O Terceiro Ajuste - o outro passo do Golpe
- Opinión

A economia brasileira não vai ter qualquer movimento concreto (de destruição da economia nacional e substituição pelo capital produtivo internacional aliado ao setor rentista), enquanto a terceira fase não se completar ou se esta se completar tardiamente.
Este processo que começou durante a última eleição presidencial, teve como mola fundamental, a paralisação da economia, de toda a cadeia petrolífera, através de seu braço jurídico, consistente na Operação Lava-Jato.
Neste campo, por sua intrínseca relação econômica, na qual as grandes empreiteiras e a Petrobrás respondiam por quase 20% da economia , estas empresas foram, a partir deste movimento, praticamente colocadas a margem do sistema produtivo.
Hoje, depois de praticamente dois anos de estagnação colhemos os frutos deste processo, um país mergulhado em extrema recessão.
E o pior, não há sinais de que tal quadro possa ser revertido.
Somente a primeira fase foi concluída, a economia brasileira, em seu motor, esta paralisada.
E isso por um singelo motivo, nestes setores – o capital internacional e as empresas que os substituiriam - não se mostram ainda seguros para aqui se instalarem, explorarem e saquearem impunemente este país, a transição não foi tranquila e, na segunda fase (golpe presidencial) as raposas se interpuseram, tomaram o poder e além de quererem sua parte no butim, querem proteção...
Por isso, enquanto elas (as raposas) não forem afastadas do governo ou aceitarem algum tipo de acordo, não pode ser redefinido o quadro econômico nacional com vistas a sua internacionalização.
Isso esta destruindo o país de tal modo que talvez impossibilite até mesmo a implementação do plano originalmente traçado, que seria de imediata apropriação.
Desta forma, este impasse impede que este plano se implante na forma e na velocidade com que foi idealizado, o que esta matando a galinha dos ovos de ouro, antes mesmo dela se revelar uma real poedeira.
Já há certo desespero ao ver a destruição que causaram(e que esta atingindo o próprio patrimônio dos golpistas), e ao mesmo tempo, a impotência diante de certos fatos, de obstáculos que precisam ser afastados, para darem lugar a terceira fase do plano.
O afastamento de Temer, e de seu grupo, que é considerado imprescindível, passou a ter componentes novos, a ascensão ao poder deste grupo, e a nova correlação de forças, talvez impeça, ou atrase este novo passo.
E sem este novo passo a economia não se move, nem como exploração desenfreada.
Estamos diante de um impasse monumental, se continuar paralisada não vai haver mais espaço para nada, nem mesmo exploração viável a curto prazo, a sucateação de certos setores não permitiria mais a retomada em prazos reduzidos que impeçam o imenso descontentamento popular, fruto do paraíso que foi vendido – e não será entregue.
E, considerando que este curto prazo seria de mais de ano, num quadro de intensa recessão e desemprego, com baixa arrecadação e sem crédito, revela-se um quadro tétrico.
Portanto, para os golpistas urge seja dado este próximo passo e aplicado o terceiro ajuste do plano.
Para só então, ser implantada a fase final, a ascensão ao poder total do PSDB DEM e do capital rentista e das petroleiras, com a alienação total do patrimônio nacional e diminuição do estado a níveis insignificantes.
A prisão de Cunha mostra a urgência destes novos passos, que não seguem mais nenhum planejamento, agindo cada um dos atores por impulso, frente a iminente derrocada, não do golpe, mas do país, oque pode ter o condão de trazer junto o germe de sua própria destruição.
21/10/2016
http://jornalggn.com.br/fora-pauta/o-terceiro-ajuste-o-outro-passo-do-golpe-por-sergio-medeiros
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