Elites aterrorizadas: depois de Chaves vem Evo Morales

01/08/2012
  • Español
  • English
  • Français
  • Deutsch
  • Português
  • Opinión
-A +A
Depois de 31 anos, com a entrada da Venezuela, Mercosul é ampliado. O setor industrial e comercial brasileiro avalia que o Mercosul, agora com um produto interno bruto (PIB) de US$ 3,3 trilhões, será responsável por 83,2% do PIB de toda a América do Sul.
 
As elites paraguaias cometeram um erro político primário ao instituir um golpe parlamentar contra o presidente Fernando Lugo, cujo mandato terminaria em abril de 2013. Estimuladas pelos setores sociopolíticos mais conservadores do país e  pelos produtores de soja e criadores de gado – ambos acostumados a respeitar somente suas próprias leis –, abriram as portas do Mercado do Cone Sul à Venezuela.
 
Com impaciência, as elites acabaram por promover o que menos queriam: a presença do presidente venezuelano, Hugo Chaves, como membro pleno do Mercosul. O governo do Paraguai ameaça entrar na justiça, mas dificilmente os fóruns internacionais darão admissibilidade ao processo.
 
As elites do Cone Sul se sentiram ameaçadas pela presença de Chaves. Isso ficou evidente na divisão das bancadas parlamentares do Brasil e do Uruguai no Parlamento do Mercosul (Parlasul). O pior dos medos das elites é que, em seguida a entrada da Venezuela, começará uma campanha para admissão da Bolívia, que acaba de expulsar a Coca-Cola do país e anunciar a falência do McDonald’s.
 
O Itamaraty avalia que a Venezuela terá que adotar a normativa comercial do bloco, o que poderá demorar até quatro anos. Enquanto isso, o governo venezuelano participará de todos os foros do Mercosul e indicará os parlamentares para compor o Parlasul.
 
O setor industrial e comercial brasileiro avalia que o Mercosul, agora com um produto interno bruto (PIB) de US$ 3,3 trilhões, será responsável por 83,2% do PIB de toda a América do Sul. Assumindo a quinta economia mundial, o Mercosul terá a participação aumentada de 70% a 80% na economia sul-americana em um mercado de 270 milhões de pessoas (70% do continente).
 
O setor energético terá, igualmente, um salto de produção e o bloco poderá se consolidar como uma potência nas áreas de energia e produção de alimentos.
 
Independente do avanço econômico do Mercosul, há preocupação quanto à capacidade do presidente Chaves de gerar controvérsias. Sua figura e declarações polêmicas antiamericanas, que destoam da posição de outros membros do bloco, poderão gerar tensões políticas.
 
Problemas futuros não se resolvem, mas pode-se preveni-los para minimizar os estragos.
 
01/08/2012
 
 
- Edélcio Vigna é assessor político do Instituto de Estudos Socioeconômicos -Inesc
 
 
https://www.alainet.org/es/node/159971
Suscribirse a America Latina en Movimiento - RSS