vigência. Permite uma melhor distribuição das riquezas, e outras liberdades que todos nós já conhecemos, fato que não ocorre em paises totalitários, na maioria dos paises islâmicos. Diante de toda a prepotência destes regimes uma nova força invisível emergiu, tomou conta da sociedade destes países, através das redes sociais da internet. Neste contesto os cidadãos experimentaram, ou melhor, tiveram acesso ao conhecimento livre, que as nações democráticas já possuem, representado pela liberdade de opinião, de escolherem seus próprios destinos, liberdade de reuniões etc., direitos que para nós é fato consumado.
De uma maneira rápida, a história tem registrado, imposição de modelos políticos pela força quando de fora para dentro, e internamente através de confrontos entre classe sociais de forma sempre violenta. Mas os povos aprendem e adquirem experiências. A Índia deu o primeiro exemplo, como já citamos em comentário anterior, criou uma revolução sem violência, com base exclusivamente na ditadura de massa. Na década de 40, simplesmente cruzaram os braços numa desobediência civil, liderados por Mahtma Gandhi diante das forças imperialistas inglesas.
Recentemente, tivemos um outro tipo de manifestação, aqui pertinho de casa na Argentina, através do “panelaço” com resultados positivos.
Estamos agora defronte a novos tempos, uma nova revolução que nós entendemos do “silêncio”, sem armas e sem oposição política, mas através de uma nova liderança, mas invisível, representado pela fome, falta de trabalho, desemprego, falta de oportunidade, falta de liberdades individuais, de opinião etc.
Se os povos árabes souberem da eficácia do panelaço, logo, logo, todos os regimes cairiam e não haveria tanto sofrimento.
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Sergio Sebold – Economista e professor de pós-graduação na UNIASSELVI, Blumenau – SC
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