Novos atos virão
O teste da Globo passou no teste das ruas
11/07/2013
- Opinión
Projeção na sede da Globo (Foto: Maria Frô)
De repente uma palavra surge sobre o símbolo da Globo e outra a substitui na sequência.
Mente foi a primeira. Sonega, depois.
De onde surgiu aquilo? Quem mirava o projetor com tamanha criatividade contra a toda poderosa de tantos tempos e governos?
Era uma poderosa rede articulada ou apenas dois garotos criativos?
E a música? Quem era o puxador de samba daquela bateria?
Quem era aquela menina que parodiava a música tema do carnaval global?
E a galera com raiva e rostos cobertos? Quem eram os meninos que se diziam blacks blocs?
Quem era aquela gente nova numa manifestação pela democratização da mídia?
Quem eram eles que se mi
sturavam ao Intervozes, ao Barão de Itararé e ao pessoal do MST e o Levante Popular?
Quem eram eles que estava ali com o Movimento Passe Livre e da Mídia Livre? Quem eram os ninjas que não eram da Pós TV?
Eles junto com o Lalo, o Sérgio Amadeu, o Miro, o João Brant e o Igor Felippe. Eles os pichadores sem medo e as meninas corajosas da primeira fila. Eles e elas que ignoraram a polícia e seus helicópteros.
A marcha de ontem à noite na frente à Globo marcou.
Uma TV inóspita e pouco acessível. Que fica num lugar inóspito e pouco acessível. Numa cidade, convenhamos, bastante inóspita como São Paulo. Mesmo assim éramos ao menos uns 2 mil por lá.
Aliás, daria para comparar a manifestação noturna de ontem na frente da Globo, que não tinha um único figurante, com a dos médicos na Paulista. A deles, segundo o Jornal da Globo do dia, teria 5 mil. Sendo assim, 5 mil para a de ontem também.
Passa bastão
Bastão passado. Havia muitos e muitos jovens putos, putíssimos com a TV dos Marinhos. Gente que quer ocupar a Globo. Que quer ocupar o Congresso. Que quer ocupar o Ministério das Comunicações. Que quer ir até as últimas consequências para mostrar que não aceita mais este jogo nas comunicações. Que quer derrubar o Paulo Bernardo e sua mentalidade lobista.
E tudo indica que isso vai continuar.
(Foto: Elisa/Centro de Mídia Independente)
A partir de hoje a Globo virou alvo. E a democratização das comunicações uma pauta das ruas.
Que bom que havia muitos jovens e a boa energia do Passe Livre.
E que bom que o MST estava lá.
Há coisas novas acontecendo. E em algum momento isso haveria de acontecer. A Globo se tornaria alvo.
Do que é movimento novo. E do que supostamente é movimento tradicional.
A Globo não poderia passar ao largo de um momento histórico como este que vive o Brasil.
Era preciso um movimento global contra a Globo.
O que aconteceu hoje foi só o começo.
As redes vão amadurecer o que aconteceu nas ruas. E vão articular novas ruas.
Redes e ruas vão criar ainda muitos problemas para quem se achava acima deles, a Globo.
https://www.alainet.org/fr/node/77610?language=en
Del mismo autor
- Igreja Católica, ONGs, MST e Cuba: o esquema de perseguição do regime Bolsonaro 12/02/2019
- 21 pontos para entender a crise nas Forças Armadas 26/09/2017
- Quem é quem no núcleo duro de Marina Silva 21/08/2014
- Eu vejo Fujimori em Joaquim Barbosa 21/11/2013
- Os governos progressistas ainda não entenderam o que é a área de comunicação 11/11/2013
- Eduardo Cunha articula acordão entre Globo e teles contra o Marco Civil 30/10/2013
- Dilma defende neutralidade na rede em encontro com CGI 16/09/2013
- O que a espionagem dos EUA tem a ver com a Globo, as teles, o Marco Civil e o Paulo Bernardo 01/09/2013
- O médico cubano negro e a intolerância da nossa elite branca 27/08/2013
- O teste da Globo passou no teste das ruas 11/07/2013