Remessas de brasileiros no exterior somam US$ 4,6 bilhões

Levantamento do BID mostra que houve um crescimento de 10% nesses recursos em 2002

01/03/2003
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O dinheiro enviado ao Brasil no ano passado por brasileiros que residem em países industrializados somou US$ 4,6 bilhões, cifra 10% superior à verificada em 2001. É o que indica recente levantamento do Fundo Multilateral de Investimentos (Fomin, sigla em espanhol), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) sobre remessas de latino-americanos aos seus países de origem. O documento, que se encontra disponível no site desse organismo multilateral de financiamento, mostra ainda que as remessas de imigrantes latino- americanos que trabalham nos Estados Unidos, Europa e Japão em 2002 chegaram a US$ 32,044 bilhões, ou 17, 6% a mais se comparado com o que foi enviado no ano anterior. Essa cifra supera qualquer tipo de ajuda externa que a América Latina e o Caribe receberam de organismos multilaterais de financiamento e ainda se aproxima dos investimentos externos diretos, transformando-se em fonte fundamental de divisas para os países da região. "O volume de remessas cresceu significativamente e, com isso, a América Latina e o Caribe se transformaram no principal destino de remessas no âmbito mundial", diz Donald F. Terry, diretor do Fomin. A taxa de crescimento do envio de recursos praticamente duplicou em comparação à de 2001. No ano passado, a região recebeu 31% dos US$ 103 bilhões que foram remetidos no mundo todo por imigrantes de países em desenvolvimento para seus países de origem. Quase 78% das remessas que chegaram à América Latina e o Caribe vieram dos Estados Unidos. Outras grandes fontes de recursos foram o Japão, Espanha e Canadá. De acordo com documento do Fomin, o México continua sendo o país que recebe maior volume de recursos. No ano passado, por exemplo, ficou com US$ 10,5 bilhões, quase um terço das remessas recebidas pela região. A América Central captou US$ 5,5 bilhões; o Caribe, US$ 5,45 bilhões; e os países andinos, US$ 5,4 bilhões. Segundo cálculos do Fonim, se esse fluxo continuar crescendo a uma taxa média de 7% ao ano, a América Latina e o Caribe estarão recebendo US$ 400 bilhões em apenas uma década. O levantamento indica também que os custos totais das remessas desses fundos à região somaram aproximadamente US$ 4 bilhões, considerados os mais altos do mundo. Esse dados do BID mostram claramente que os imigrantes latino-americanos não se esquecem de suas famílias nem de seus amigos. Na Espanha, por exemplo, nove de cada 10 imigrantes de origem colombiana, equatoriana ou dominicana enviam periodicamente recursos aos seus familiares. (AE) * Vladimir Goitia, Publicado jornal OESP 1º de março de 2003
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