Povo se mobiliza e garante a realização de um processo democrático
20/04/2008
- Opinión
O dia 20 de abril com certeza ficará marcado na história da nação Paraguaia. No dia de ontem exatamente 1.877.433 cidadãos paraguaios foram as urnas para eleger seu próximo presidente, vice presidente, governadores, deputados, senadores, consejales, além de seus representantes no ParlaSul, o parlamento do MERCOSUL.
Desde as sete horas da manhã, hora em que as urnas foram abertas, houve uma grande mobilização popular para exercer o direito ao voto, hoje o voto no país é obrigatório, mas não existem sanções para quem não cumpra com seu dever. A mobilização popular foi não somente para votar, se não também para "defender o seu voto", conceito cunhado com a intenção de convocar os eleitores não somente a votar, mas também para ajudar a fiscalizar e coibir possíveis fraudes no processo eleitoral.
Os apelos dos diversos partidos e grupos políticos, organizações sociais, foram correspondidos. No dia de ontem foi organizado um verdadeiro batalhão de pessoas para ajudar a fiscalizar de forma voluntária o processo eleitoral. Cerca de 6 mil pessoas trabalharam voluntariamente neste processo, dentre elas muitos jovens e estudantes. Uma entidade chamada Sakâ que trabalha com controle paralelo das eleições através da transmissão de dados, via mensagens telefônicas com o resultado de cada mesa, controlou paralelamente 69,38% dos resultados das eleições através de 4214 "mensageiros" colocados em cada setor eleitoral. Além disso, vários cidadãos faziam sua parte no controle das eleições, por exemplo, aumentou a atenção da população com relação aos seus parentes recém falecidos. Muitas famílias revogaram o "direito ao voto" de seus parentes em está situação. Toda essa mobilização gerou um clima de inibição muito grande com relação às fraudes, a sociedade organizada pode exercer seu poder de pressão.
O nível de participação geral nas eleições atingiu a 65,6% dos votantes, foram muitos jovens, estudantes, mas também está foi a eleição onde muitos anciãos, deficientes físicos e muitos que não votavam há muitos anos foram às urnas exercer seu direito.
Pressão internacional contribui para o processo
Durante estes dias estiveram presentes, diversos delegados internacionais que foram escritos como observadores juntos ao TSJE do Paraguay com o mesmo intuito de ajudar na fiscalização do processo. Foram pessoas da Colômbia, Venezuela, Equador, Brasil e Uruguai. Este último merece mais destaque, foram 400 uruguaios envolvidos e organizados no processo eleitoral como observadores internacionais do processo eleitoral, muitos jovens e estudantes, dentre os quais muitos organizados pela Federação de Estudantes Universitários do Uruguai – FEUU, entidade histórica que esteve e está presente em diversas lutas do povo uruguaio, e que ajudou a escrever uma bela parte da história do povo paraguaio. Além é claro de outros setores da sociedade civil organizada do Uruguai como a central sindical PIT-CNT, juventudes de igrejas e de partidos políticos, conformaram um verdadeiro exército de combate a fraudes, demonstrando mais uma vez a solidariedade do povo latino americano, para com seus irmãos.
Esteve também, uma delegação de 25 diplomáticos da OEA de Colômbia, Equador, Uruguai e Venezuela. Foram fundamentais no diálogo com o governo paraguaio para garantir a participação da oposição no processo de transmissão de dados realizado pelo TSJE, o que com certeza foi também um dos fatores decisivos para garantir a transparência do processo de contabilização dos votos. Outra presença relevante foi da Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais – IFES liderada pelo ex-presidente colombiano Andrés Pastrana com a presença de 19 pessoas da entidade que já trabalhou em processos como o das eleições em Equador, Iraque e Indonésia.
Dar continuidade a luta para aprofundar as mudanças
O povo organizado garantiu a verdadeira transição democrática depois da queda da ditadura em Paraguai no ano de 1989. Agora o desafio é reconstruir a estrutura democrática do Estado paraguaio, fortalecendo as instituições, gerando mais participação popular e desenvolvendo o país.
Após a derrubada de um governo que se manteve na condução do país durante 61 anos, os desafios para o povo paraguaio estão apenas começando. É necessário reconstruir os movimentos da sociedade civil organizada, que fortalecerá o país e o levará adiante. O movimento de trabalhadores, campesinos e de estudantes. Este último tem um enorme desafio que é o de reconstruir uma federação estudantil universitária unitária que represente a todos os estudantes os organize e unifique nas lutas a serem travadas no campo político do país. Hoje o movimento estudantil paraguaio tem cada vez mais se mobilizado em torno de bandeiras de luta como a Reforma Universitária, barrando a proposta lei que transita no Congresso Nacional que tenta acabar com Autonomia Universitária, e diminuir a verba destinada à Educação Superior Pública e favorecer aos setores privados que hoje atuam no país, e pautando uma verdadeira Reforma para o Ensino Superior necessária para o desenvolvimento do país.
Com o passo dado no último domingo 20 de abril, a nação e o povo paraguaio que estava posto de joelhos se levantam em um processo que já é chamado de segunda independência nacional, e junto a outras nações latino americanas e proclama: "Outro Paraguai, e outra América é possível!!!"
Viva ao povo paraguaio!
Viva a unidade do povo latino americano!
Renan Alencar, Assunção, Paraguay
21 de abril de 2008 15:00
Desde as sete horas da manhã, hora em que as urnas foram abertas, houve uma grande mobilização popular para exercer o direito ao voto, hoje o voto no país é obrigatório, mas não existem sanções para quem não cumpra com seu dever. A mobilização popular foi não somente para votar, se não também para "defender o seu voto", conceito cunhado com a intenção de convocar os eleitores não somente a votar, mas também para ajudar a fiscalizar e coibir possíveis fraudes no processo eleitoral.
Os apelos dos diversos partidos e grupos políticos, organizações sociais, foram correspondidos. No dia de ontem foi organizado um verdadeiro batalhão de pessoas para ajudar a fiscalizar de forma voluntária o processo eleitoral. Cerca de 6 mil pessoas trabalharam voluntariamente neste processo, dentre elas muitos jovens e estudantes. Uma entidade chamada Sakâ que trabalha com controle paralelo das eleições através da transmissão de dados, via mensagens telefônicas com o resultado de cada mesa, controlou paralelamente 69,38% dos resultados das eleições através de 4214 "mensageiros" colocados em cada setor eleitoral. Além disso, vários cidadãos faziam sua parte no controle das eleições, por exemplo, aumentou a atenção da população com relação aos seus parentes recém falecidos. Muitas famílias revogaram o "direito ao voto" de seus parentes em está situação. Toda essa mobilização gerou um clima de inibição muito grande com relação às fraudes, a sociedade organizada pode exercer seu poder de pressão.
O nível de participação geral nas eleições atingiu a 65,6% dos votantes, foram muitos jovens, estudantes, mas também está foi a eleição onde muitos anciãos, deficientes físicos e muitos que não votavam há muitos anos foram às urnas exercer seu direito.
Pressão internacional contribui para o processo
Durante estes dias estiveram presentes, diversos delegados internacionais que foram escritos como observadores juntos ao TSJE do Paraguay com o mesmo intuito de ajudar na fiscalização do processo. Foram pessoas da Colômbia, Venezuela, Equador, Brasil e Uruguai. Este último merece mais destaque, foram 400 uruguaios envolvidos e organizados no processo eleitoral como observadores internacionais do processo eleitoral, muitos jovens e estudantes, dentre os quais muitos organizados pela Federação de Estudantes Universitários do Uruguai – FEUU, entidade histórica que esteve e está presente em diversas lutas do povo uruguaio, e que ajudou a escrever uma bela parte da história do povo paraguaio. Além é claro de outros setores da sociedade civil organizada do Uruguai como a central sindical PIT-CNT, juventudes de igrejas e de partidos políticos, conformaram um verdadeiro exército de combate a fraudes, demonstrando mais uma vez a solidariedade do povo latino americano, para com seus irmãos.
Esteve também, uma delegação de 25 diplomáticos da OEA de Colômbia, Equador, Uruguai e Venezuela. Foram fundamentais no diálogo com o governo paraguaio para garantir a participação da oposição no processo de transmissão de dados realizado pelo TSJE, o que com certeza foi também um dos fatores decisivos para garantir a transparência do processo de contabilização dos votos. Outra presença relevante foi da Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais – IFES liderada pelo ex-presidente colombiano Andrés Pastrana com a presença de 19 pessoas da entidade que já trabalhou em processos como o das eleições em Equador, Iraque e Indonésia.
Dar continuidade a luta para aprofundar as mudanças
O povo organizado garantiu a verdadeira transição democrática depois da queda da ditadura em Paraguai no ano de 1989. Agora o desafio é reconstruir a estrutura democrática do Estado paraguaio, fortalecendo as instituições, gerando mais participação popular e desenvolvendo o país.
Após a derrubada de um governo que se manteve na condução do país durante 61 anos, os desafios para o povo paraguaio estão apenas começando. É necessário reconstruir os movimentos da sociedade civil organizada, que fortalecerá o país e o levará adiante. O movimento de trabalhadores, campesinos e de estudantes. Este último tem um enorme desafio que é o de reconstruir uma federação estudantil universitária unitária que represente a todos os estudantes os organize e unifique nas lutas a serem travadas no campo político do país. Hoje o movimento estudantil paraguaio tem cada vez mais se mobilizado em torno de bandeiras de luta como a Reforma Universitária, barrando a proposta lei que transita no Congresso Nacional que tenta acabar com Autonomia Universitária, e diminuir a verba destinada à Educação Superior Pública e favorecer aos setores privados que hoje atuam no país, e pautando uma verdadeira Reforma para o Ensino Superior necessária para o desenvolvimento do país.
Com o passo dado no último domingo 20 de abril, a nação e o povo paraguaio que estava posto de joelhos se levantam em um processo que já é chamado de segunda independência nacional, e junto a outras nações latino americanas e proclama: "Outro Paraguai, e outra América é possível!!!"
Viva ao povo paraguaio!
Viva a unidade do povo latino americano!
Renan Alencar, Assunção, Paraguay
21 de abril de 2008 15:00
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