No Brasil, MAB quer a construção de um novo modelo energético Todos os anos, durante a semana do dia 14 de Março, milhares de pessoas saem as ruas para denunciar os impactos causados pela construção de grandes usinas hidrelétricas e pautar na sociedade a necessidade de construção de alternativas, socialmente justas e ambientalmente responsáveis. Em 2003 estão ocorrendo atividades em 30 países diferentes, de todos os continentes. Países como Espanha na Europa, Moçambique na África e Tailândia na Ásia se mobilizam para exigir o fim do modelo de produção de energia que já expulsou 80 milhões de pessoas de suas casas, conforme dados da Comissão Mundial de Barragens, ligada a ONU. No Brasil, estão sendo realizados 13 atividades em diferentes regiões do Brasil. Em São Paulo, cerca de 1.000 atingidos e organizações de apoio ocuparam a sede da AES / Eletropaulo par denunciar o fracasso do processo de privatização e o calote que esta multinacional norte- americana está tentando aplicar no BNDS. Em Belo Horizonte, atingidos por Barragens de Minas Gerais e Bahia ocuparam a sede da empresa Vale do Rio Doce, um dos grandes consumidores que recebe energia elétrica a preços subsidiados, enquanto milhões de famílias não tem energia e suas casas e os mais pobres pagam mais caro pela luz que consomem. Em Goiás, 600 atingidos ocuparam a Barragem de Cana Brava impedindo o seu funcionamento, com o objetivo de exigir a solução dos problemas pendentes na região. Em Cana Brava, a situação é tensa, já que a empresa responsável pela obra exerce grande "influência" sobre os aparelhos policias da região, que estão se voltando unicamente para reprimir os agricultores e impedir que reivindiquem seus direitos. Também ocorreram atos e ocupações em cidades como Imperatriz no Maranhão, contra a construção de barragens na Amazônia e em capitais nordestinas, como Aracaju e João Pessoa. Segundo Hélio Mecca, da direção nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens "os movimentos sociais tem um grande papel no sentido de ajudar o governo Lula e transformar o Brasil e construir um projeto popular. Este novo projeto só será possível com a construção de um novo modelo energético". São Paulo, 14 de março de 2003