Conflitos e parcerias em torno de projetos socioambientais
16/01/2012
- Opinión
Crescendo e fazendo mais desde 1946, o Banco Mundial 1 tornou-se uma organização muito distinta daquela imaginada e acordada em Bretton Woods dois anos antes. Quando começou tinha quatrocentos funcionários e 42 Estados-membros; no ano de 2010, tinha por volta de 10 mil funcionários e mais de 190 Estados-membros. Tendo efetuado 745,5 bilhões de dólares em empréstimos entre 1947 e 2010, a amplitude de suas áreas de atuação também se diversificou junto com o aumento de sua carteira, passando a abarcar gradativamente, além das áreas originais de infraestrutura e energia, política econômica, educação, saúde, habitação, meio ambiente, administração pública e reconstrução nacional pós-conflito (cf. Banco Mundial, 2010).
A subida do banco à condição de organização multilateral relevante no pós-guerra foi escorada, do ponto de vista político e financeiro, pelos Estados Unidos, que sempre foram o maior acionista, o membro mais influente e o único com poder de veto na instituição, forjando-a como parte da sua rede de poder infraestrutural externo 2 . De fato, diferentemente do Fundo Monetário Internacional, produto de uma disputa acirrada entre Grã-Bretanha e Estados Unidos, o Banco Mundial é, em larga medida, uma criação estadunidense, e as relações com os Estados Unidos foram decisivas para defini-lo e para modelar sua direção, estrutura operacional, pautas de empréstimo e práticas institucionais (cf. Gwin, 1997).
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