Ou a campanha de Haddad desconstrói o discurso antipetista ou o antipetismo acaba de destruir a democracia no Brasil

11/10/2018
  • Español
  • English
  • Français
  • Deutsch
  • Português
  • Opinión
fernando_haddad.png
-A +A

(Da equipe do blog) - Sem ser agressiva ou panfletária, a campanha do candidato Fernando Haddad no segundo turno das eleições presidenciais pode ser a última grande oportunidade histórica para que o PT explique sucintamente à nação a verdadeira história do país nestes últimos 15 anos e desconstrua os mitos e mentiras do discurso antipetista que levou quase a metade dos eleitores brasileiros a aderirem entusiasticamente ao fascismo no primeiro turno e arrisca a levar outro mito, tão falso quanto esses, ao cargo máximo da nação a partir do primeiro dia do próximo ano.

 

Os tempos de Lulinha Paz e Amor já se foram e correspondem a um momento em que o PT não tinha nada a mostrar a não ser a esperança.

 

Não há promessa de felicidade, plataforma de governo, ou apelos eivados de saudade e de sentimentalismo, que possam calar na mente dos eleitores brasileiros, principalmente dos 20 milhões de cidadãos que não escolheram nenhum candidato no primeiro turno, ou gerar qualquer efeito na alma amarga de eleitores céticos, varridos diuturnamente pelo discurso corrosivo e manipulador da antipolítica e da “anticorrupção” seletiva, corporativa e partidária, se antes não forem desmentidas, com fatos e dados inequívocos, as grandes calúnias que se acumularam, durante tanto tempo, sem quase nenhuma resposta, nos corações e mentes da opinião pública.

 

Agindo como o patinho feio do pleito, como se estivesse disposto a fazer o “mea-culpa” de crimes que não cometeu, como lhe cobra descaradamente parte da mídia, também parcial e, nesta altura do campeonato, profundamente hipócrita em seu morde e assopra de sorrisinho amarelo, ou escolhendo apenas propostas supostamente proativas, como se estivesse começando, sem passado, sua vida agora, o PT não fará frente ao programa claro de violência, neoliberalismo e entreguismo do adversário, nem às acusações e injustiças que recebeu ao longo de anos de inação, grandes e pequenas capitulações e hesitações, a ponto de promulgar “autonomias” e leis fascistas que se voltaram como mortais bumerangues contra ele mesmo.

 

A campanha de Haddad precisa responder com clareza e serenidade, sem abrir mão do equilíbrio, serenidade e lucidez que o candidato pretende passar aos eleitores, às acusações de quebra do país, incompetência administrativa e comunismo que foram impingidas ao PT impunemente, do “mensalão” ao impeachment de Dilma, usando para isso dados claros que foram, aí sim, incompetentemente deixados em segundo plano pela comunicação do partido dos trabalhadores ao longo de mais de uma década.

 

Há tempo mais que suficiente, na propaganda política e na internet, para abordar, na economia:

 

O pagamento da divida com o FMI no valor de 40 bilhões de dólares, respondendo à falsa afirmação de que esse pagamento e o acúmulo subsequente de 380 bilhões de dólares em reservas internacionais aumentaram a divida pública interna, já que a relação dívida-pública PIB era de quase 80% no último ano do governo FHC e estava em 64% na saída de Dilma, sem falar no corte pela metade da divida líquida.

 

A duplicação da safra de grãos, as dezenas de bilhões de reais deixados nos cofres do BNDES - canalhamente acusado de ter aplicado dinheiro apenas no exterior - a quadruplicação do salário mínimo, da renda per capita e do PIB em dólares, tirando o país do posto de décima-terceira economia do mundo em 2002 para a sexta maior do mundo em 2011, e mantendo-o ainda hoje, apesar de toda a crise, em oitavo lugar entre as entre as 10 maiores economias do mundo, e como se pode ver na página do tesouro norte-americano, como o quarto maior credor individual externo dos EUA.

 

Para responder à crença geral de que o PT é comunista, nem é preciso lembrar quanto os grandes capitalistas e bancos cresceram em seus governos, no rastro do crescimento do consumo e da economia.

 

Mais emblemático seria o apoio que foi dado pelos governos petistas - desmentindo que o partido seja “anti-brasileiro” apenas porque usa a cor vermelha em seus símbolos e manifestações - às forças armadas, por meio da promulgação da Estratégia Nacional de Defesa e do desenvolvimento e produção de material bélico como o Sistema de mísseis Astros 2020, o avião cargueiro militar KC-390, os caças Grippen NG-BR, a família de radares SABER, os tanques Guarani, o programa de submarinos da marinha, com a construção de uma nova fábrica e uma nova base de submarinos, incluído um a propulsão atômica, o míssil ar-ar A-Darter desenvolvido em parceria com a DENEL sul-africana, a nova família de rifles de assalto IA-2, da IMBEL, capazes de disparar 60 tiros por minuto.

 

O que não falta na rede são vídeos e imagens sobre tudo isso.

 

Na infraestrutura, as novas hidrelétricas, a recuperação da indústria naval, a multiplicação da produção nacional de petróleo, a extensão de ferrovias, as usinas, etc, etc, etc.

 

No social, a transposição do São Francisco, os três milhões de casas populares, o Luz para Todos, as cisternas do semiárido, etc, etc, etc.

 

Na campanha e fora dela, nos grandes portais, na internet, nas redes sociais, ou o PT desconstrói, com dados, as bases pseudo teóricas do antipetismo, ou carrega a responsabilidade de o antipetismo - agora fascismo - que deixou crescer, durante anos, sem resistência digna desse nome, bater o martelo em seu projeto de poder, arrasando por completo, no Brasil, com a liberdade e a democracia, nos próximos anos.

 

10 de out de 2018

http://www.maurosantayana.com/

 

https://www.alainet.org/pt/articulo/195845?language=en
Subscrever America Latina en Movimiento - RSS