“Nuestras Voces, Nuestros Derechos – Por un Mundo Sin Muros”
III Fórum Social Mundial das Migrações
08/09/2008
- Opinión
Inspirado no lema acima e na Carta de Princípio do Fórum Social Mundial, que reúne entidades e movimentos que se alinham na luta contra o neoliberalismo e se empenha na construção de uma sociedade planetária orientada a uma relação fecunda entre os seres humanos com a terra, tem inicio neste 11 de setembro, o III Fórum Social Mundial das Migrações, em Rivas-Vaciamadrid, Espanha,
O tema das migrações levanta um debate cada vez mais acirrado, seja pelo volume de migrantes que não pára de aumentar, seja pelo montante de remessas que os imigrantes enviam a seus países de origem e seja pelo seu aspecto contraditório, pois em muitas países os migrantes são necessários mas indesejados. Nas últimas décadas, mais de 30 milhões de pessoas emigraram dentro e fora da América Latina e do Caribe, sendo que para países como Bolívia, El Salvador, Nicarágua e Haiti os migrantes representam 20% de sua população. Em 2007, os imigrantes desta região enviaram para os seus países mais de 67 bilhões de dólares.
No entanto, o que mais está acirrando o debate é a postura dos países ricos, receptores de imigrantes, como a Europa e Estados Unidos. Aumentam os muros, criam-se legislações cada vez mais restritivas e criminalizadoras dos migrantes, sistemas de vigilância cada vez mais sofisticados são montados, patrulhas armadas perseguem implacavelmente os migrantes. A busca de melhores condições de vida e de trabalho tornou-se crime. Não é outro o espírito da Diretiva de Retorno, mais conhecida com “Diretiva da Vergonha” que a Europa acabou de aprovar.
Esquece-se a Europa que o aumento das migrações tem a ver diretamente com os séculos de colonialismo imposto a esta região e que continua hoje através das políticas de privatização dos serviços públicos, abertura comercial e de destruição da agricultura familiar, que provoca uma extrema vulnerabilidade nas economias dos países pobres e obriga a milhões de pessoas e emigrarem.
O documento que o Grito dos Excluídos/as Continental lança neste III FSMM, lembra também que em tempos passados, quando o continente europeu era assolado pela crise industrial do capitalismo, deixando na miséria a imensas camadas de trabalhadores, milhões de seus filhos foram obrigados a migrar e foram muito bem recebidos nos países de destino. Não encontraram aqui muros, centros de internamento, sistemas de vigilância e perseguições. Não foram criminalizados e nem maltratados por serem migrantes. O Grito afirma que a Diretiva é um insulto contra os direitos humanos, a diversidade cultural e o diálogo intercultural; Ao repudiar tal diretiva propomos a cidadania universal, a integração dos povos e o acesso aos direitos, independentemente da situação administrativa dos papéis e do país onde os migrantes se encontrem.
Serão estas as soluções?
Como já dissemos muitas vezes, a migração é denúncia e anúncio. Denúncia de um modelo concentrador, excludente e anúncio de outro mundo, outra política, onde além do direito de emigrar deve haver também o direito de não migrar, com condições de vida digna para se fixar no lugar de origem.
Quando a Europa compreenderá que a solução não está em construir muros, baias, sistema de vigilância, patrulhas, centros de internamento, etc ? Mas sim de se investir e gerar trabalho nos países de origem para que a migração seja uma opção e não uma decisão forçada em busca por melhores condições de vida e de trabalho. Além do mais, precisa perceber os europeus que os imigrantes rejuvenescem sua população, criam riquezas; cuidam de suas crianças e seus idosos e, além de tudo, alegram a vida dos países de destino. A solução não está nos muros, mas no desenvolvimento sustentável dos países de origem que contemple as gerações atuais e as futuras.
- Luiz Bassegio e Luciane Udovic da Secretaria do Grito dos Excluídos Continental
O tema das migrações levanta um debate cada vez mais acirrado, seja pelo volume de migrantes que não pára de aumentar, seja pelo montante de remessas que os imigrantes enviam a seus países de origem e seja pelo seu aspecto contraditório, pois em muitas países os migrantes são necessários mas indesejados. Nas últimas décadas, mais de 30 milhões de pessoas emigraram dentro e fora da América Latina e do Caribe, sendo que para países como Bolívia, El Salvador, Nicarágua e Haiti os migrantes representam 20% de sua população. Em 2007, os imigrantes desta região enviaram para os seus países mais de 67 bilhões de dólares.
No entanto, o que mais está acirrando o debate é a postura dos países ricos, receptores de imigrantes, como a Europa e Estados Unidos. Aumentam os muros, criam-se legislações cada vez mais restritivas e criminalizadoras dos migrantes, sistemas de vigilância cada vez mais sofisticados são montados, patrulhas armadas perseguem implacavelmente os migrantes. A busca de melhores condições de vida e de trabalho tornou-se crime. Não é outro o espírito da Diretiva de Retorno, mais conhecida com “Diretiva da Vergonha” que a Europa acabou de aprovar.
Esquece-se a Europa que o aumento das migrações tem a ver diretamente com os séculos de colonialismo imposto a esta região e que continua hoje através das políticas de privatização dos serviços públicos, abertura comercial e de destruição da agricultura familiar, que provoca uma extrema vulnerabilidade nas economias dos países pobres e obriga a milhões de pessoas e emigrarem.
O documento que o Grito dos Excluídos/as Continental lança neste III FSMM, lembra também que em tempos passados, quando o continente europeu era assolado pela crise industrial do capitalismo, deixando na miséria a imensas camadas de trabalhadores, milhões de seus filhos foram obrigados a migrar e foram muito bem recebidos nos países de destino. Não encontraram aqui muros, centros de internamento, sistemas de vigilância e perseguições. Não foram criminalizados e nem maltratados por serem migrantes. O Grito afirma que a Diretiva é um insulto contra os direitos humanos, a diversidade cultural e o diálogo intercultural; Ao repudiar tal diretiva propomos a cidadania universal, a integração dos povos e o acesso aos direitos, independentemente da situação administrativa dos papéis e do país onde os migrantes se encontrem.
Serão estas as soluções?
Como já dissemos muitas vezes, a migração é denúncia e anúncio. Denúncia de um modelo concentrador, excludente e anúncio de outro mundo, outra política, onde além do direito de emigrar deve haver também o direito de não migrar, com condições de vida digna para se fixar no lugar de origem.
Quando a Europa compreenderá que a solução não está em construir muros, baias, sistema de vigilância, patrulhas, centros de internamento, etc ? Mas sim de se investir e gerar trabalho nos países de origem para que a migração seja uma opção e não uma decisão forçada em busca por melhores condições de vida e de trabalho. Além do mais, precisa perceber os europeus que os imigrantes rejuvenescem sua população, criam riquezas; cuidam de suas crianças e seus idosos e, além de tudo, alegram a vida dos países de destino. A solução não está nos muros, mas no desenvolvimento sustentável dos países de origem que contemple as gerações atuais e as futuras.
- Luiz Bassegio e Luciane Udovic da Secretaria do Grito dos Excluídos Continental
https://www.alainet.org/pt/articulo/129599?language=en
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