Democracia e capitalismo andam juntos no Brasil

12/08/2013
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É mentira que o povo brasileiro está contente com o governo da Presidenta Dilma Vana Roussef. A onda de manifestações recente no País, em várias cidades, reuniu milhões nas ruas e provou que a administração petista não correspondeu às expectativas sociais.[1] Além do mais, não foi feita, nos últimos anos, nenhuma mudança estrutural no Brasil. Nem o Lula escapa de sérias críticas feitas por de ex-aliados.[2]
 
O Estado nacional dispõe de muitos recursos para transformar o território em uma realidade melhor à população. Mas os acordos políticos sujos e escusos não permitem o desenvolvimento. A iniciativa privada financia as campanhas eleitorais e depois administra (para os interesses exclusivos dela) juntamente com o governo eleito. Tanto a especulação financeira interna quanto o envio de dinheiro aos “paraísos fiscais” continuam fortes no Brasil, sem que nada aconteça para acabar definitivamente com tal situação.[3]
 
A História do Brasil revela que não há contradição alguma entre a Democracia e o Capitalismo no Brasil: há séculos ambos são aliados. Até o país mais capitalista do mundo, os Estados Unidos, vivem e defendem a democracia.[4] Logo, o governo brasileiro pode perfeitamente realizar investimentos em setores prioritários como a Educação e a Saúde, mas desde os partidos não usem o dinheiro da iniciativa privada para chegar ao poder político.
 
A saída à sociedade brasileira não virá de uma reforma tributária proposta e aprovada por um Congresso Nacional cheio de bandidos. Sem demonstrar qualquer vontade de romper a aliança com os altos setores empresariais, o governo de Dilma Roussef favorece a multiplicação do lucro capitalista.[5] Nesse sentido, lideranças indígenas são mortas, crianças e adultos passam fome, reforma agrária vira promessa não cumprida, etc.[6]
 
O Estado sozinho não será capaz de superar a realidade caótica existente no Brasil, um país profundamente marcado pelas desigualdades sociais. Porque os governantes e os investidores das campanhas eleitorais são (ou pelo menos acreditam que sejam) diretamente beneficiados pelo caos social. Uma reforma tributária profunda e socialmente justa vem (com ampla pressão social) do Congresso Nacional profundamente e socialmente justo, o que não é a realidade atual no País. Não são poucos os parlamentares acusados da prática de vários crimes, por exemplo.
 
Qual estrutura tributária não é extremamente injusta se quem faz as leis é apenas uma minoria insignificativa da sociedade? As grandes empresas pagam poucos impostos e, muitas vezes, nem os pagam (enquanto o povo é massacrado pela carga tributária). Inclusive ganham incentivos fiscais das próprias administrações do partido político de Dilma Roussef e de Lula, e de outros mais. A imprensa brasileira, salvo raríssimas exceções, serve também aos fins privados.
 
Quando se fala em reforma tributária, cada segmento social tem uma opinião. Assim como os empresários querem pagar menos impostos, os políticos eleitos não querem reduzir os benefícios injustos que possuem. Exemplo disso é o número brutal de assessores, escolhidos nem sempre pela qualificação técnica e profissional, mas geralmente por causa da opção política.
 
Portanto, o Brasil não precisa de uma falsa reforma tributária. Nem mesmo de uma nova Assembleia Constituinte, enquanto o País não passar por uma profunda e justa mudança de toda a legislação eleitoral, consequência de outras inúmeras reformas estruturais. Por outro lado, cabe cada vez mais criar e fortalecer os movimentos sociais, internacionalizando-os, para que pressionem (e não façam acordos contra o povo) a classe política mesquinha e corrupta.
 
Referências:
 
 
https://www.alainet.org/pt/active/66417
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