Os lobos e os cordeiros
23/07/2006
- Opinión
A ação terrorista no Oriente Médio lembra a fábula do lobo e do cordeiro. Aquela que o lobo bebe água rio acima e o cordeiro rio abaixo e num prodígio qualquer o cordeiro turva a água do lobo.
A paz nunca interressou a Israel. O terrorismo do estado judeu é uma constante desde sua instalação. O desrespeito aos direitos humanos, a violência e a barbárie da organização são marcas registradas tanto da presunção de povo “superior”, como dos interesses nos “negócios”.
A visita da secretária Condoleezza Rice corrobora essa constatação. Condoleezza quer que o Hezbollah solte os dois terroristas israelenses capturados na fronteira com o Líbano e recue vinte quilômetros dentro do território libanês, deixando a fronteira à mercê das forças terroristas de Israel.
É a condição para o cessar o fogo.
O ataque de Israel começou contra a faixa de Gaza e tinha como pretexto a libertação de um terrorista capturado por palestinos. Estendeu-se ao Líbano e é fácil entender isso. Em Gaza o controle da água e no Líbano, buscar assegurar o domínio sobre o sul do país, desalojando o Hezbollah.
Essa política para o Líbano tem seu inicio na decisão do governo Bush de forçar a retirada das tropas sírias que garantiam o país contra a ocupação pelos judeus.
O governo central do Líbano é títere dos EUA, mas é impotente para estender seu controle sobre todo o país, até porque, nas próprias forças armadas existem resistências a aceitar as ações terroristas de Israel como se nada tivesse acontecido.
Centenas de mulheres e crianças palestinas e libanesas já foram assassinadas na ofensiva do terror judeu. Um representante das Nações Unidas na região declarou-se abismado com a pouca ou nenhuma preocupação de Israel com direitos humanos. Fez uma conclamação aos governos do mundo para deter a violência.
A afirmação que Israel exerce o seu direito de defesa, de garantir sua sobrevivência é falsa, mentirosa e de forma deliberada. Israel é o único estado da região a dispor de armas nucleares e tem as forças armadas equipadas com armas de última geração fornecidas pelos EUA. Sede da organização terrorista Casa Branca.
Um refugiado palestino, lembrando o filme “Corações e Mentes” perguntou a um jornalista alemão o que querem que seu filho seja se terroristas judeus entram em sua casa, matam, estupram sua mulher e lhe dão prazo para ir embora, sendo apenas um pequeno produtor de tomates e flores.
O repórter não soube responder. Na guerra do Vietnã e no documentário um pai de uma criança do Vietnã do Norte mostra a camisa da filha morta, ensangüentada, por obra dos bombardeios da “liberdade”, pelas forças invasoras, naquele caso os EUA. Pergunta a Nixon se ele não tem vergonha, era o presidente à época.
A comunicação hoje é controlada pelos grandes grupos econômicos que, por sua vez, têm estreitas ligações com grupos judeus. Logo, mesmo estando rio acima e o cordeiro rio abaixo, são os palestinos e os árabes de um modo geral quem turvam as águas de Israel.
O mais fraco é o responsável pela violência do mais forte. Tem sido a lógica perversa da dominação desde tempos imemoriais.
O que acontece no Oriente Médio é apenas uma face do mundo globalizado na ótica do neolilberalismo e do império norte-americano.
Pura boçalidade, pura estupidez.
A resistência é fundamental. A ação terrorista tem objetivos imediatos e objetivos a médio e curto prazo. Num segundo momento querem chegar aos governos da Síria e do Irã.
Faz parte de uma estratégia de dominação de todo o Oriente Médio e subordinação dos governos de povos e países árabes.
Israel é o braço do terrorismo dos EUA. A violência do governo judeu só tem de fato paralelo nos campos de concentração nazistas. Aqueles onde os judeus aprenderam a fazer igual.
Os cordeiros desarmados são os culpados da guerra suja dos lobos armados até os dentes.
https://www.alainet.org/pt/articulo/116213?language=en
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