A segunda resolução é apenas uma armadilha
25/02/2003
- Opinión
Há um consenso entre as pessoas, incluindo governantes, a imensa
maioria, que estamos diante de um louco, um terrorista, na
presidência dos Estados Unidos. Qualquer pedra bem informada, Nelson
Rodrigues gostava de aludir a paralelepípedos quando a informação era
óbvia, sabe que o motivo da guerra é o controle do petróleo não só do
Iraque, mas de todo o Oriente Próximo. O Iraque vai ser apenas o
centro operacional dos norte-americanos.
Quando um maluco inconseqüente (por incrível que pareça alguns
malucos são até conseqüentes), marionete de grupos de terroristas de
alto coturno, vai para a presidência da maior potência do mundo e
começa a espargir "liberdade duradoura" e "justiça infinita",
enchendo as prisões de inocentes, transformando uma base militar
ilegal, a de Guantánamo, por si só uma agressão à soberania cubana,
despejando bombas para todos os lados, esse maluco se torna ameaça
grave para toda a humanidade. O Iraque somos todos nós, por isso a
importância da reação ao ataque terrorista programado por norte-
americanos e alguns dos seus estados europeus.
As notas divulgadas pelos líderes das igrejas anglicana e católica na
Grã Bretanha, a mais importante possessão norte-americana na Europa,
afirmam que "não existem justificativas morais para a guerra". Um
grupo de congressistas, cientistas, acadêmicos, religiosos e líderes
sindicais de vários países, Canadá, Estados Unidos, Grã Bretanha,
Itália e Dinamarca, não conseguiu entrar numa instalação do exército
americano no Centro Químico de Edgewood, no estado de Maryland, com o
objetivo de inspecionar citadas instalações, onde são produzidas
armas químicas e biológicas de destruição em massa. Os comandantes
do Centro não reconheceram as credenciais dos integrantes do grupo.
Ali além de fabricadas, essas armas são armazenas, em flagrante
violação às resoluções das Nações Unidas sobre o assunto e a tudo que
o terrorista George Bush tem dito combater Ricinina e antraz são as
principais armas químicas/biológicas fabricadas e lá guardadas.
Imagine se Saddam Hussein tivesse adotado semelhante procedimento em
relação aos inspetores da ONU que lá estão? Seria o bastante para
justificar a carnificina programada pelo terrorista da Casa Branca,
invocando a tal resolução 1441, acho que é isso.
Na guerra do Vietnã os Estados Unidos utilizaram 17milhões de galões
de agente laranja contra o vietcong e o Vietnã do Norte. Quarenta
toneladas de urânio empobrecido foram deixadas no Kwait e no Iraque
depois da guerra do golfo, aumentando a incidência de câncer na ordem
de 700%, entre 1991 e 1994, dados divulgados pelas Nações Unidas.
Os índices de mortalidade infantil no Iraque, a partir da resolução
que determinou um bloqueio ao país, aumentaram 345% e cerca de 750
mil crianças iraquianas morreram desde o início da vigência das
sanções impostas pelos Estados Unidos e engolidas pelas Nações
Unidas.
Israel tem 400 ogivas nucleares, é o estado nazi/fascista aliado de
Bush na região e ocupa 45% do território Palestino, onde pratica a
mais horripilante política de extermínio em massa de civis, desde o
fim da Segunda Grande Guerra e a libertação de judeus nos campos de
concentração.
Scott Ritter, chefe da UNSCOM, afirmou em 1998, que "o Iraque, na
realidade, foi desarmado a um nível sem precedente em história
moderna." Bush pai, ao término da guerra do Golfo disse que a missão
estava cumprida e a ameaça representada pelo Iraque estava afastada.
A resolução que o governo terrorista dos Estados Unidos vai propor a
ONU visa essencialmente criar um constrangimento político para o
governo da França, principalmente. A reação francesa incomoda mais
que a reação russa, ou alemã. Bush, em seu delírio de imperador do
mundo, não admite ser contestado. Quer que Chirac vista a pele de
Tony Blair e busque jornais e chinelos todas as vezes que ele mandar.
Conscientes que a guerra terá um alto preço político, econômico que
pode, ano que vem, representar o fim do sonho da reeleição, os
principais conselheiros de Bush o Louco, tentam, com essa proposta,
colocar o mundo diante do dilema: quem está contra nós é do eixo do
mal.
As manifestações contra a guerra mostraram que a imensa maioria das
pessoas em todos os lugares está no "eixo do mal", na ótica do
terrorismo de estado dos norte-americanos. O tempo trabalha contra
eles, sabem disso. O petróleo, o Iraque tem as segundas maiores
reservas do mundo, é fundamental para a consolidação do processo
imperial dos Estados Unidos.
Não é uma guerra contra o Iraque. É uma guerra contra as nações do
mundo, todas as nações do mundo. O que se espera do governo Chirac é
que junto com o presidente Putin da Rússia, rejeitem a grosseira e
estúpida manobra de terroristas como Colin Powell, Rumsfeld e outros
e vetem a guerra, deixando com os norte-americanos e seus agregados,
a responsabilidade pelo horror nazista contra o povo iraquiano.
Saddam, perto de Bush, é anjo.
https://www.alainet.org/pt/articulo/107022
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