O capitalismo e Acordo de Cancun: faces de uma mesma crise
13/03/2011
- Opinión
Entre 29 de novembro e 10 de dezembro de 2010 foi realizada em Cancún, México, a 16ª edição da Conferência das Partes da Convenção Marco das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP-16). As “partes”, nesse caso, são os 194 países que assinaram e ratificaram tratados internacionais no âmbito da ONU obrigando-se a cooperar para combater as mudanças climáticas.
Ao contrário da edição anterior (COP-15) em Copenhague, na Dinamarca, o encontro de Cancún não gerou muitas expectativas em relação ao estabelecimento de um acordo que pudesse realmente lidar com as causas e efeitos da crise climática. Poucos chefes de Estado compareceram ao balneário turístico mexicano, a imprensa internacional não deu tanto destaque ao tema e nem mesmo os movimentos sociais e organizações da sociedade civil conseguiram preparar mobilizações massivas, apesar de terem feito importantes protestos, denúncias e encontros. Em termos de mobilização mesmo, foi a polícia federal mexicana quem mais apareceu, com seus mais de 35 mil soldados espalhados por todas as esquinas da cidade, cruzando incessantemente de um lado para outro em suas pick-ups negras com metralhadoras giratórias na caçamba e fuzis apontados para todos os lados. Sem contar os helicópteros trazidos diretamente da guerra no Afeganistão e que volta e meia davam seus rasantes sobre a cidade, principalmente se alguma passeata estava em curso.
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