Até Noblat apoia “Mais Médicos”
25/08/2013
- Opinión
Na semana passada, Ricardo Noblat, o blogueiro da Globo, já havia surpreendido ao criticar a truculência de Joaquim Barbosa, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) tão queridinho da mídia. Hoje, porém, ele se superou ao defender o programa “Mais Médicos”. Deixando de lado o seu ranço contra o chamado “lulopetismo”, ele tascou no título do seu artigo: “Só vejo vantagens (sobre a vinda de médicos estrangeiros)”. Apesar da linguagem ainda ser eivada de anticomunismo, o jornalista ridicularizou as falácias dos direitistas – inclusive de seus amigos e “imortais” da Globo – contra os médicos cubanos.
“Sem tolices, por favor. Queriam o quê? Que precisando contratar médicos para fixar no interior do país o governo não o fizesse só por que os nossos têm outros planos? Ou então que contratasse estrangeiros, mas não cubanos por que eles vivem sob uma ditadura?”, indaga. Na sequência, ele lembra que os 400 médicos cubanos que desembarcaram neste final de semana no país aceitaram trabalhar durante três anos nas 701 cidades rejeitadas por brasileiros e estrangeiros inscritos no programa “Mais Médicos”, do governo federal. E parte para o ataque, sem economizar ironias:
“São municípios que exibem os piores índices de desenvolvimento humano do país, 84% deles situados no Norte e no Nordeste. Os nossos médicos brancos e de olhos azuis não topam servir onde mais precisam deles. Médicos brancos e de olhos azuis... (Olha o racismo aí, gente!) O que eles querem mesmo é conforto, um consultório para chamar de seu e bastante dinheiro. Igarapés? Mosquitos? Casas de pau a pique? Internet lenta? Medicina, em parte, como uma espécie de sacerdócio? Argh! Mas a Constituição manda que o Estado cuide da saúde das pessoas. E para isso ele lançou um programa”.
O blogueiro de O Globo polemiza até com os argumentos eleitoreiros da oposição demotucana – o que deve causar baita ressaca em Aécio Neves, o cambaleante presidencial do PSDB. “Acusam o programa de ter sido concebido sob medida para reeleger Dilma. E eleger governador de São Paulo o ministro Alexandre Padilha, da Saúde. Outra vez suplico: ‘sin tonterías, por favor’. Queriam o quê? Que podendo atender o povo e ganhar uns votinhos eles abdicassem dos votinhos?”. Noblat rechaça inclusive as críticas sobre as possibilidades de êxito do programa do governo federal:
“Médico cubano não fala português direito! (Ora, tenham dó. Eu passo.) Não podem ser tão bem preparados. Podem e são. Estão em dezenas de países. Até no Canadá. Até na Inglaterra. Ministro da Saúde, José Serra foi a Cuba conhecer como funcionava o sistema de atendimento médico comunitário. Voltou encantado. No final dos anos 90, o governo do Tocantins importou 210 médicos, 40 enfermeiros e oito técnicos cubanos. Sucesso total”. Juro que fiquei surpreso com o artigo. Será que Ricardo Noblat releu o seu próprio livro: “O que é ser jornalista”?
“Sem tolices, por favor. Queriam o quê? Que precisando contratar médicos para fixar no interior do país o governo não o fizesse só por que os nossos têm outros planos? Ou então que contratasse estrangeiros, mas não cubanos por que eles vivem sob uma ditadura?”, indaga. Na sequência, ele lembra que os 400 médicos cubanos que desembarcaram neste final de semana no país aceitaram trabalhar durante três anos nas 701 cidades rejeitadas por brasileiros e estrangeiros inscritos no programa “Mais Médicos”, do governo federal. E parte para o ataque, sem economizar ironias:
“São municípios que exibem os piores índices de desenvolvimento humano do país, 84% deles situados no Norte e no Nordeste. Os nossos médicos brancos e de olhos azuis não topam servir onde mais precisam deles. Médicos brancos e de olhos azuis... (Olha o racismo aí, gente!) O que eles querem mesmo é conforto, um consultório para chamar de seu e bastante dinheiro. Igarapés? Mosquitos? Casas de pau a pique? Internet lenta? Medicina, em parte, como uma espécie de sacerdócio? Argh! Mas a Constituição manda que o Estado cuide da saúde das pessoas. E para isso ele lançou um programa”.
O blogueiro de O Globo polemiza até com os argumentos eleitoreiros da oposição demotucana – o que deve causar baita ressaca em Aécio Neves, o cambaleante presidencial do PSDB. “Acusam o programa de ter sido concebido sob medida para reeleger Dilma. E eleger governador de São Paulo o ministro Alexandre Padilha, da Saúde. Outra vez suplico: ‘sin tonterías, por favor’. Queriam o quê? Que podendo atender o povo e ganhar uns votinhos eles abdicassem dos votinhos?”. Noblat rechaça inclusive as críticas sobre as possibilidades de êxito do programa do governo federal:
“Médico cubano não fala português direito! (Ora, tenham dó. Eu passo.) Não podem ser tão bem preparados. Podem e são. Estão em dezenas de países. Até no Canadá. Até na Inglaterra. Ministro da Saúde, José Serra foi a Cuba conhecer como funcionava o sistema de atendimento médico comunitário. Voltou encantado. No final dos anos 90, o governo do Tocantins importou 210 médicos, 40 enfermeiros e oito técnicos cubanos. Sucesso total”. Juro que fiquei surpreso com o artigo. Será que Ricardo Noblat releu o seu próprio livro: “O que é ser jornalista”?
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