Em Guatemala, coordenação do Grito Mesoamericano
Grito, define estratégias de luta e calendário de ação
08/10/2005
- Opinión
Com o objetivo de fortalecer a articulação do Grito dos Excluídos/as na região da América Central, aconteceu entre os dias 6 e 8 de outubro de 2005, no marco do IV Congresso da CLOC – Confederação Latino-Americana de Organizações Camponesas, em Guatemala, a 3ª reunião da coordenação centro-americana do Grito dos Excluídos. Estiveram representados El Salvador, Guatemala, Costa Rica, Panamá, Honduras, Nicarágua. Também incorporaram a delegação, representantes do México, Argentina e Peru.
Foram momentos de intensa reflexão e debate, onde os participantes puderam fazer um balanço dos aspectos organizativos e programático do Grito, partindo da especificidade das lutas desenvolvidas em cada um dos países.
Cada país fez uma breve exposição da realidade de suas lutas e formas de resistência e organização, ou seja, dos gritos de seus países.
O fenômeno migratório, a má qualidade de vida da população, o desemprego, o alto custo das dívidas externa e pública, bem como a ofensiva americana em impor aos países os TLCs – Tratados de Livre Comércio, foram os principais gritos apontados em cada um dos países da América Central. Destacando a delegação Mexicana que fez um levantamento sobre as conseqüências catastróficas que trouxeram a população, o acordo de livre comércio estabelecido entre o México e EUA. Também a delegação panamenha que relatou a luta do povo contra a ampliação do canal do Panamá. A obra, além de explusar milhares de pessoas que vivem nas proximidades das represas, ameaça destruir permanente as terras produtivas e a biodiversidade.
Diante dos problemas comuns apresentados pelos países, foram assumidos acordos e construído uma agenda comum de ações de luta e resistência, visando fortalecer uma articulação permanente, eficiente e participativa do grito na região mesoamericana.
Entre os principais acordos, ficou estabelecida a realização de dois encontros anuais da coordenação nacional do Grito de cada país e uma reunião regional a cada ano. O próximo encontro regional ficou indicado para agosto de 2006, na cidade de Intibuca, Honduras.
Também estabeleceu-se, de forma co-gestionada entre cada país e a coordenação do Grito, a realização de seminários de formação para preparar articuladores nacionais do Grito.
O protagonismo dos excluídos/as, a mística, a criatividade, a ousadia e o valor do exemplo, foram aspectos ressaltados como fundamentais para desenvolver e ampliar a campanha do Grito em cada país.
Na agenda comum definida, o Grito assumiu animar, apoiar e incorporar as campanhas contra os TLCs de cada país. Também participar do VI Foro Mesoamericano, a ser realizado nos dias 12 a 14 de dezembro, em São José da Costa Rica; o II Fórum Social das Américas, de 24 a 28 de janeiro de 2006, em Caracas, Venezuela; de 17 a 21 de abril de 2006, o Congresso do MST e a reunião da Minga Informativa, no Brasil; a reunião da coordenação continental do Grito dos Excluídos/as, de 4 a 9 de setembro de 2006, em São Paulo, Brasil e as jornadas do Grito dos Excluídos Continental, a ser realizado nos países em outubro de 2006.
Na mística de encerramento da reunião, todos puderam manifestar a sua garra, disposição e compromisso em continuar a caminhada de luta por um novo modelo de sociedade que seja justa, solidária, fraterna e sem exclusões.
Guatemala, 9 de outubro de 2005.
- Luciane Udovic e Luiz Bassegio, da secretaria Continental do Grito dos Excluídos.
https://www.alainet.org/pt/articulo/113172
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