Cuba, guantanamera nuestra!
20/04/2003
- Opinión
Terminado o massacre em Bagdad a grande imprensa se volta para Cuba,
para denunciar que o regime de Fidel Castro passou dos limites ao
fuzilar tres dissidentes e condenar outros 70 a pesadas penas de
prisão. Muito estranho tal interesse, logo agora. Porque será?
Os tribunais de Cuba, legalmente constituidos, aplicando uma lei
coinstitucional, aprovada por seu parlamento, de fato, condenaram a
morte tres terroristas que haviam sequestrado um ferrybot para fugir
a Miami e colocado em risco a vida de dezenas de pessoas. Vidas
humanas sempre devem ser preservadas. Mas porque tanto alarido da
imprensa arquitetada pelos Estados Unidos? Logo agora, em meio a um
massacre no Iraque, aonde morreram centenas de mulheres e crianças,
e inclusive jornalistas ocidentais sendo fuzilados, sem direito a
tribunal algum, se preocuparem com tres cubanos? Certamente não é
por humanidade, nem por direitos humanos. Vejamos.
Em pleno cerco de Bagad, em apenas uma semana, estranhamente, são
sequestrados dois avioes de passageiros em Cuba e levados para a
Florida. E ainda mais ousada, a tentativa de sequestrar um
ferrybot, com dezenas de pessoas, que seriam levadas
involutariamente para Miami. Agentes do governo,infiltrados nas
organizações pro-Estadunidenses que operam no país, presenciaram e
registraram diversos encontros dessas pessoas, com o responsavel
pela representação Estadunidense em Cuba, que lhes passou muitos
dólares e " instruções".
O Plano era claro e dito em bom ingles. Criar uma situação de
confusão, de instabilidade no país, para provocar a reação do
governo, e assim conturbar a situação e quem sabe criar argumentos
para uma intervenção mais direta dos Estados Unidos em Cuba.
Mais uma desculpa, desses esquerdistas, que procuram justificar
tudo!!
Ledo engano, o plano parece que era público. Na mesma semana, o
Mister Jeb Bush, irmão do Presidente e governador da Florida, eleito
com os votos da comunidade conservadora cubana, foi aos jornais
exigir de seu irmão:"Depois de Bagad, agora é a vez de Habana ". Ao
mesmo tempo, o governo espanhol dava amplo espaço para que uma
dissidente, Zoe Valdes, fosse a televisão, e sem nenhuma cerimonia,
exigisse que o Governo dos Estados Unidos enviasse seus mísseis
agora contra Habana. E quando todo mundo achava que de novo se
tratava de manifestações isoladas de ultra-conservadores, o proprio
secretario norte-americano de defesa, senhor Donald Runsfeld foi a
televisao para acalmar os animos dos exagerados, e declarar: " Por
ahora, NO !
Motivações humanitárias são justas, mas o povo cubano tem o direito
de se defender, mesmo que as vezes tenha que cortar seus dedos, ou
utilizar métodos, que são usados como argumentos pelos seus
inimigos. Mas defedem-se.
Nós, os povos latino-americanos, sempre orgulhosos da soberania, da
valentia e da coerencia do povo cubano, seguiremos com o Povo Cubano
e contra o império.
Esperamos que as mesmas vozes que agoram se levantam tão
humanitarias, protestando contra o fuzilamento dos tres
sequestradores, digam uma palavra tambem, sobre a autorização de uso
da cadeira eletrica, pelo então governador George Bush, que
autorizou a aplicação da pena de morte,em apenas 4 anos, a 152
cidadãos norte-americanos. Em sua maioria, pobres, negros e
latinos.
E sobre a base militar dos Estados Unidos, na provincia cubana de
Guantanamo, que se autoconcederam o direito eterno de ocupação e que
agora mantem 652 prisioneiros afegãos, em condiões deshumanas, sem
nenhum processo legal ¡Nenhuma palavra!
* Oziel Gomes, jornalista.
https://www.alainet.org/es/node/107369
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