Mobilização pelo desenvolvimento nacional com soberania e valorização do trabalho
10/09/2003
- Opinión
O povo brasileiro vive um momento de grandes dificuldades,
marcado pela estagnação da economia, desemprego em massa, redução
da renda familiar, criminalidade e violência crescente nos
grandes centros urbanos, entre outras coisas. Em contraposição ao
ambiente de crise, há uma expectativa de que o governo Lula pode
e deve promover substanciais mudanças na orientação econômica e
nos rumos políticos da nação no sentido de retomar o
desenvolvimento e promover o pleno emprego. No entanto, até o
presente momento o governo vem mantendo a mesma política
econômica do seu antecessor, agravando os problemas do nosso
povo, aumentando a dependência em relação ao capital especulativo
e às condições impostas pelo FMI. Os dilemas nacionais vêm se
arrastando e se acumulando há anos e foram agravados de modo
extraordinário pela herança perversa do governo FHC e da política
neoliberal.
A superação dos atuais impasses e o resgate da pesada dívida
social pressupõem a mudança da política econômica, que deve ser
guiada não mais pelos interesses dos credores e os acordos com o
FMI, mas pelo objetivo de obter o crescimento duradouro e
sustentável da economia interna, com base na valorização do
trabalho, fortalecimento do mercado interno, democratização da
propriedade da terra, distribuição de renda e ampla inclusão
social, incluindo o combate a todo tipo de discriminação e
preconceitos. A nação só vai reencontrar o caminho do
desenvolvimento na medida em que contemplar e satisfizer os
interesses da maioria do povo.
Neste rumo, é indispensável contemplar as seguintes medidas e
preocupações:
? Não renovação do acordo com o FMI; controle do câmbio e do fluxo
de capitais, suspensão do pagamento e instalação de uma auditoria
da dívida externa, conforme determina a Constituição Brasileira.
? Redução da jornada de trabalho sem redução de salários;
? Política industrial voltada prioritariamente para o mercado
interno;
? Redução das taxas de juros para níveis baixos, compatíveis com a
retomada do desenvolvimento econômico.
? Ampliação dos investimentos e gastos públicos, rompendo com a
atual lógica do superávit fiscal primário, priorizando setores
estratégicos, infra-estrutura e áreas sociais;
? Reforma agrária acompanhada de política agrícola que vise uma
agricultura ecologicamente sustentável;
? Reforma urbana, com ênfase num programa de construção de moradias
populares;
? Valorização do serviço público, com maiores investimentos em
educação, saúde, sistema de transporte, cultura, esporte e lazer.
? Não à ALCA, não à OMC ! Realização do plebiscito oficial sobre a
ALCA para que o povo possa, soberanamente, decidir se deseja o
acordo.
UM OUTRO BRASIL É POSSÍVEL!
Para que as mudanças possam ocorrer, é preciso fortalecer a
Soberania Nacional, ampliar a democracia, mobilizar os
trabalhadores e a população em geral, reunindo força suficiente
para enfrentar os interesses dos banqueiros, das transnacionais,
dos latifundiários, bem como dos organismos internacionais,
abrindo perspectivas para a construção de um novo país.
COORDENAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS
Organizar a esperança: CUT – MST – UNE – CMP – Pastorais Sociais
– Conam – UBES – MTST – UBM – Marcha Mundial das Mulheres –
Consulta Popular – JOC/Brasileira – CIMI – MTD – Conen
https://www.alainet.org/es/node/108368?language=en