Aquecimento global cabe em dois ônibus
23/11/2013
- Opinión
O relatório do Climate Accountability Institute, do Colorado, Estados Unidos, aponta que 90 companhias são responsáveis por dois terços (63%) das emissões de gás-carbônico e metano provocadas pelo homem, principais responsáveis pelo aumento dramático do aquecimento global nos últimos vinte e cinco anos.
São companhias privadas (50), indústrias operadas por estados nacionais (9) ou de propriedade destes (31), cujas operações se distribuem por 43 países. Delas, sete são produtoras de cimento. As outras trabalham com petróleo, gás ou carvão. 30% das emissões são de responsabilidade de 20 companhias.
A campeã da lista é a Chevron Texaco, responsável por 3,52% das emissões globais. A Exxon vem logo a seguir, com 3,22%. A terceira é a Saudi Aramco, da Arábia Saudita, 3,17%. Outras campeãs: BP britânica, 2,47%; a Gazprom russa, 2,22%; a Shell holandesa, 2,12%; a National Iran, do Irã, 2,01%. A Petrobrás também está lá, com modestos 0,41%, mas está, colocada em 16º. Lugar entre as estatais do mundo.. O país que contribui mais, individualmente, para esta corrida auto-destrutiva é a China: 8,56%. A extinta União Soviética contribuía com 8,94%, mas ela não existe mais. Dentre os grandes emissores estão também países como México, Polônia e Venezuela.
Um dos autores do relatório, Richard Heede, do Instituto da Contabilidade Climática, declarou ao Guardian que há milhares de seres humanos envolvidos na produção destas companhias. Mas que se descermos ao nível dos responsáveis pelas grandes linhas das decisões [ou indecisões] a respeito, desde os grandes executivos aos ministros de governo envolvidos, “a sua quantidade daria para encher um ou dois ônibus da Greyhound” (a cia. de transporte interestadual rodoviário nos EUA).
O relatório pode apontar uma possibilidade de desbloqueio de alguns dos impasses que atravancam continuamente a discussão internacional desta pauta, como está acontecendo, mais uma vez, no encontro da ONU que se desenrolou (ou se enrolou) nesta semana em Varsóvia, na Polônia. Ao pontuar de modo mais preciso as responsabilidades, o relatório pode indentificar de modo mais visível os pontos fracos – ou fortes – para onde as pressões pela diminuição das emissões devem convergir.
Também pode precisar melhor aquelas que devem ser as fontes do financiamento desta diminuição, seja através da responsabilização direta ou da indireta, através, por exemplo, da cobrança de impostos. Uma das razões alegadas pelos países mais desenvolvidos e industrializados do mundo para negacearem diante da proposta de que contribuam mais para a diminuição, seja remanejando suas emissões, seja financiando países em desenvolvimento para que diminuam as suas, é a da crise financeira em que se encontram, que não possibilitaria o aumento de seus encargos públicos.
O mapa interativo do relatório pode ser conferido neste endereço.
Entrretanto, aponta o relatório, é possível avançar na nomeação dos responsáveis diretos, e portanto, de onde devem partir os recursos.
São companhias privadas (50), indústrias operadas por estados nacionais (9) ou de propriedade destes (31), cujas operações se distribuem por 43 países. Delas, sete são produtoras de cimento. As outras trabalham com petróleo, gás ou carvão. 30% das emissões são de responsabilidade de 20 companhias.
A campeã da lista é a Chevron Texaco, responsável por 3,52% das emissões globais. A Exxon vem logo a seguir, com 3,22%. A terceira é a Saudi Aramco, da Arábia Saudita, 3,17%. Outras campeãs: BP britânica, 2,47%; a Gazprom russa, 2,22%; a Shell holandesa, 2,12%; a National Iran, do Irã, 2,01%. A Petrobrás também está lá, com modestos 0,41%, mas está, colocada em 16º. Lugar entre as estatais do mundo.. O país que contribui mais, individualmente, para esta corrida auto-destrutiva é a China: 8,56%. A extinta União Soviética contribuía com 8,94%, mas ela não existe mais. Dentre os grandes emissores estão também países como México, Polônia e Venezuela.
Um dos autores do relatório, Richard Heede, do Instituto da Contabilidade Climática, declarou ao Guardian que há milhares de seres humanos envolvidos na produção destas companhias. Mas que se descermos ao nível dos responsáveis pelas grandes linhas das decisões [ou indecisões] a respeito, desde os grandes executivos aos ministros de governo envolvidos, “a sua quantidade daria para encher um ou dois ônibus da Greyhound” (a cia. de transporte interestadual rodoviário nos EUA).
O relatório pode apontar uma possibilidade de desbloqueio de alguns dos impasses que atravancam continuamente a discussão internacional desta pauta, como está acontecendo, mais uma vez, no encontro da ONU que se desenrolou (ou se enrolou) nesta semana em Varsóvia, na Polônia. Ao pontuar de modo mais preciso as responsabilidades, o relatório pode indentificar de modo mais visível os pontos fracos – ou fortes – para onde as pressões pela diminuição das emissões devem convergir.
Também pode precisar melhor aquelas que devem ser as fontes do financiamento desta diminuição, seja através da responsabilização direta ou da indireta, através, por exemplo, da cobrança de impostos. Uma das razões alegadas pelos países mais desenvolvidos e industrializados do mundo para negacearem diante da proposta de que contribuam mais para a diminuição, seja remanejando suas emissões, seja financiando países em desenvolvimento para que diminuam as suas, é a da crise financeira em que se encontram, que não possibilitaria o aumento de seus encargos públicos.
O mapa interativo do relatório pode ser conferido neste endereço.
Entrretanto, aponta o relatório, é possível avançar na nomeação dos responsáveis diretos, e portanto, de onde devem partir os recursos.
23/11/2013
https://www.alainet.org/pt/articulo/81163
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