A desfaçatez dos senhores congressistas, a hipocrisia da mídia
14/12/2006
- Opinión
A cobertura da mídia, a GLOBO principalmente, e a partir do JORNAL NACIONAL, sobre o aumento de vencimentos dos deputados e senadores, cheira à velha hipocrisia, sempre presente, dos tempos em que a ex UDN votava contra de público e garantia a aprovação no tal do voto secreto.
Era simples. Os caras contavam os votos do ex PSD, do ex PTB, do partido de Ademar de Barros e outros menos votados e anunciavam: “faltam tantos votos”. A ex-UDN completava. Lógico que não com Adauto Lúcio Cardoso, ou Afonso Arinos, uns e outros mais. Era com José Bonifácio e similares.
O ganho de deputados e senadores num país como o nosso, montado numa estrutura capitalista, em que o Congresso acaba sendo um centro de negócios dos donos do poder, uma farsa em termos de representação popular, o aumento é só parte do jogo.
Se nos abstrairmos desse aspecto, fundamental, considerando que existe, em tese, um regime democrático, onde todos são iguais perante a lei, essa farsa de todo dia, que deputados representam o povo e senadores os Estados de uma Federação que não existe, é fictícia, o tal do vencimento deveria ser discutido, explicado, definido a partir de algumas premissas que incluem desde a representação em si, ao trabalho, aos custos, vá lá a expressão (tipicamente do capitalismo cínico que começa em cima e termina nos botequins da vida) e outras coisas mais.
Deputado e senador necessitam de assessor. Claro. Tem que viajar. Claro. Mas é preciso transparência, essa a palavrinha chave. Eu conheço deputado duro. Exceção mas existe.
E a mídia?
Se formos tratar a questão do ponto de vista do impacto do aumento no orçamento, recursos, seja lá o que for, como gostam de chamar os economistas, esse é mínimo, não muda nada.
Não é por aí.
Dizer que obras vão parar, que vão faltar recursos para a saúde, a educação, como fez o JORNAL NACIONAL, isso é mentira.
Na hora do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) financiar a falência da GLOBO, aí é diferente.
Nem uma notícia.
Hora de gastar fábulas com publicidade oficial do que não foi feito. A GLOBO recebe e se não tiver estrila.
O grande lance da briga de VEJA com o governo Lula foram as concorrências para a impressão de livros didáticos distribuídos gratuitamente nas escolas públicas do País. A Editora ABRIL, que edita VEJA, tinha quase que monopólio do negócio. Como a coisa foi dividida e ficou mais barata, Lula é o demônio. Qualquer Lula.
Só negócios brother, só negócios.
Sonegação de impostos, redução de custos com prejuízo do cliente, freguês, da qualidade de serviços prestados, mercadorias vendidas, juros altos, taxas exorbitantes de bancos, tudo isso é normal e a mídia não toca no horário nobre. Só em canto de página.
Se formos observar os senhores deputados e senadores são empregados públicos especiais, querem apenas uma parte do botim, já que os acionistas de um Estado privatizado, bancos, planos de saúde, grandes corporações, indústria automobilística, etc, etc, levam a parte do leão.
Aí, nessa história, ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão,
São maiores, vacinados, especialistas em cinismo, hipocrisia, em vender a imagem de honradez e respeitabilidade, pois eles que se entendam.
É simples de entender: não passa por esse mundo institucional arrumadinho, de terno gravata, pastinha, a saída para o País.
Passa pelo poder das ruas.
É o desafio. Organizar e construir a revolução.
Nessa medida inclusive, a gritaria da GLOBO cumpre o papel de discutir o adereço e deixar de lado o essencial.
Era simples. Os caras contavam os votos do ex PSD, do ex PTB, do partido de Ademar de Barros e outros menos votados e anunciavam: “faltam tantos votos”. A ex-UDN completava. Lógico que não com Adauto Lúcio Cardoso, ou Afonso Arinos, uns e outros mais. Era com José Bonifácio e similares.
O ganho de deputados e senadores num país como o nosso, montado numa estrutura capitalista, em que o Congresso acaba sendo um centro de negócios dos donos do poder, uma farsa em termos de representação popular, o aumento é só parte do jogo.
Se nos abstrairmos desse aspecto, fundamental, considerando que existe, em tese, um regime democrático, onde todos são iguais perante a lei, essa farsa de todo dia, que deputados representam o povo e senadores os Estados de uma Federação que não existe, é fictícia, o tal do vencimento deveria ser discutido, explicado, definido a partir de algumas premissas que incluem desde a representação em si, ao trabalho, aos custos, vá lá a expressão (tipicamente do capitalismo cínico que começa em cima e termina nos botequins da vida) e outras coisas mais.
Deputado e senador necessitam de assessor. Claro. Tem que viajar. Claro. Mas é preciso transparência, essa a palavrinha chave. Eu conheço deputado duro. Exceção mas existe.
E a mídia?
Se formos tratar a questão do ponto de vista do impacto do aumento no orçamento, recursos, seja lá o que for, como gostam de chamar os economistas, esse é mínimo, não muda nada.
Não é por aí.
Dizer que obras vão parar, que vão faltar recursos para a saúde, a educação, como fez o JORNAL NACIONAL, isso é mentira.
Na hora do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) financiar a falência da GLOBO, aí é diferente.
Nem uma notícia.
Hora de gastar fábulas com publicidade oficial do que não foi feito. A GLOBO recebe e se não tiver estrila.
O grande lance da briga de VEJA com o governo Lula foram as concorrências para a impressão de livros didáticos distribuídos gratuitamente nas escolas públicas do País. A Editora ABRIL, que edita VEJA, tinha quase que monopólio do negócio. Como a coisa foi dividida e ficou mais barata, Lula é o demônio. Qualquer Lula.
Só negócios brother, só negócios.
Sonegação de impostos, redução de custos com prejuízo do cliente, freguês, da qualidade de serviços prestados, mercadorias vendidas, juros altos, taxas exorbitantes de bancos, tudo isso é normal e a mídia não toca no horário nobre. Só em canto de página.
Se formos observar os senhores deputados e senadores são empregados públicos especiais, querem apenas uma parte do botim, já que os acionistas de um Estado privatizado, bancos, planos de saúde, grandes corporações, indústria automobilística, etc, etc, levam a parte do leão.
Aí, nessa história, ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão,
São maiores, vacinados, especialistas em cinismo, hipocrisia, em vender a imagem de honradez e respeitabilidade, pois eles que se entendam.
É simples de entender: não passa por esse mundo institucional arrumadinho, de terno gravata, pastinha, a saída para o País.
Passa pelo poder das ruas.
É o desafio. Organizar e construir a revolução.
Nessa medida inclusive, a gritaria da GLOBO cumpre o papel de discutir o adereço e deixar de lado o essencial.
https://www.alainet.org/pt/articulo/118721
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