Que morra de sede o capital especulativo
07/05/2012
- Opinión
Originalmente o capital financeiro era um apoio do capital produtivo. Os agricultores tomavam dinheiro emprestado para a colheita, depois devolviam uma parte dos seus ganhos para os emprestadores.
O neoliberalismo teve como sua bandeira central a desregulamentação, a partir do diagnóstico de que a economia tinha deixado de crescer porque haveria excessiva quantidade de normas, que dificultariam os investimentos. Por isso o programa neoliberal pode ser resumido em: desregulamentação, liberalização, para a livre circulação dos capitais. Supostamente os capitais investiriam mais e todos terminariam ganhando, com mais produção, mais emprego, etc.
Não foi o que aconteceu. Porque o capital não é feito para produzir, mas para acumular riqueza. A desregulamentação promoveu uma gigantesca transferência de capitais do setor produtivo ao setor especulativo, onde os capitais ganham muito mais, pagando menos impostos e com liquidez quase total. Esse fenômeno se deu em escala mundial, a ponto de que atualmente mais de 90% dos intercâmbios econômicos não são de produção de bens, mas de compra e venda de papeis, de especulação, que não produz nem bens, nem empregos.
O neoliberalismo promoveu assim a hegemonia do capital financeiro, sob sua forma especulativa. Não a de financiar investimentos produtivos ou pesquisas ou consumo, mas de viver e lucrar da venda e compra de papeis, em detrimento da produção e da geração de empregos.
O poder do capital financeiro, diante de Estados fragilizados pelas aberturas econômicas dos mercados internos, pela financeirizacao das economias, pela desregulamentação econômica, faz com que ele seja o agente fundamental das crises econômicas, que são detonadas como crises financeiras.
Em 2008, a crise atual começou como crise dos bancos. Estes foram salvos pelos Estados. Mas, ao invés de salvarem os países, eles se salvaram a si mesmos. No novo ciclo da mesma crise, iniciado em 2011, os bancos foram agentes da crise e desta vez quebram Estados.
No Brasil, a taxa de juros mais alta do mundo é um obstáculo fundamental para dar continuidade ao ciclo de expansão econômica, com as políticas sociais intrinsecamente vinculadas a ela. Ela atrai o capital especulativo internacional e nacional, com todas as consequências desestabilizadoras sobre nossa economia.
O governo brasileiro está comprometido com que os juros no Brasil cheguem ao nível internacional, deixando de atrair o pior capital para cá. Mas isso não basta, é preciso taxar de forma mais forte a circulação do capital financeiro.
Esse é um enfrentamento antineoliberal central: quebrar a hegemonia do capital especulativo no Brasil. Fazer com que o capital especulativo morra de sede.
O neoliberalismo teve como sua bandeira central a desregulamentação, a partir do diagnóstico de que a economia tinha deixado de crescer porque haveria excessiva quantidade de normas, que dificultariam os investimentos. Por isso o programa neoliberal pode ser resumido em: desregulamentação, liberalização, para a livre circulação dos capitais. Supostamente os capitais investiriam mais e todos terminariam ganhando, com mais produção, mais emprego, etc.
Não foi o que aconteceu. Porque o capital não é feito para produzir, mas para acumular riqueza. A desregulamentação promoveu uma gigantesca transferência de capitais do setor produtivo ao setor especulativo, onde os capitais ganham muito mais, pagando menos impostos e com liquidez quase total. Esse fenômeno se deu em escala mundial, a ponto de que atualmente mais de 90% dos intercâmbios econômicos não são de produção de bens, mas de compra e venda de papeis, de especulação, que não produz nem bens, nem empregos.
O neoliberalismo promoveu assim a hegemonia do capital financeiro, sob sua forma especulativa. Não a de financiar investimentos produtivos ou pesquisas ou consumo, mas de viver e lucrar da venda e compra de papeis, em detrimento da produção e da geração de empregos.
O poder do capital financeiro, diante de Estados fragilizados pelas aberturas econômicas dos mercados internos, pela financeirizacao das economias, pela desregulamentação econômica, faz com que ele seja o agente fundamental das crises econômicas, que são detonadas como crises financeiras.
Em 2008, a crise atual começou como crise dos bancos. Estes foram salvos pelos Estados. Mas, ao invés de salvarem os países, eles se salvaram a si mesmos. No novo ciclo da mesma crise, iniciado em 2011, os bancos foram agentes da crise e desta vez quebram Estados.
No Brasil, a taxa de juros mais alta do mundo é um obstáculo fundamental para dar continuidade ao ciclo de expansão econômica, com as políticas sociais intrinsecamente vinculadas a ela. Ela atrai o capital especulativo internacional e nacional, com todas as consequências desestabilizadoras sobre nossa economia.
O governo brasileiro está comprometido com que os juros no Brasil cheguem ao nível internacional, deixando de atrair o pior capital para cá. Mas isso não basta, é preciso taxar de forma mais forte a circulação do capital financeiro.
Esse é um enfrentamento antineoliberal central: quebrar a hegemonia do capital especulativo no Brasil. Fazer com que o capital especulativo morra de sede.
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