Lula, um ano em caravana
- Opinión
Em 16 de agosto de 2017, um ano antes de ser registrado pelo povo como seu candidato à presidência do Brasil, Lula começava o ciclo de Caravanas que o levariam a 16 estados do país e o consagrariam como o maior líder político brasileiro.
Naquele momento, exatamente a um ano, Lula se sentia bloqueado, em São Paulo, assediado diariamente pela mídia, sentido os efeitos da brutal campanha contra ele e contra o PT, que havia levantado um bloqueio na capacidade dele e do partido de voltar a falar com o povo. Quando Marcio Macedo, dirigente sergipano do PT, propôs a Lula retomar as caravanas, ele imediatamente aceitou e poucas semanas depois começava a Caravana da Esperança pelo Nordeste brasileiro.
Pouco mais de sete meses depois se concluía vitoriosamente a quarta Caravana em Curitiba, depois de percorrer varias centenas de cidades brasileiras, de milhões de pessoas poderem se encontrar com o Lula, abraça-lo, falar com ele, ouvi-lo, tirar fotos com o seu querido presidente. Foram quatro caravanas e sete meses que mudaram a historia do Brasil.
Lançamos agora o livro da primeira Caravana, a que do Nordeste, com as fotos maravilhosas do Ricardo Stuckert, com apresentação do Lula e textos da Gleisi Hoffman, do Marcio Macedo, da equipe de avançada das Caravanas, feito pelo Marco Antônio Riechelmann, pelo Marco Aurélio Ribeiro, do Instituto Lula, e pelo Paulo Frateschi, e por um texto meu, que editei o livro, publicado pela Editora do LPP (Laboratório de Políticas Públicas da Uerj).
Se trata de um registro histórico da maior experiência política de massas e de formação política de caráter popular que o Brasil já viveu. Depois do silêncio da mídia tradicional, as Caravanas terminaram dia 28 de marco em Curitiba, e as oligarquias dominantes acusaram o golpe, apressando a farsa de processo contra o Lula, condenando-o sem provas, rejeitando a presunção de inocência presente na Constituição brasileira e prendendo-o maior líder politico da historia do pais.
Foi a única resposta que restou às oligarquias dominantes. Quem folheia as 227 paginas do livro e vê as 167 fotos que o compõem, pode se dar conta, ainda que indiretamente, da dimensão do amor correspondido entre o Lula e o povo brasileiro.
Deveriam ser 25 cidades nos 9 estados, mas terminaram sendo 62 cidades e incontáveis paradas nas estradas, quando o povo se aglomerava espontaneamente quando corria a história do que o Lula estava de Caravana pelo Nordeste e ia passar por ali.
Pode-se dizer que desde aquele dia 16 de agosto, quando Lula desembarcou em Salvador, a capital mais lulista do Brasil, saindo do ônibus que nos conduziu, por três semanas, por todo o nordeste, Lula não parou de fazer Caravanas: do Nordeste à Caravana de Minas Gerais, dali para a Caravana do Espirito Santo e do Rio de Janeiro, até a caravana do Sul do Brasil.
Poucos dias depois voltávamos a nos reunir com o Lula, no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, onde ele tinha começado sua vida politica, esta vez para discutir como encarar a armadilha que juízes tinham montado, na maior farsa jurídica do história do Brasil, que tenta impedir que Lula, com o apoio majoritário do povo, volte a ser presidente do Brasil.
Lula imprimiu um ritmo alucinante à história do Brasil, impondo definições, polarizando contra o governo golpista, até chegar, ontem ao registro da sua candidatura, feita por uma marcha de 50 mil pessoas. Lula, que personifica o que de melhor o Brasil tem, que representa o que o Brasil tem de mais democrático, popular e nacional, está pronto para se submeter de novo, democraticamente, à decisão soberana do povo. As Caravanas foram o preludio da virada na historia do Brasil, quer permitirá o resgate da democracia, do crescimento econômico, da justiça social e da soberania do Brasil como país. E do orgulho de sermos governados por alguém como o Lula.
- Emir Sader, colunista do 247, é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros
16 de Agosto de 2018
https://www.brasil247.com/pt/blog/emirsader/365529/Lula-um-ano-em-caravana.htm
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