Multitudinaria marcha porque “Outro mundo é possível”
A diversidade e a esperança ocupou Porto Alegre no início do V FSM
27/01/2005
- Opinión
A diversidade, o pluralismo, o entusiasmo e a esperança de que Outro Mundo é Possível e necessário, foi a expressão manifestada por milhões de pessoas que ocuparam ontem, quarta-feira (26), as ruas de Porto Alegre, no início do V Foro Social Mundial 2005. Um interminável mar de bandeiras, ao som de lemas e de diversas músicas e manifestacões marcaram esta imensa mobilização que expos, mais uma vez, a questão da globalização excludente, a guerra, a fome e o perigo da destruição do planeta, que causa o capitalismo neoliberal.
A marcha foi também a expressão dos movimentos sociais, suas intenções, propósitos, desejos a partir de uma palavra que esteve presente em todos os corações, sem importar idade, etnia, grupo social: a solidaridade. As várias cores que representam a diversidade dos povos na Wipala correu as ruas dessa cidade brasileira, cores que identificaram cada luta, roxo, lilas, amarelo, preto, verde, cada uma delas representou uma forte idéia, motivando e convidando cada ser humano do planeta a crer que outro mundo é possível.
“Esta marcha é a melhor forma de transmitir para a sociedade nossa mensagem de que outro mundo é possível com mais direitos sociais, com mais justiça e igualdade, com esses direitos que nos nega a sociedade capitalista”, afirma drm ocultar sua emocão Noemí Margarida Grestha, dirigente do Movimento de Mulheres Camponesas do Brasil (MMC), cercada por suas roupas de cor violeta que identifica o movimento.
Entre os lemas e gritos contra o capitalismo, expressaam também as vozes que refletem a força que acumula cada vez mais o movimento antiglobalização e que se expressa nesta marcha em Porto Alegre. Millaray Painemal, dirigente nacional da Asociação Nacional de Mulheres Rurais e Indígenas do Chile (ANAMURI), afrimou com convicção: ”Esta marcha é muito poderosa porque revela o esforço para encontrar uma alternativa a todos os desastres naturais que causam o capitalismo; e a isso temos que dizer que basta, e seguir unidos e articulando nossos esforços para ter incidência. Este Fórum Social é uma mostra de que outro mundo é possível”.
Os jovens, homens e mulheres não só foram um componente importante da mobilização, mas injetaram uma dose de energia e veemencia; não só para rejeitar e repudiar com seus cartazes dizendo “Bush, é primeiro terrorista do mundo”, mas para relembrar Bolívar, “Che” e outros tantos lutadores sociais e herois populares. Como disse Javier Núñez, dirigente do Movimento “Barrios de a Pie” da Argentina “esta marcha não é só para protestar contra o neoliberalismo, mas para levar outra mensagem fundamental, de que a América Latina unida é possível, que os povos de todo o mundo, podem se unir”.
A Coordenadora das Organizações do Campo, CLOC e a Via Campesina, como em outras grandes mobilizações, também foi protagonista desta manifestação de luta. Pela solidaridade dos povos campesinos e indígenas e a defesa pela terra diversos homens, mulheres e jovens camponeses de países como Venezuela, Perú, Chile, Brasil, Argentina, Nicaragua, México, República Dominicana, Guatemala, Costa Rica, Colombia, Paraguai, Panamá, Honduras, Equador, Indonésia, Austria, Espanha, Bélgica, Suiça, Moçambique, Nepal e Corea, gritavam para comunicar a população que a luta camponesa caminha na América Latina e no mundo inteiro.
Sua mensage de globalizar a luta e a esperança, lutar pela vida e a Reforma Agrária, e contra os alimentos transgenicos, fomentar a biodiversidade e a Soberania Alimentar dos povos, e se escutar mais forte que nunca; é igual que seus pensamentos que reforçam frente ao mundo e o direito de preservar as tradições e procurar estender a vida diante da manipulação do imperialismo.
Como disse Juan Tiney, secretario operativo da CLOC, os camponeses e indígenas defenderam a bíodiversidade, a agua, as sementes, a vida. “Na marcha também se é expressado a identidade e o reconhecimento valioso que é a luta camponesa”, disse o dirigente da CLOC. “Este V FSM é também o fórum da dignidade, pois apesar da reeleição de um louco como Bush na presidência da primera potência mundial, apesar das guerras que provoca no mundo contra Irak, Palestina e América Latina, nossos povos têm demostrado que possuem energia para seguir lutando e resistindo”.
No final, foram mais de tres horas de uma nova lição de unidade e solidaridade; de esperança e entusiasmo. 50 mil, 100 mil, 200 mil pessoas na marcha foram os cálculos finais; que importa quantos foram. O que importa é que simbolizou a esperança de milhões e milhões de todo o mundo. O que importa que seguem crescendo, que são cada vez mais, que são essa grande opinião pública internacional que se expressa e se mobiliza. Que são essa nova “superpotência mundial”, como a qualificaram o editorial de um diário norte-americano.
* Romina Fumey/José Coronado Minga Informativa / CLOC (ANAMURI/CCP). Tradução: Suzane Durães.
https://www.alainet.org/pt/articulo/111240
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