A ditadura no Rio Grande do Sul volta à tona

10/06/2008
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Em meio tantas denúncias de corrupção e desvio de dinheiro público dentro do Governo Yeda Crusius, agora nos deparamos com a mais covarde forma de repressão a manifestações legítimas da sociedade. Hoje (11/06), estudantes, desempregados, sindicalistas, sem-terra, que iriam protestar contra a alta dos alimentos no supermercado Nacional, do grupo Wal-Mart e contra as corrupções dentro do Governo Estadual, foram recebidos pela Brigada Militar com balas de borracha, bombas de gás e muita truculência. O resultado é alarmante: foram 17 manifestantes feridos, 12 presos; pessoas que queriam ser ouvidos/as pacificamente. Pessoas que estão no seu direito constitucional de protestar, mas são impedidas pelas forças estatais que não quer ouvir críticas.

Não é a primeira vez que isso acontece, no entanto. Eu mesmo fui impedido, enquanto parlamentar federal, de acompanhar uma ação da Brigada Militar em São Gabriel durante uma ocupação feita em uma área já cedida pelo Incra, ainda no mês passado. Na ocasião, Carandiru foi café pequeno diante do tratamento dado àqueles camponeses. Ficaram mais de oito horas sentados, sem comida, com as mãos na cabeça como se fossem bandidos... e eram agricultores que querem terra para trabalhar. Mulheres, professores, trabalhadores, crianças... quem será a próxima vítima de Yeda Crusius?

As cenas que presenciamos desde a implantação desta forma policialesca e criminosa no trato com os movimentos sociais, sejam eles urbanos, ou rurais me lembram a Ditadura Militar brasileira, quando éramos cerceados de nossa liberdade de manifestação e expressão. A atual governadora se comporta como uma grande ditadora e, o pior, sem nenhuma base popular que a sustente. E principalmente neste momento, em que o nosso Rio Grande está (des) governado, ações como a de hoje espantam e indgnam qualquer cidadão e cidadã de bem.

Que democracia é esta?

Até onde este (des) governo vai avançar na tentativa de reprimira voz de quem não concorda e não admite que sejamos enganados pela corrupção, a má administração, a prioridade para quem não se importa com a população gaúcha, mas que quer, às nossas custas, adquirir o lucro?

O povo gaúcho tem história. Tivemos governadores bravos, como Leonel Brizola que instituiu a legalidade no nosso Estado. Tivemos presidentes importantes, como João Goulart e Getúlio Vargas. Somos reconhecidos pela nossa bravura e é esta bravura, que tanto orgulha os gaúchos, que não vai permitir a corrupção desenfreada e nem este tipo de desrespeito a nossa gente, aos nossos movimentos sociais.

Tentam nos calar. Mas não vão conseguir, jamais!

- Adão Pretto é deputado federal pelo PT/RS
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