Paralisação nacional por reformas e mudanças

05/07/2013
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Desde a campanha das Diretas Já, na década de 1980, não tínhamos mobilizações de rua tão vigorosas.
 
Os protestos que eclodiram pela indignação da juventude frente a diversos fatores já analisados por nosso jornal serviram para provocar muitas mudanças na política brasileira.
 
O governo Dilma teve que sair de seu pedestal e veio dialogar com as ruas propondo uma reforma política, uma constituinte e um plebiscito popular. E, finalmente, passou a se reunir com todos os setores organizados. Coisa que não havia feito ao longo de seus dois anos e meio de mandato!
 
As elites, através da Rede Globo, tentaram controlar as ruas e dar uma pauta direitista. Tampouco conseguiram. Sobrou-lhes o papel de atiçar uma polícia despreparada e seguir infiltrando grupos fascistas e serviços de inteligência das polícias para provocar violência e descaracterizar o movimento. Também, tampouco conseguiram. Quanto mais reprimem, mais o povo fica revoltado.
 
A Rede Globo se achava a porta-voz do povo. Ledo engano. Mal consegue enganar os televidentes das novelas. A juventude nas ruas teve um só ponto unitário: fora a Rede Globo!
 
Agora, chegou a vez do povo organizado nos movimentos sociais, nas pastorais e no movimento sindical. Pela primeira vez, depois da derrota de 1989, não se via uma unidade popular tão ampla.
 
Nos últimos dias, diversas plenárias nacionais uniram partidos de esquerda, todos, todas as centrais sindicais, e mais de 77 movimentos sociais organizados. E desse clima de unidade tirou-se uma plataforma política comum, que extrapola a luta pelo transporte público gratuito e de qualidade e avança para as reformas estruturais que a classe trabalhadora precisa e luta há muito tempo.
 
Todos os setores organizados da classe se uniram. Há uma prioridade que é fazer a reforma política, que abarque desde a exclusividade do financiamento público de campanha até o direito da população de convocar plebiscitos populares sobre qualquer tema, com um por cento dos eleitores.
 
Portanto, precisamos lutar pelo plebiscito popular e pela realização de uma constituinte que possam avançar ainda mais nas reformas estruturais que a sociedade brasileira precisa.
 
E, para pautar todos esses temas entre a classe trabalhadora, foi marcado o 11 de julho como um dia nacional de luta. Precisamos nos organizar, nos mobilizar, e transformar essa data numa grande mobilização popular, que consiga brecar os setores conservadores na mídia, no Judiciário e no Congresso. E pressionar o governo para que tenha coragem de avançar ainda mais, e conseguir de fato, mudanças na melhoria das condições de vida de toda população.
 
Precisamos, desde logo, apoiar a organização de comitês populares, em cada bairro, em cada setor social, em cada município de todo o Brasil, para organizar a mobilização e seguir à frente organizando o processo de consulta no plebiscito popular a ser convocado. Assim, fazer com que nossa voz se transforme em novas leis – seja pelo atual Congresso seja por uma futura constituinte.
 
Por isso, o Brasil de Fato, como humilde porta-voz dos interesses do povo, e fiel aos movimentos sociais que o sustentam, quer contribuir para estimular a que todos os setores sociais se organizam da melhora forma possível, para fazermos grandes mobilizações sociais, em todo o território nacional.
 
Dia 11 é dia de todo o povo ir para a rua e lutar por mudanças econômicas e sociais para o Brasil.
 
Vamos à luta, que somente lutando melhoraremos as condições de vida de todo o povo.
 
- Editorial da edição 540 do Brasil de Fato
 
03/07/2013
https://www.alainet.org/pt/active/65471
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