A Igreja e os carismas segundo S. Paulo
21/07/2009
- Opinión
As cartas de Paulo revelam o que era a Igreja nas comunidades fundadas por ele mais ou menos 20 anos depois da morte de Jesus. A comunidade cristã está começando e tem todos os privilégios da infância.
Devemos considerar as epístolas que são realmente de s. Paulo : Rom, 1e 2 Cor, Gal, 1 Tes, Fl, Filemon. As outras foram escritas depois da morte dele e várias foram escritas 30 ou 40 anos depois da morte dele por discípulos dele. Mas esses discípulos mudaram a eclesiologia, com certeza porque as próprias comunidades tinham mudado. A principal mudança é a presença de ministros permanentes encarregados de dirigir a comunidade, presbíteros e diáconos que não foram estabelecidas por s. Paulo. Da mesma maneira os Atos dos Apóstolos apresentam um Paulo bem diferente do Paulo das cartas. É o Paulo ao qual se atribuem todas mudanças que ocorreram entre a morte dele e a redação dos Atos. O autor dos Atos não conheceu Paulo, nem as cartas dele. Aceita tradições populares e acrescenta discursos e episódios que representam a teologia dele e não a teologia de Paulo.
1. O povo de Deus
Devemos manter que o conceito básico da eclesiologia de Paulo é o convceito de povo de Deus. O conceito de povo não é sociológico. Consultei tratados de sociologia e pude ver que na sociologia não se trata do povo porque povo não é categoria sociológica, não é algo que se possa observar. Povo é uma categoria teológica porque é um ideal projetado como promessa feita a Abraão.
Par Paulo os discípulos de Jesus são a continuação do povo de Israel. Os chefes de Israel traíram as promessas feitas a Abraão e abandonaram o verdadeiro Israel. O verdadeiro e definitivo Israel está nas comunidades de discípulos de Jesus, judeus e gentios. Pois, as promessas de Abraão não se dirigiam a uma pequena porção da humanidade, separada do resto. A descendência de Abraão devia envolver o mundo todo sendo inumerável. Os judeus levantaram barreiras e impediram a entrada de todas as comunidades étnicas separadas dos judeus. Tudo isso está nos cap. 9 a 11 de Rom, exposição fundamental da eclesiologia de Paulo.
Paulo não pretende converter indivíduos, quer estender o povo de Deus até a extremidade do mundo porque esse é o plano de Deus revelado a Abraão. Jesus veio para realizar esse plano de Abraão. Por isso foi morto. Mas depois dele os discípulos romperam as barreiras e foram ao mundo inteiro e o povo de Deus contém judeus e não judeus. Jesus não veio para salvar almas mas para refundar a descendência de Abraão, rompendo as barreiras e assumindo ele próprio a direção desse povo.
Um povo envolve a totalidade da vida humana. Jesus não veio para ensinar uma religião ou uma sabedoria, mas para mudar a vida toda. Tudo faz parte do povo : economia, política, cultura, vida corporal, desde a comida até o uso dos recursos naturais. Tudo isso forma o povo. Os discípulos têm por missão inaugurar esse povo que será o povo de Deus, integrando todos os outros povos na unidade do projeto de Abraão. Há lugar para todos porque não há mais barreiras. Jesus suprimiu todas as barreiras que procediam de uma cultura , de uma porção da humanidade, de um modo de viver, de alguns chefes dos judeus fechados em si mesmos e separados dos outros povos. Os chefes de Israel tornavam quase impossível a entrada dos pagãos porque levantavam obstáculos quase intransponíveis. Agora o povo está aberto e Paulo pensa que em pouco tempo vai envolver a humanidade inteira.
As comunidades paulinas e os outros discípulos chamados por outros apóstolos constituem o início deste povo agora livre e aberto. Numericamente são insignificantes mas a fé de Paulo consiste nisto : é ver neles o começo de uma nova humanidade reunida numa única convivência em que toda a diversidade se une no amor e na solidariedade..
2. A “ekklesía” (Igreja).
No início, os discípulos de Jesus não acharam necessário dar um nome à sua reunião. Eram judeus, membros de povo eleito de Israel. Dentro de Israel eles eram os seguidores do caminho de Jesus. Esperavam o reino de Deus anunciado por Jesus. O reino não veio. Apareceu mais distante do que previsto. O conceito de reino de Deus foi transferido para o dia em que se realizaria realmente o fim deste mundo e o advento do novo, esperado como grande milagre de Deus. Aparecia um tempo intermediário. Os discípulos não podiam esperar simplesmente esse dia bastante distante. Viviam na terra, a vida terrestre continuava. Foi preciso dar-se um nome sobretudo quando entraram pagãos convertidos e os discípulos se distanciaram da ortodoxia judaica.
Paulo deu às suas comunidades um nome que era comum a todas e expressava a unidade entre todas. Paulo adotou o nome de “ekklesía” Era genial porque essa palavra era muito significativa.
A palavra “ekklesía” tinha um só significado. Era a assembléia do povo reunido, do “demos”, para governar a cidade. Não tinha outro significado. Tomando essa palavra Paulo sabia muito bem o que fazia. Não escolheu nenhum nome religioso. Havia associações religiosas de diversos tipos naquele tempo nas cidades gregas. Mas Paulo sabia que não vinha estabelecer na cidade uma religião, um culto. A religião , o culto não interessavam. Para Paulo o culto dos discípulos de Jesus era a sua vida. Paulo vinha para chamar todos para formar um povo. As comunidades de uma cidade representavam um povo, o povo de Deus nessa cidade. Eram o verdadeiro povo, formando o verdadeiro “demos” embora fossem ainda uma minoria insignificante. Mas Paulo olhava para longe com um fé invencível .Ali estava o povo, nessa assembléia dos discípulos que era a assembléia do povo.
As comunidades eram um povo que formava “ekklesía” isto é se governavam a si mesmos, sem chefes, sem pessoas mandantes. Era a verdadeira realização do ideal grego de cidade . Os discípulos formavam entre eles uma autêntica “democracia” realizando o ideal nunca alcançado pelo gregos que admitiam a escravidão e a divisão de classes.
A verdadeira tradução de “ekklesía” devia ser “democracia”. Em cada cidade os discípulos de Jesus formam uma “democracia” No entanto não houve traduções : em latim tomaram a palavra grega que perdeu o seu sentido : “ecclesia” o que em português foi transformado em “igreja:”. A palavra “igreja” não significa nada, não diz nada. Transformou-se nome de uma instituição
Quem está na Igreja católica pode perceber até que ponto nos afastamos das origens cristãs. Hoje quem considera que a Igreja é e deve ser uma democracia, será condenado como herege. Estamos exatamente no extremo oposto das comunidades cristãs primitivas.
Na “democracia” cristã todos eram iguais, todos podiam falar, todos podiam intervir nas decisões tomadas pela assembléia. Era realmente o advento da liberdade, o núcleo de um novo povo, de uma nova humanidade. As comunidades não se reuniam para fazer um culto, para praticar uma religião, mas para conviver uns com os outros na fraternidade de um povo de iguais. Viver juntos era a razão dessas reuniões. Havia naturalmente uma refeição em comum, porque viver juntos é comer juntos.
O que mais se aproxima da “ekklesia” das origens foram as chamadas comunidades eclesiais de base, uma realização da qual não se tinha mais notícia desde a idade média, embora fosse realizada em certas igrejas reformadas, sobretudo nos Estados Unidos.
3. Os dons do Espírito nas comunidades
A Igreja, essa “democracia” forma uma unidade, um só corpo porque é o corpo de Cristo. Cada um é órgão de Cristo. O próprio Cristo reúne todos os seus membros. Ele une todos esses membros por meio dos dons do Espírito que são diversos. Cada um recebe um dom do Espírito. O dom é uma capacidade para servir. Todos servem todos, todos estão a serviço de todos. Assim é a unidade. A unidade é feita pelo Espírito.
Paulo deixou três listas de dons ou serviços que chama de carismas. As listas não são as mesmas. Não havia catálogo oficial. As comunidades não deviam ser a cópia de um modelo uniforme.
1 Cor 12,8-10 : “A um, o Espírito da a mensagem de sabedoria; a outro, a palavra de ciência segundo o mesmo Espírito; a outro o mesmo Espírito dá a fé; a outro ainda, o único e mesmo Espírito concede o dom das curas; a outro, o poder de fazer milagres; a outro, a profecia; a outro , o discernimento dos espíritos; a outro o dom de falar em línguas; a outro, o dom de as interpretar”.
1 Cor 12,28-30 : “Aqueles que Deus estabeleceu na Igreja são, em primeiro lugar, apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, doutores. Vêm a seguir, os dons dos milagres,das curas,da assistência, do governo e de falar diversas línguas”.
Rom 12,6-8 : “Quem tem o dom de profecia, que o exerça segundo a proporção da nossa fé; quem tem o dom de serviço, o exerça servindo; que o de ensino, ensinando, quem o da exortação, exortando. Aquele que distribui os seus bens, que o faça com simplicidade; aquele que preside, com diligência; aquele que exerce misericórdia, com alegria.”
Não precisamos aqui investigar qual era o conteúdo concreto de cada um desses dons. O que nos importa é que todos os membros têm um papel na comunidade. Se alguém preside, não é para mandar, mas para reunir. Nas comunidades paulinas ninguém manda, ninguém impõe. Realiza-se o que disse dom Helder quando chegou ao Recife : aqui duas palavras são proibidas : mandar e exigir..
Naturalmente essas comunidades eram pequenas e não precisavam de muita organização. Apareciam problemas, conflitos, rivalidades, mas esses problemas não se resolviam pela imposição de um chefe.
Paulo sempre reivindicou a sua qualidade de “apóstolo” por ter sido chamado pelo próprio Cristo, assim como os Doze, embora em circunstâncias diversas e tem autoridade para anunciar o evangelho. Na sua missão itinerante foi o fundador de muitas comunidades. Ele reivindica a autoridade do pai da comunidade, o que lhe confere uma autoridade única.
No entanto, é importante ver como Paulo exerce essa autoridade. Não manda, não impõe. Temos um testemunho muito significativo na 2 Cor. Como é bem sabido, a 2 Cor não é uma só carta, mas uma coleção de cartas integradas num conjunto. É fácil reconhecer as várias cartas. 2 Cor contém 5 cartas que todas se referem a um incidente que ocorreu em Corinto.
Quando Paulo estava em Éfeso, estourou uma crise em Corinto. Alguém contestou a autoridade de Paulo e liderou um grupo de opositores ( 2 Cor 2,5-6) Paulo correu a Corinto. A visita dele foi breve e não teve nenhum resultado. Pelo, contrário, o chefe da oposição insultou o próprio Paulo e o desafiou abertamente. Paulo preferiu retirar-se e esperar melhores condições para iniciar uma estratégia diferente em vista de uma reconciliação.
Desde Éfeso, Paulo escreveu uma carta exortando os discípulos de Corinto a reconciliar-se com ele. Esta carta está em 2 Cor 2,14-7,4. Era uma carta de apologia.Não era a primeira, porque em 2 Cor 2,3.4.9 Paulo menciona uma carta escrita em lágrimas. Alguns pensaram que podia ser 2 Cor 10-13, mas esta não parece ter sido escrita com emoções tão fortes. Se não é essa, a carta em lágrimas está perdida. Com certeza a carta em lágrimas foi o momento culminante da crise.
Então Paulo enviou Tito a Corinto para ver se ele conseguia resolver o problema, isto é, que os Coríntios reconhecessem a autoridade apostólica de Paulo. A missão de Tito foi um êxito total. Viajou para anunciar essa notícia a Paulo. Este já estava tão impaciente que saiu de Éfeso para ir ao encontro de Tito. Eles se encontraram na Macedônia, provavelmente em Filipos. Paulo ficou tão alegre que escreveu e mandou aos Coríntios a carta de reconciliação , 2 Cor 1,1-2,13; 7,5-16.
Uma vez feita a reconciliação Paulo quis retomar o assunto da coleta para os pobres de Jerusalém, o que tinha sido uma iniciativa dos Coríntios, mas tinha sido abandonada quando estourou o conflito. Paulo mandou duas cartas para falar dessa coleta e insistir . Quis exortar os Coríntios para estimulá-los. São os cap. 8 e 9 de 2 Cor
Este episódio é muito interessante. Paulo podia ter invocado o seu caráter de apóstolo para se impor. Podia ter proferido uma sentença de condenação dos rebeldes, ou até de expulsão da comunidade. Preferiu o caminho do diálogo com o fim de conseguir uma reconciliação.
Hoje em dia chama muito a atenção o fato de que não há nenhuma ordenação. Cada um recebe o seu carisma diretamente do Espírito. O carisma é aceito porque o discípulo mostra a sua capacidade. Ninguém é designado para um ofício particular. A espontaneidade basta para resolver os problemas da vida comunitária. Não faltam os dons do Espírito. As comunidades eram pequenas. Não havia nenhuma organização formal.
Também chama a atenção o fato de que não há nenhum ministério ou nenhum carisma de tipo litúrgico ou cultual. Hoje em dia as ordenações e os ministérios litúrgicos ou cultuais ocupam o primeiro lugar na Igreja católica até o ponto de apagar os dons da comunidade. Em Corinto ninguém foi ordenado para batizar. Ninguém foi ordenado ou designado para presidir a celebração da eucaristia, ligada às refeições comunitárias. Preside a eucaristia, ou seja, distribui o pão a pessoa que preside a refeição. É a pessoa que nas refeições faz a oração de ação de graças.
Esta situação corresponde ao fato de que não há culto litúrgico nas comunidades cristãs. Todo o culto do Antigo Testamento desapareceu e foi substituído por um culto feito de realidade e não de símbolos. Doravante o templo são os próprios discípulos no seu corpo. Neles habita Deus Cor 3,9-17)
Não há mais sacrifícios cultuais. Os sacrifícios são a vida corporal dos discípulos, as suas atividades inspiradas pelo Espírito ( Rom 12,1; Fil 3,3) Sacerdotes são todos os discípulos que oferecem a sua vida de cada dia vivida no seu corpo.
Não há nada litúrgico. A liturgia é a vida real. . Mais tarde a influência do Antigo Testamento e das religiões pagãs fez com que os cristãos se dessem também um culto litúrgico feito de símbolos. Então vão aparecer ministros ordenados para esse culto. Depois de Constantino houve um desenvolvimento radical de culto litúrgico e dos seus ministros. A Igreja clericalizou-se e os carismas desapareceram, pelo menos da consciência dos cristãos e das estruturas oficiais da Igreja.. No tempo de Paulo ninguém imaginava sacerdotes ordenados para um culto. Os ministérios eram serviços reais parar a comunidade ou para os pobres.
4. A Igreja pobre
O tema da pobreza é fundamental na eclesiologia de Paulo. Digamos logo que o tema da Igreja pobre de Paulo não tem nada à ver com o tema contemporâneo da opção preferencial pelos pobres. Quem faz opção pelos pobres só pode ser rico.. A Igreja que faz essa opção, é uma Igreja rica. Esta é de fato a condição da Igreja católica hoje em dia. Quando os bispos de Medellín fizeram opção pelos pobres, sabiam que eram ricos e representavam uma Igreja rica. Queriam responder ao desafio que representa a condição de bispo rico que se diz sucessor de apóstolos que eram pobres.
Paulo faz uma longa exposição desse tema da pobreza em 1 Cor 1,17-2,16 e 3,18-23. O tema da pobreza está ligado ao tema da cruz. Paulo anuncia Jesus crucificado e a sua eclesiologia deriva desse tema básico. A pobreza suprema é a cruz. A cruz é a situação da pior degradação humana, é a total impotência. Por isso ela é objeto de vergonha. Ser crucificado á a maior vergonha. É o desprezo, a rejeição, objeto de escárnio : a cruz reduz o ser humano a um lixo.
Ora Deus escolheu a cruz, o lixo, o escândalo, a vergonha para criar a nova humanidade. Essa cruz está presente nos pobres. Deus escolheu o que é o mais desprezado na humanidade. Por isso escolheu os pobres. Os pobres são os eleitos para iniciar a caminhada da libertação da humanidade. Os pobres são escolhidos porque são rejeitados maltratados, reduzidos à impotência. Deus escolhe o que é mais fraco para mostrar que a sua força age por meio daquilo é que ‘mais fraco. A comunidade de Corinto é um exemplo dessa manifestação do seu poder criador.. Em Corinto há poucos ricos e a comunidade é feita essencialmente de pobres.( 1 Cor 1,26).
A Igreja segundo s. Paulo é essa Igreja dos pobres que era o sonho de João XXIII..
Há uma insistência especial na pobreza cultural. Deus rejeitou a sabedoria dos sábios e escolheu a loucura da cruz. Loucura quer dizer fraqueza intelectual, pobreza de cultura. Não precisamos da ajuda da filosofia grega. A verdadeira sabedoria é a sabedoria da cruz. É a sabedoria dos pobres.
Mas a pobreza é naturalmente também material. Temos uma descrição dessa pobreza material ma descrição que Paulo faz da sua vida. Pois ele mesmo na sua missão foi uma amostra da sabedoria da cruz. “Estive no meio de vocês cheio de fraqueza, receio e tremor; minha palavra e minha pregação não tinham brilho nem artifícios para seduzir os ouvintes, mas a demonstração residia no poder do Espírito para que vocês acreditassem, não por causa da sabedoria dos homens, mas por causa do poder de Deus”( 1 Cor2,3-5} Agora, eis a pobreza material : “Nós somos loucos por causa de Cristo; e vocês, como são prudentes em Cristo! Nós somos fracos, vocês são fortes! Vocês são bem considerados, nós somos desprezados! Até agora passamos fome, sede, frio e maus tratos, não temos lugar certo para morar; e nos esgotamos, trabalhando com nossas próprias mãos. Somos amaldiçoados , e abençoamos; perseguidos, e suportamos; caluniados, e consolamos. Até hoje somos considerados como o lixo do mundo, o esterco do universo” ( 1 Cor4,10-13; cmp. 2 Cor 11,16-12,10).
Se consideramos os 2000 anos da história da Igreja, como não ficaríamos assustados pela enorme distância que nos separa das origens. Apesar de tudo, sempre houve um resto, uma pequena minoria que foi fiel às origens e comunidades pobres que ouviram a mensagem de loucura da cruz. Ao lado deles houve tanta riqueza, tanto poder que ocultavam o evangelho.!
Na conquista da América houve alguns missionários que reproduziram o modelo de Paulo : os dominicanos da ilha Hispaniola, os franciscanos do México central, os jesuítas das missões guaranies. Ao lado disso, todo o poder e a riqueza de uma Igreja ligada aos conquistadores. Até hoje, quantas tentações de poder !
Fala-se de uma grande missão na América latina. Mas esta Igreja que somos agora, o que pode anunciar às massas pobres de América latina ? ?Que autoridade tem essa Igreja que busca tanto o poder ? A grande missão só poderia ser uma grande conversão da Igreja. Essa conversão seria obra dos pobres de América latina. A Igreja não tem nada para ensinar e tudo para aprender A verdadeira Igreja está no meio dos pobres como Igreja crucificada, sem sabedoria humana, sem prestígio, sem edifícios, sem teologia, sem diplomas universitários, realmente o esterco do mundo, ignorada e desprezada. Ali está a cruz de Cristo que nós não sabemos ensinar.
Esta é a grande lição que nos vem de s. Paulo. É uma loucura, mas podemos tratar de ser loucos!
https://www.alainet.org/en/node/135232
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