Representante da ONU elogia MST

15/12/2005
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A representante especial do secretário-geral da ONU para defensores de direitos humanos, Hina Jilani, apresentará à imprensa no próximo dia 20, em Brasília, uma prévia do relatório que está preparando sobre os problemas enfrentados pelas pessoas e organizações que combatem as violações de direitos humanos no País. Ontem, em São Paulo, ela disse que, mais dos que as iniciativas oficiais dos governos, são ações da sociedade civil organizada que efetivamente garantem a segurança dos defensores dos direitos humanos. Segundo Hina Jilani, é a sociedade que empurra os governos. Durante uma rápida entrevista coletiva, ao ser indagada sobre o Movimento dos Sem-Terra (MST), ela respondeu que já conhece e respeita as ações da organização. "Não apenas porque seus integrantes agem em defesa dos direitos sociais e econômicos, mas porque seguem o princípio da não-violência", disse a representante da ONU. "Eu os considero um exemplo." A advogada paquistanesa está no Brasil a convite do governo federal. No final da tarde de ontem, ela reuniu-se num dos auditórios da Assembléia Legislativa de São Paulo com representantes do movimento negro, dos sem-teto, de rádios comunitárias, de defesa das crianças e dos adolescentes, contra a tortura e contra o tráfico de órgãos. Também participaram da reunião grupos que defendem a instalação da Defensoria Pública no Estado de São Paulo. Ao comentar a possibilidade de se implantar uma discplina sobre direitos humanos nas escolas, ela respondeu que, embora seja simpática à idéia, iniciativas desse tipo só têm sucesso e vão adiante quando apoiadas pelo conjunto da sociedade. Para ela, é essencial estimular a população a se envolver no debate das questões de direitos humanos. Na questão da defensoria pública, ela deu uma resposta genérica, enfatizando, porém, que só há Justiça num país quando todos têm igualdade de acesso a ela. "Sem igualdade, a Justiça não funciona", acrescentou. A representante da ONU sempre evita fazer comentários sobre questões específicas. Recusou-se a opinar sobre o resultado do julgamento no qual foram condenados os dois executores da madre Dorothy Stang, limitando-se a dizer que confia na independência do Poder Judiciário. Em sua viagem, ela tem ouvido representantes do Judiciário e da polícia, além de líderes comunitários, de associações de direitos humanos e pesquisadores universitários. Ontem, um dos relatos mais intensos que ouviu foi o de uma pesquisadora ligada à organização Católicas pelo Direito de Decidir. Ela contou à representante da ONU que tem sido perseguida por instituições da Igreja desde que divulgou publicamente um estudo sobre violências sexuais cometidas por padres católicos. - Roldao Arruda, Sao Paulo
https://www.alainet.org/es/node/113900?language=en
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