A questão agrária na segunda fase neoliberal no Brasil
- Análisis
Bernardo Mançano Fernandes – UNESP
Estevan Leopoldo de Freitas Coca - UEL
Janaina Francisca de Souza Campos Vinha - UFTM
João Cleps Júnior - UFU José Carlos Dantas – UFPB
José Sobreiro Filho – UFPA
INTRODUÇÃO
Este artigo é uma análise do Relatório DATALUTA Brasil 2016, apresentado na Décima Reunião Anual da REDE DATALUTA, nos dias 5 a 9 de dezembro, no Departamento de Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP, campus de Presidente Prudente. Este relatório contém dados das últimas três décadas e o último ano de sistematização é 2015. Em 2017, a equipe de pesquisadores sistematizará os dados de 2016.
A REDE DATALUTA é composta por onze grupos de pesquisa, com mais de sessenta pesquisadores de todas as regiões do País, formando um coletivo de pensamento que se dedica aos estudos da geografia agrária, levantando e sistematizando dados cotidianamente para que possamos acompanhar as mudanças da conjuntura da questão agrária.
Em 2016 aconteceu o golpe que destituiu o governo da presidente Dilma Rousseff, inaugurando a segunda fase neoliberal no Brasil. Este golpe mudou a conjuntura da questão agrária pelas medidas adotadas pelo governo golpista de Michel Temer que apresentamos no contexto das diferenças e semelhanças das políticas agrárias dos governos neoliberais e pós-neoliberais. Ambos têm privilegiado as politicas voltadas ao binômio latifúndio – agronegócio e provendo minimamente as reivindicações do campesinato. Neste contexto, há uma diferença significativa dos governos pós-neoliberais com relação às políticas públicas voltadas ao campesinato. Com o golpe iniciou uma nova fase de vantagens ao agronegócio em detrimento do campesinato.
Nesta análise da mudança da conjuntura da questão agrária na segunda fase neoliberal no Brasil utilizamos os dados sistematizados das seis categorias do relatório DATALUTA 2016, a saber: ocupações, movimentos socioterritoriais, manifestações, assentamentos, estrutura fundiária e estrangeirização da terra.
Discutimos as mudanças em cada uma dessas categorias durante os governos neoliberais e pós-neoliberal comparando as ações dos movimentos socioterritoriais e dos governos e concluímos com uma análise das políticas públicas.
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