Para prêmio Nobel, postura das mulheres é chave para a democracia

16/01/2004
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A iraniana Shireen Ebadi afirma que a cultura patriarcal é "como a hemofilia, transmitida para as próximas gerações pelas mulheres" Mumbai, 16 de janeiro, 18h30 (11h de Brasília) - A iraniana Shireen Ebadi, prêmio Nobel da Paz de 2003, em uma coletiva de imprensa com os conferencistas da abertura do Fórum Social Mundial, destacou a necessidade de universalização dos Direitos Humanos e de se buscar a igualdade entre todos. "Estamos aqui para anunciar o compromisso com a dignidade humana. Para falar que a pobreza absoluta, a fome e as guerras acabam com a dignidade e com o futuro das pessoas", sustenta. Numa dura crítica à cultura muçulmana existente na maioria dos países do Oriente Médio e norte da África, ela afirmou que o sistema precisa mudar para poder haver democracia. "A cultura patriarcal é como a hemofilia. É transmitida para as próximas gerações pelas mulheres. E é por elas que podemos mudar esta realidade", crê. Mundo muçulmano Uma característica interessante da abertura é a presença de três representantes do mundo muçulmano - um iraquiano (Amir Al Rekaby), de uma iraniana (Shireen Ebadi) e de um palestino (Mustafa Bargont). Rebaky, com dificuldades para falar em inglês, pediu apoio na luta pela reconstrução do Iraque e pelo fim da ocupação norte- americana, enquanto o líder palestino Mustafa Bargont ressaltou a importância da luta contra o que chama de apartheid social na Palestina. Segundo Bargont, centenas de postos de fiscalização controlam a circulação de pessoas na região da Cisjordânia, impedindo médicos e enfermeiras assim como mulheres em trabalho de parto de chegar aos hospitais, tornando ainda mais cruel a face do conflito na região. "Muros estão sendo construídos formando algo muito pior do que o que havia em Berlim. Estão criando cidades-presídio, verdadeiros guetos", denuncia. * Anselmo Massad. Enviado da Revista Fórum à Índia
https://www.alainet.org/pt/articulo/109115
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