Na ruta del Che...
11/11/2007
- Opinión
No dia 9 de outubro passado completou-se 40 anos do assassinato de Ernesto Che Guevara, a mando da CIA, com um tiro de fuzil no peito, dentro de uma pequena escola rural, no povoado de La Higuera , a 2600 metros de altitude no meio das desérticas montanhas da Bolívia.
Passado tanto tempo, a história seguiu adiante, mas muitas coisas não mudaram nada.
A pobreza e a desigualdade social na Bolívia e em quase todos os países da América Latina só aumentaram. O sargento MárioTerán designado para ser seu executor, agora com 75 anos, ficara cego por catarata. Mas uma dupla de médicos cubanos, formados após a vitória da guerrilha do Che em Cuba, o operaram e ele voltou a ver. Triste sina o destino dele. Brilhou de novo a estrela do comandante.
Estivemos com uma delegação de brasileiros, religiosos, artistas, parlamentares e representantes de movimentos sociais em la Higuera. Fomos lá levar nossas homenagens em nome de milhares de militantes, ao nosso querido Che . La Higuera continua igual. 76 habitantes de camponeses pobres, continuam sem luz, sem telefone, sem estrada, sem escola, e sem preço para suas batatas. Triste destino. A única coisa que mudou agora, é que há no povoado um médico cubano, que circula de cavalo, de casa em casa pelas montanhas, repetindo o ideal do Che, fazendo consultas e não deixando que seus moradores fiquem doentes.
Mudou também, que, com o ascenso do movimento de massas na Bolívia e a vitória de Evo Morales, as pessoas podem ir a ValleGrande e a la Higuera prestar suas homenagens, sem medo!.
E a estrada que liga Vallegrande a La Higuera pelas frias montanhas agora está marcada com muitas placas e se chama, La Ruta del Che!
Fomos lá prestar nossas homenagens, não a um mito ou herói. Fomos lá visitar um amigo, um companheiro. Um velho conhecido, que deu provas de amor contundente ao seu povo, latino-americano, e ofereceu a própria vida por uma causa. Uma causa que é de todos: combater a pobreza e a desigualdade social em nosso continente.
Fomos lá dizer que continuamos com seu compromisso de seguir a mesma luta. Lutar todos os dias contra o analfabetismo, a desigualdade, a exploração, o colonialismo, a corrupção,o imperialismo e as transnacionais que continuam vindo aqui roubar nossas riquezas naturais, agora na forma de soja, minério de ferro, etanol,sementes, água, etc.
Fomos lá dizer, que somos muito gratos por seu exemplo de dignidade e humildade, que demonstrou como deveriam ser as pessoas que exercem cargos, públicos, nos movimentos sociais e nas igrejas. Fomos lá agradecer seu exemplo de espírito de sacrifício, de humanismo e de amor ao estudo. De ser o primeiro no trabalho e o ultimo no lazer. De acreditar e defender que somente o conhecimento, a consciência liberta verdadeiramente as pessoas da opressão e exploração. De exercitar e explicar que somente o povo organizado, pode resolver seus problemas e derrotar seus inimigos.
Fomos lá dizer, que a América latina voltou a caminhar. Que já temos alguns governos populares, outros um pouco progressistas. Mas que temos uma longa caminhada pela frente, para poder reascender o movimento de massas, organizar nosso povo e fazer lutas sociais, que de fato eliminem as causas de tanta pobreza e desigualdade.
Fomos lá dizer, que as forças da direita, aquelas mesmas que o assassinaram na Bolívia, continuam muito ativas, no Brasil, na América latina e no mundo. Continuam odiando-o e falando mal dele. Mas isso é um bom sinal. Revela que seu exemplo os incomoda. Eles que fiquem com Mussolini, Hitler, Barrientos, Médici, Pinochet, Ulribe, Tatcher e Bush. Seus verdadeiros ícones.
Fomos lá renovar nosso compromisso de que a “Ruta del Che”, por tudo o que ela significa, é ainda o caminho para construir a nossa grande pátria latino-americana.
Fonte: REVISTA CAROS AMIGOS, Sao Paulo, novembro de 2007
Passado tanto tempo, a história seguiu adiante, mas muitas coisas não mudaram nada.
A pobreza e a desigualdade social na Bolívia e em quase todos os países da América Latina só aumentaram. O sargento MárioTerán designado para ser seu executor, agora com 75 anos, ficara cego por catarata. Mas uma dupla de médicos cubanos, formados após a vitória da guerrilha do Che em Cuba, o operaram e ele voltou a ver. Triste sina o destino dele. Brilhou de novo a estrela do comandante.
Estivemos com uma delegação de brasileiros, religiosos, artistas, parlamentares e representantes de movimentos sociais em la Higuera. Fomos lá levar nossas homenagens em nome de milhares de militantes, ao nosso querido Che . La Higuera continua igual. 76 habitantes de camponeses pobres, continuam sem luz, sem telefone, sem estrada, sem escola, e sem preço para suas batatas. Triste destino. A única coisa que mudou agora, é que há no povoado um médico cubano, que circula de cavalo, de casa em casa pelas montanhas, repetindo o ideal do Che, fazendo consultas e não deixando que seus moradores fiquem doentes.
Mudou também, que, com o ascenso do movimento de massas na Bolívia e a vitória de Evo Morales, as pessoas podem ir a ValleGrande e a la Higuera prestar suas homenagens, sem medo!.
E a estrada que liga Vallegrande a La Higuera pelas frias montanhas agora está marcada com muitas placas e se chama, La Ruta del Che!
Fomos lá prestar nossas homenagens, não a um mito ou herói. Fomos lá visitar um amigo, um companheiro. Um velho conhecido, que deu provas de amor contundente ao seu povo, latino-americano, e ofereceu a própria vida por uma causa. Uma causa que é de todos: combater a pobreza e a desigualdade social em nosso continente.
Fomos lá dizer que continuamos com seu compromisso de seguir a mesma luta. Lutar todos os dias contra o analfabetismo, a desigualdade, a exploração, o colonialismo, a corrupção,o imperialismo e as transnacionais que continuam vindo aqui roubar nossas riquezas naturais, agora na forma de soja, minério de ferro, etanol,sementes, água, etc.
Fomos lá dizer, que somos muito gratos por seu exemplo de dignidade e humildade, que demonstrou como deveriam ser as pessoas que exercem cargos, públicos, nos movimentos sociais e nas igrejas. Fomos lá agradecer seu exemplo de espírito de sacrifício, de humanismo e de amor ao estudo. De ser o primeiro no trabalho e o ultimo no lazer. De acreditar e defender que somente o conhecimento, a consciência liberta verdadeiramente as pessoas da opressão e exploração. De exercitar e explicar que somente o povo organizado, pode resolver seus problemas e derrotar seus inimigos.
Fomos lá dizer, que a América latina voltou a caminhar. Que já temos alguns governos populares, outros um pouco progressistas. Mas que temos uma longa caminhada pela frente, para poder reascender o movimento de massas, organizar nosso povo e fazer lutas sociais, que de fato eliminem as causas de tanta pobreza e desigualdade.
Fomos lá dizer, que as forças da direita, aquelas mesmas que o assassinaram na Bolívia, continuam muito ativas, no Brasil, na América latina e no mundo. Continuam odiando-o e falando mal dele. Mas isso é um bom sinal. Revela que seu exemplo os incomoda. Eles que fiquem com Mussolini, Hitler, Barrientos, Médici, Pinochet, Ulribe, Tatcher e Bush. Seus verdadeiros ícones.
Fomos lá renovar nosso compromisso de que a “Ruta del Che”, por tudo o que ela significa, é ainda o caminho para construir a nossa grande pátria latino-americana.
Fonte: REVISTA CAROS AMIGOS, Sao Paulo, novembro de 2007
https://www.alainet.org/pt/articulo/124188
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