Comunicado da CUT à Opinião Pública Nacional e Internacional
Contra a guerra e pela paz: Outra ordem internacional é necessária e possível
12/02/2003
- Opinión
Os horrores da guerra voltam a assombrar o mundo. O Secretário de
Estado dos EUA, Collin Powell, anunciou há alguns dias, em
pronunciamento no Conselho de Segurança da ONU, que o ataque de forças
norte-americanas e aliados ao Iraque é iminente. Ao que tudo indica,
pretende faze-lo com ou sem respaldo da ONU e da opinião pública
mundial. As provas apresentadas para justificar o ataque não se
sustentam. Para o governo dos EUA, o governo de Saddan Hussein esconde
armas de destruição em massa, apesar do insucesso daqueles que
investigam os laboratórios, indústrias e palácios iraquianos.
A guerra, evidentemente, não é para reestabelecer a democracia e paz na
região. Políticos, sindicalistas e pacifistas norte-americanos
denunciam a ligação de importantes membros do governo norte-americano
com a indústria petrolífera. O controle do petróleo do Iraque é o
grande objetivo desse governo.
A guerra transformou-se em uma parte estrutural e permanente da
dominação global, assim como a força militar é usada para controlar
povos e recursos estratégicos. Uma insanidade própria daqueles que se
julgam "polícia do mundo" e vêem na hegemonia política, econômica e
militar um meio para sobrepor-se e alcançar seus objetivos. Os efeitos
da guerra serão mais devastadores para a economia internacional do que
a mais aguda crise que se possa imaginar. É contra esse cenário que a
opinião pública mundial e nacional deve insurgir-se.
As diferenças políticas e as disputas internacionais entre Estados
devem ser resolvidas pela via pacífica e negociada. Esse deve ser o
espírito de qualquer cidadão que se julga democrata.
Não há nenhuma ligação ou identidade política entre a CUT e o governo
iraquiano. Mas não poderíamos deixar de nos solidarizar com o povo
trabalhador iraquiano que sofrerá os efeitos dessa guerra inventada
pelo governo dos EUA e aliados. Nesse sentido a CUT envidará todos os
esforços para engajar suas entidades afiliadas e os trabalhadores
brasileiros de todos os credos religiosos e matizes políticas a
engajarem-se nos Comitês contra a Guerra ao Iraque e a participar,
decisivamente, no dia 15 de fevereiro, das manifestações referentes ao
Dia Mundial de Mobilização contra a Guerra.
Executiva Nacional da Central Única dos Trabalhadores
São Paulo, 12 de fevereiro de 2003
São Paulo, 12 de fevereiro de 2003
https://www.alainet.org/pt/articulo/106957