Desafios sociais e ambientais

13/05/2012
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Documento divulgado em dezembro de 2011 pelo Projeto Milênio, que monitora os Objetivos do Milênio, estabelecidos pela ONU, constata que, na última década, o mortalidade infantil teve redução mundial de 30%. Aumentou a escolaridade no ensino médio e diminuíram os conflitos armados.

 Os
principais problemas globais na atual década são as mudanças climáticas, a corrupção, o terrorismo e o narcotráfico. Em 2010, 90% dos desastres naturais foram causados por mudanças climáticas. Ceifaram a vida de 295 mil pessoas e deram um prejuízo US$ 130 bilhões!

 Em
junho, o Brasil abrigará, no Rio, a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). Paralelo ao evento oficial, haverá a Cúpula dos Povos, que congrega os movimentos sociais e ambientalistas. A disputa será entre aeconomia verde, defendida pelos arautos do neoliberalismo, e aeconomia solidária, proposta por aqueles que acreditam que não haverá preservação ambiental sem superação do atual modelo de desenvolvimento predatório baseado da acumulação privada da riqueza.

 Constata
a ONU que, embora tenha havido melhoria nos itens saúde e educação, comparados às décadas anteriores, ainda hoje cerca de 900 milhões de pessoas carecem de acesso à água potável, e 2,6 bilhões não dispõem de saneamento básico (no Brasil, 34,5 milhões de pessoas vivem sem este direito elementar, segundo o IPEA).

 A
desigualdade entre ricos e pobres se aprofunda, informa o documento. Mais de 900 milhões de pessoas (13% da população global) sobrevivem em extrema pobreza, e apenas 17 milhões terão saído desse estado de penúria em 2015 (cf. Banco Mundial,Estado do Futuro 2011).

 O
Projeto Milênio alerta para a importância de se promover o desarmamento, reduzir o consumo de energia proveniente de combustíveis fósseis, e combater a corrupção e o narcotráfico. A ONU calcula que o crime organizado movimenta anualmente mais de US$ 3 trilhões, o dobro do orçamento militar do mundo. E cálculos do Banco Mundial indicam que os subornos absorvem US$ 1 trilhão por ano.

 Para
o Projeto Milênio, os governos devem implementar medidas educacionais e de transparência para conter a corrupção. Famílias e escolas precisam incutir nos mais jovens o horror à falta de ética e a autoestima baseada no caráter. Empresas começam a premiar com salários extras funcionários que, no sistema de Disque-denúncia, apontam a corrupção de colegas. E é preciso aumentar o controle da sociedade sobre a administração pública, como é o exemplo da Ficha Limpa no Brasil.

  Para
se ajustar aos Objetivos do Milênio, nosso país clama por reformas: política, judiciária, agrária e tantas outras que corrijam os desmandos que ainda imperam, resquícios de uma mentalidade colonialista que considerava cidadãos apenas aqueles que possuíam propriedades.

 

Frei
Betto é escritor, autor, em parceria com Marcelo Barros, deO amor fecunda o Universoecologia e espiritualidade(Agir).  
www.freibetto.org
<http://www.freibetto.org>  Twitter:@freibetto.

Copyright 2012FREI BETTONão é permitida a reprodução deste artigo em qualquer  meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Se desejar, faça uma assinatura de todos os artigos do escritor. ContatoMHPALAgência Literária (mhpal@terra.com.br)

 

https://www.alainet.org/pt/articulo/157898?language=es
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