Presidente do México propõe a criação de um organismo para substituir OEA
"Já é momento de uma nova convivência entre todos os países da América, porque o modelo imposto há mais de dois séculos está esgotado”, defendeu López Obrador.
- Opinión
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador (AMLO), propôs a criação de um novo organismo que unifique os países da região e substitua a Organização dos Estados Americanos (OEA). "Não devemos descartar a substituição da OEA por um organismo verdadeiramente autônomo, que não seja lacaio de ninguém, mas um mediador de conflitos em matéria de direitos humanos e democracia", afirmou durante a 21ª reunião de Ministros de Relações Exteriores da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), realizada na Cidade do México, no último sábado (24). A proposta foi apoiada pelo presidente boliviano, Luis Arce.
Além de debater novos tratados comerciais e mecanismos de integração regional, o evento também buscava celebrar os 238 anos do Libertador Simón Bolívar. Ao todo 31 países participaram da reunião, enviando chanceleres, vice-ministros ou representantes especiais.
"Precisamos de uma resposta muito mais unificada da nossa região em um momento difícil como o que estamos enfrentando", defendeu a secretária executiva da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), Alícia Bárcena. Uma das decisões do encontro é aumentar o intercâmbio entre as nações para que sejam produzidas vacinas e medicamentos de maneira coordenada, com uma distribuição equitativa.
"Queremos construir uma estratégia para sermos autossuficientes em situações críticas, como a pandemia, criar um fundo para atender desastres naturais. O que podemos ver nessa reunião é o desejo dos nossos países de buscar caminhos de união", declarou o chanceler boliviano Rogélio Mayta.
Cuba e Venezuela são os dois países do continente que deixaram de participar da OEA pela posição hostil do organismo em relação ao sistema socialista cubano e à revolução bolivariana.
Recentemente, o secretário geral da OEA, Luis Almagro, foi apontado como um dos apoiadores no golpe de Estado na Bolívia, em novembro de 2019, assim como promoveu sanções econômicas contra os venezuelanos.
Na última reunião da Celac, AMLO defendeu resgatar o bolivarianismo no continente americano e criar novas alianças.
"Já é momento de uma nova convivência entre todos os países da América, porque o modelo imposto há mais de dois séculos está esgotado, não tem futuro, nem saída e já não beneficia ninguém", defendeu López Obrador.
O presidente mexicano ainda afirmou que atualmente estão dadas as condições para que o propósito de respeito mútuo e unidade seja alcançado.
Edição: Rebeca Cavalcante
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