Fatos de Nossa América
31/10/2012
- Opinión
Argentina
Um dia após a presidenta Cristina Kirchner anunciar a expansão do programa de assistência às famílias carentes denominado “Asignación Universal por Hijo”, passando dos atuais 270 para 340 pesos (de 116,00 para 146,00 reais, no câmbio atual), se viu uma gigantesca mobilização contra o governo liderada por setores da classe média e da alta burguesia com ampla difusão pelos meios de comunicação de massas. A mobilização de quinta-feira, 13, a maior desde o início do segundo mandato de Cristina, convocada por meio das redes sociais e pelas empresas de comunicação como “O Clarín” e “La Nación”, levou para as ruas o descontentamento desse setor às recentes decisões do governo sobre temas como a Lei dos Meios de Comunicação, a estatização da petroleira YPF, a reforma no Banco Central, e a regulação do setor de compras e vendas de divisas no país, além da proposta de revisão constitucional. Essa marcha, parece ter ressuscitado uma oposição que até então estava completamente fragmentada e desunida frente ao Kirchnerismo. Sabedor que essas medidas atingiriam grande parte desse setor, o governo de Cristina, até o momento, se mantém firme e não demonstra nenhum sinal que vá retroceder em suas propostas.
América Central
América Central
No último sábado (16), países centro-americanos como El Salvador, Honduras, Costa Rica, Nicarágua e Guatemala, comemoraram 191 anos de suas independências. Ainda que em seus festejos, seus respectivos presidentes tenham feito chamados à unidade, à paz e a buscar a verdadeira independência econômica, política e social na região, é cada vez mais visível a dependência desses países, com raríssimas exceções, às políticas ditadas desde Washington. Os índices de extrema pobreza, analfabetismo, saúde e a violação aos direitos humanos nesses países são questões sociais latentes e não se vê, pelo menos a curto e médio prazo, uma saída para essas questões cruciais. Por meio dos tratados de livre comercio, como o CAFTA, os Estados Unidos determinam a política econômica, e por meio de sua rede sofisticada de bases militares fazem intervenção direta em qualquer país que contraponha seus interesses na região, como foi o caso do golpe em Honduras recentemente.
México
México
As manifestações do movimento estudantil #YoSoy132 durante os festejos pelo dia da Independência no México foram duramente reprimidas pelo polícia nacional. Segundo o Comitê Jurídico e de Direitos Humanos da organização, a repressão deixou um saldo até agora de 97 militantes presos e mais de 15 feridos. Conforme havia anunciado anteriormente, o movimento aproveitou a passagem da data festiva no México para fazer um contundo repúdio à gestão de Felipe Calderón quando o qualificam como o verdadeiro responsável pelo nível de repressão aos movimentos sociais, pela “ligação carnal” do México com os Estados Unidos e pela situação caótica que vive o país em todos os setores sociais. Nascido justamente no período eleitoral, os ativistas, denunciaram também que está havendo um golpe frontal à democracia mexicana por conta das fraudes explícitas reveladas no processo das eleições presidenciais ocorridas no mês de julho passado, resultado esse que pretende homologar Enrique Peña Nieto como presidente eleito.
Paraguai
Paraguai
Distintas organizações campesinas e indígenas paraguaias começaram na segunda-feira, 17, várias atividades em todo o país em defesa da sementes crioulas nacionais e um rechaço à decisão governamental de liberar o uso de sementes transgênicas em todo o território nacional. Acusada como um dos eixos articuladores que resultaram no golpe que depôs o presidente Fernando Lugo, a empresa transnacional Monsanto, é a principal interessada na propagação das sementes transgênicas no Paraguai, onde até então era proibida sua disseminação. Os manifestantes afirmam que a defesa do uso das sementes nativas e crioulas representa o cuidado de um recurso primordial para a segurança e soberania alimentar de toda uma nação.
Panamá
Panamá
Camponeses panamenhos iniciaram um processo de mobilização contra o governo do presidente Martinelli, o qual acusam de levar a cabo uma “política depredadora” por meio das concessões de hidrelétricas, mineradoras e projetos extrativistas, que vão afetar principalmente os moradores próximos aos rios Ojos de Agua, Chico e Grande, localizados na zona de Coclé. Afirmam que esses projetos atentam contra a soberania alimentar, o meio ambiente e a saúde de suas populações e reclamam que o processo de concessões desses projetos tem acontecido sem que haja uma consulta prévia aos habitantes da região onde serão implantados e sem um estudo prévio dos impactos ambientais e sociais que os mesmos podem causar.
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