Como age a mídia para inviabilizar a política, os partidos e as instituições no Brasil

05/05/2015
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1.       Em pouco mais de uma  década de governos progressistas, sustentados por uma coalizão partidária , liderada pelo Partido dos Trabalhadores, formada sem uma base  político – ideológica consistente,  agregando  partidos de  diferentes estratos, em estranha união  para propiciar “governabilidade”,  assistimos a uma campanha impiedosa, elaborada e  patrocinada pela chamada mídia hegemônica brasileira, com possíveis conexões internacionais.

 

2.       Os resultados dessa campanha já se tornam visíveis em nossos horizontes. O processo de desestabilização da Política,  tendo como alvo prioritário o Governo Federal e o PT, pensado de forma primária, sem avaliar consequências previsíveis  para  o País, está trazendo sérios desgastes institucionais, os quais atingem não apenas a esfera política. A corrosão moral  da atividade partidária é evidente, mesmo aos olhos dos mais distraídos analistas.  Pesquisas de opinião, razoavelmente confiáveis,  mostram  o quanto é sofrível o conceito dos políticos, dos partidos e do Congresso Nacional junto aos diversos  segmentos da população brasileira. É correto supor que esse desgaste é decorrência direta dessa campanha desastrada, que estigmatiza a atividade político-partidária como necessariamente desonesta, amoral e contrária aos interesses nacionais. A quem interessa tal julgamento?

 

3.       Outros efeitos colaterais não previstos pelos planejadores dessa Campanha, atingem o Poder Judiciário. Ampliando-se, dessa forma, o  juízo negativo que os brasileiros fazem sobre as instituições que compõem o Governo:  Legislativo, Executivo e Judiciário.

 

É visível a interferência  indevida, e até mesmo  espúria, da Mídia no Poder Judiciário. É possível citar vários exemplos dessa influência negativa, no sentido de partidarizar as decisões dos órgãos colegiados. Com a ameaça subjacente de denegrir, inapelavelmente, a imagem de juízes que venham a tomar decisões – embora corretas e justas -  contrárias aos desígnios imediatos da Mídia hegemônica.

 

4.       E para espanto de muitos brasileiros que cultivam, naturalmente, os valores da Justiça, da Democracia e da  Legalidade , assistimos a ampliação de novos e mal explicados conceitos “morais”. Agora aplicados pelo Judiciário às empresas privadas, nacionais e internacionais, que prestam serviços ao Governo, através de sistemas de concorrência  previstas em Lei, que diante de suspeitas de conduta fraudulenta no processo de concorrência e execução de obras, se veriam obrigadas a não  apenas ressarcir o erário público, mas a cumprir  punições que extrapolariam os limites legais.  Criando situações absurdas, com sérios reflexos no andamento de obras, causando desemprego e paralisação de atividades produtivas, essenciais ao crescimento e  ao desenvolvimento econômico do país.

 

5.       São graves e imprevisíveis, portanto, as consequências dessa Campanha para a evolução normal das atividades do País. Tem-se, por vezes, a impressão de que estamos andando para trás.  Retomando caminhos obscuros que podem nos afastar do processo civilizatório e da vida democrática. Anseio e direito de todos os brasileiros.

 

Brasília, maio/2015

 

https://www.alainet.org/pt/articulo/169413?language=es
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