Contra a política indigenista do governo Lula
29/04/2005
- Opinión
Contra a política indigenista do governo Lula
O Fórum em Defesa dos Direitos Indígenas (FDDI), composto por organizações
indígenas regionais, organizações não governamentais, entidades
indigenistas, e outras organizações civis anunciaram, em uma entrevista
coletiva, no dia 31 de março último, na sala da Comissão de Direitos
Humanos da Câmara dos Deputados, o “Manifesto de Abril” e uma série de
eventos e protestos, que acontecerão em todo o País durante o mês de Abril,
contra a política indigenista do governo Lula. Chamada de “Abril Indígena”,
a mobilização deverá contar com um grande acampamento, na Esplanada dos
Ministérios, na última semana do mês, e manifestações regionais, nos
estados, na penúltima semana.
O manifesto critica as ações do governo federal para a área indígena em
geral e denuncia o agravamento do problema da saúde indígena, a demora em
homologar em área contínua a Terra Indígena Raposa-Serra do Sol e a
proposta de uma “moratória” para novas demarcações, entre outros casos
emblemáticos. Para as organizações que assinam o documento, a política
indigenista oficial é marcada pelo “descaso e continuísmo” e o governo
Lula, por incrível que pareça, tornou-se antiindígena.
De 24 de abril a 3 de maio, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília,
acontecerá um grande acampamento indígena apelidado de “Terra Livre”. Serão
armadas cinco malocas onde ocorrerão plenárias, oficinas e seminários. Além
de criticar a ausência e a ineficiência de políticas públicas específicas
para os índios, também deverão ser discutidas propostas alternativas, como
a criação de um Conselho Nacional de Política Indigenista com a
participação de organizações indígenas e outras instituições da sociedade
civil. A expectativa é de que mais de 800 indígenas de todo o País estejam
presentes. O acampamento termina no dia 3 de maio, quando se reunirá com
uma marcha da Via Campesina, articulação internacional de organizações
camponesas que luta pelos direitos dos trabalhadores do campo, a segurança
alimentar, a equidade nas relações internacionais, e contra as mazelas da
globalização.
O FDDI é composto pelas seguintes entidades: Coordenação das Organizações
Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Conselho Indígena de Roraima
(CIR), Associação Brasileira de Antropologia (ABA), Instituto
Socioambiental (ISA), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Centro de
Trabalho Indigenista (CTI), Comissão Pró-Yanomami (CCPY). O “Abril
Indígena” é apoiado ainda por outras organizações como a Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Sociedade Brasileira pelo
Progresso da Ciência (SBPC).
Para mais informações:
Paulino Montejo (Coiab) – 323-5068 / comunicacao@coiab.com.br
Priscila D. Carvalho (Cimi) – 9979-6912 / 322-7582 / imprensa@cimi.org.br
Murilo Caldas (CTI) – 349-7769 / murilo.caldas@trabalhoindigenista.org.br
Oswaldo Braga (ISA) – 9972-1268 / 3035-5104 / oswaldo@socioambiental.org.br
FÓRUM EM DEFESA DOS DIREITOS INDÍGENAS (FDDI)
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