Disputas na OEA colocam em jogo hegemonia dos Estados Unidos
- Opinión
A correlação de forças no continente americano claramente favorável à política de direita, conservadora, neoliberal e altamente repressora comandada desde Washington é elemento fundamental nas análises sobre os rumos dos países da região.
A derrota de governos de cunho progressistas e a destruição e enfraquecimento de espaços de decisões políticas construídos ultimamente como a União de Nações Sul-americanas (Unasul), o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) foi um duro golpe no processo de integração regional.
Entretanto, a recessão econômica, desemprego, inflação alta e o crescente processo de primarização das economias, somados à crise política e social tem colocado esses governos de direita na berlinda e a aplicação de suas politicas neoliberais fez ressurgir uma onda de mobilização populares contra essa situação em vários países.
É nesse contexto que ganha importância o comando de uma das entidades que mais tem servido como base do intervencionismo estadunidense nos países do continente, seja através de imposições diplomáticas, sanções ou de golpes de estados. Estou me referindo à Organização dos Estados Americanos (OEA), sediada em Washington e que atualmente conta como secretário-geral o uruguaio Luis Almagro.
Os EUA anunciaram que desejam reconduzir Almagro ao cargo e tentaram antecipar o processo eleitoral, aproveitando a conjuntura favorável para facilitar sua reeleição, mas foram derrotados e outros candidatos já se colocaram na disputa para 2020. Importante ressaltar que os EUA financiam a maior parte do orçamento da OEA e a utiliza, como recentemente através de Almagro, para aprovar duras medidas contra países não alinhados como é o caso da Venezuela (que anunciou seu desligamento esse ano) e Cuba (que se retirou dessa Organização desde 1962).
A próxima Assembléia geral da OEA será realizada entre os dias 26 a 28 de junho na cidade de Medelín na Colômbia e será um palco importante para que os principais candidatos possam se articular e logo medir suas forças em 2020.
Edição: Vivian Virissimo
13 de Junho de 2019
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