China e Rússia proíbem produção de transgênicos em seus territórios
21/08/2014
- Opinión
O governo chinês decidiu no último domingo (17) não renovar a permissão para desenvolver arroz e milho transgênicos dentro do país.
A produção dessas culturas no país começou em 2009, com a promessa de que os transgênicos diminuiriam o uso de agrotóxicos na agricultura chinesa em cerca de 80%, além de aumentar a produtividade.
Mas a permissão era apenas para pesquisa. A comercialização dos transgênicos estava proibida até se confirmar que as culturas não apresentariam malefícios à saúde.
Em julho deste ano, no entanto, foi encontrado sacos de arroz transgênicos sendo comercializados no mercado chinês.
De acordo com Huang Jikun, cientista chefe da Academia Chinesa de Ciências, “a pressão da população, preocupada com a segurança alimentar, foi um dos elementos para essa decisão ser tomada”.
Além disso, a China está alcançando o patamar de auto-suficiência na produção do arroz, não precisando assim desenvolver os transgênicos para garantir a alimentação de sua população.
“Exportamos pouco arroz porque a maioria do que é produzido é consumido no nosso território”, afirma o cientista.
Pelo Mundo
Outros países também têm proibido o consumo e produção de organismos transgênicos, alegando que a tecnologia não é segura.
Um destes é a Rússia, que desde abril deste ano baniu os transgênicos de seu território, impondo uma moratória de 10 anos.
De acordo com o primeiro-ministro Dmitriy Medvedev, “se os americanos gostam de comer produtos OGM (transgênicos), que os comam. Nós não precisamos fazer isso; temos espaço suficiente e oportunidades para a produção de alimentos orgânicos”.
De acordo com Irina Ermakova, vice presidente da Associação Nacional da Rússia para a Segurança Genética, “tem sido provado não só na Rússia, mas em muitos outros países do mundo, que os transgênicos são perigosos. O consumo e produção dessa cultura podem gerar tumores, câncer e obesidade entre os animais. Biotecnologias certamente devem ser desenvolvidas, mas os OGM devem ser interrompidos”, alertou.
México
Na América Latina, um tribunal do estado de Yucatán (México) recentemente revogou permissão outorgado à Monsanto, pela Secretaria de Agricultura, Pesca e Pecuária e a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais em junho de 2012, que permitia o plantio comercial de soja com o agrotóxico Roundup.
A utilização do veneno e dos transgênicos da empresa prejudicava agricultores e apicultores da área: O México é o sexto maior produtor e o terceiro maior exportador mundial de mel. Cerca de 25.000 famílias de Yucatán, região que produz ao redor de 40% do mel do país, depende de sua produção.
As evidências científicas sobre as ameaças que representam os cultivos de soja transgênica para a produção de mel na península de Yucatán – inclusive nos estados de Campeche, Quintana Roo e Yucatán– convenceram o poder judiciário sobre a necessidade da retirada da permissão.
A sentença determinou que não é possível a coexistência da produção de mel e soja com o uso de organismos geneticamente modificados (OGM), segundo publicou o jornal 'The Guardian'.
https://www.alainet.org/pt/articulo/102663
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