As teologias e sua contribuição para um mundo melhor.

14/01/2005
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O primeiro Fórum Mundial de Teologia e Libertação (FMTL) será realizado de 21 a 25 de janeiro de 2005, em Porto Alegre, imediatamente antes do V Fórum Social Mundial (FSM). Uma das perguntas é: a religião e a espiritualidade podem contribuir ou dificultar a edificação de um mundo melhor, de um outro mundo possível? Que contribuição a teologia pode trazer à participação de movimentos e processos sociais de libertação e humanização, ecológicos e de direitos da terra ao lado dos direitos humanos? Este Fórum pretende reunir inspiração e energia de teólogos e teólogas cristãos representantes das diversas regiões do mundo indagando qual a contribuição das religiões para que outro mundo seja possível. Foram convidados representantes qualificados de outras religiões, pertencentes a grupos minoritários dentro dessas religiões organizadas, com uma atitude libertadora a partir de suas respectivas tradições frente aos problemas atuais da guerra, do ódio e da intolerância, entre outros. Representantes do cristianismo e das diferentes religiões farão exposições sobre esses temas, como denúncia e esperança profética. O FSM tem aberto um caminho de esperança frente às desilusões provocadas pelas crises do socialismo real, assim como à pretensão vitoriosa do capitalismo ocidental, a partir do Consenso de Washington. Ao escolher o lema Outro mundo é possível , encantou a imaginação dos que buscavam uma alternativa à globalização neoliberal. Esse lema mobiliza hoje milhões de pessoas e instituições no mundo inteiro, que se encontram entre a nostalgia e a desesperança. De diversos continentes, países e localidades germinam iniciativas, propostas, lutas setoriais e regionais, de gênero, de etnias, de ecologia, indígenas que, isoladas, não conseguiam entusiasmar a outros agentes sociais. O FSM criou o espaço onde todas pessoas e iniciativas se encontraram, tomaram consciência de que eram milhões, tomaram uma atitude e passaram a articular suas propostas em rede mundial. O número de participantes tem crescido geometricamente desde que surgiu. Na última edição, em janeiro de 2003, havia cerca de 100.000 participantes de 140 países. Desse número, 25.000 eram jovens, sinalizando o impacto de esperança para as novas gerações. O FMTL tem como objetivo mostrar como os pobres e os que lutam ao seu lado em todo o mundo não estão derrotados. Ao contrário, inspirados em suas concepções religiosas, estão criando novas expressões teológicas para responder aos desafios que surgem. Em nossa época mundializada, os processos de libertação dos pobres e dos povos não podem seguir a estratégia de parciais libertações geográficas. Estamos num só sistema-mundo. Ou nos salvamos juntos, ou juntos permaneceremos oprimidos. Nesta etapa, a libertação é necessariamente mundial. E os teólogos querem dar sua contribuição a uma teologia mundial de libertação ou uma teologia de libertação mundialmente unificada. Existem muitos pobres e formas de pobreza, expressas em distintas religiões e religiosidades. As religiões, mesmo tendo um princípio libertador no seio de suas melhores tradições, podem transformar-se em opressão. Um movimento de libertação mundial necessita de um diálogo inter- religioso mundial. O princípio de diálogo inter-religioso precisa ser posto em convergência com o princípio libertador, e a teologia tem uma contribuição a dar nesta tarefa.. * Pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, jornalista e membro do Conic-RJ
https://www.alainet.org/pt/articulo/111188
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