Sindicato ligado ao MPA sofre atentado a tiros
19/05/2005
- Opinión
Os integrantes do Movimento dos Pequenos Agricultores estão recebendo ameaças de morte, desde que o MPA começou a denunciar irregularidades na Cooperativa Tritícola de Palmeira das Missões (Copalma). Nesta sexta, a sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município amanhaceu com os vidros quebrados e marcas de três tiros na porta.
O MPA já denunciou a Copalma à Polícia Federal e ao Ministério da Justiça. No dia 16, cerca de 400 camponeses ocuparam o pátio da cooperativa, para exigir o pagamento imediato do produto depositado pelos associados, pois a cooperativa estava emitindo cheques sem fundo aos agricultores.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Palmeira das Missões, Virgílio da Rosa, a entidade estava recebendo diversas denúncias de associados contra a Copalma. Ele teme que as ameaças intimidem os camponeses em denunciar a Copalma. "Os agricultores estavam vindo em massa ao sindicato para denunciar a Copalma. Esse atentado contra nossa sede é uma forma de nos intimidar", afirma. Na quinta-feira, Virgílio recebeu pelo menos quatro telefonemas anônimos com ameaças de morte na sede do sindicato.
O deputado estadual Frei Sérgio Görgen encaminhou ofício ao Secretário da Justiça e Segurança, José Otávio Germano, e ao Secretário Nacional de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, pedindo proteção às lideranças do MPA que estão sendo alvo de ameaças na região. "As ameaças mostram o desespero dos que apostaram em um modelo de agricultura que não serve pra ninguém", afirma Frei Sérgio.
Em documento entregue à Polícia Federal e ao Ministério da Justiça, o MPA apresentou uma série de denúncias contra a cooperativa, "tendo em vista que a entidade vem recebendo inúmeras informações e reclamações de seus associados sobre ilegalidades e irregularidades praticadas pela Copalma". Segundo o documento, a Copalma teria vendido sem autorização produtos da Conab. "Há indícios e informações de enriquecimento ilícito de dirigentes da cooperativa", diz o texto. Baseado em outras informações, como atraso nos salários dos funcionários, o sindicato pede "profunda investigação", dissolução ou destituição da atual diretoria da Copalma e indisponibilidade dos bens dos diretores da cooperativa.
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