Justiça britânica nega pedido de extradição de Julian Assange para os EUA
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O pedido dos Estados Unidos pela extradição do jornalista Julian Assange, fundador do WikiLeaks, não foi aceito pela Justiça britânica, em decisão tomada nesta segunda-feira (4). Segundo a Corte, o estado de saúde frágil de Assange e a ausência de garantias de que o sistema penitenciário estadunidense é capaz de mantê-lo em segurança foram suficientes para decidir não extraditá-lo.
Atualmente, Assange está detido na prisão de segurança máxima de Belmarsh e é acusado pelos Estados Unidos de violar a lei de espionagem pela divulgação de documentos que expuseram as violações cometidas por militares dos Estados Unidos nas Guerras do Afeganistão e do Iraque. No total, o ativista é acusado por 18 crimes pelos quais pode ser condenado a 175 anos de prisão.
A defesa de Assange reforça que o pedido de extradição tem motivação política, perseguição que, segundo eles, foi intensificada nos últimos anos com a eleição do republicano Donald Trump.
Em manifestação pelo Twitter, o jornalista Glenn Greenwald ponderou que, embora a decisão seja uma "ótima notícia", o tribunal britânico acolheu as teorias estadunidenses, "mas no final das contas considerou o sistema prisional dos Estados Unidos muito desumano para permitir a extradição".
"Esta não foi uma vitória para a liberdade de imprensa. Muito pelo contrário: a juíza deixou claro que acreditava que havia motivos para processar Assange em relação à publicação de 2010", acrescentou em publicação na rede social.
Greenwald apontou ainda que não está claro se Assange será mantido preso. "Em última análise, porém, de uma perspectiva humanitária e política, o que mais importa é que Assange seja libertado o mais rápido possível. O governo dos EUA não se importa em qual prisão ele está, ou por quê: eles apenas o querem silenciado e em uma gaiola."
Saúde de Assange
Os advogados também demonstraram preocupação com a saúde mental de Assange e reforçaram que suas condições são muito graves. Um psiquiatra que o acompanha na prisão do Reino Unido declara ao tribunal que, caso o ativista seja extraditado e enviado para uma prisão de segurança máxima nos Estados Unidos, há um alto risco de suicídio.
Em entrevista coletiva à imprensa, Stella Morris, noiva de Assange, criticou o longo processo de perseguição e tortura psicológica a qual o ativista tem sido submetido nos últimos anos. Ela acrescentou que a perseguição é um precedente para que todos jornalistas que publiquem informações que não agradem o governo sofram o mesmo processo violento.
Edição: Camila Maciel
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