Fórum Social de 2017 marcará resistência a avanço do conservadorismo e retirada de direitos

20/12/2016
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Em encontro com a participação de representantes de diversos movimentos de Porto Alegre, foi lançado oficialmente nesta terça-feira (20) o Fórum Social das Resistências, sucessor do Fórum Social Mundial que será realizado na Capital entre 17 e 21 de janeiro.

 

O objetivo do evento, como tradicionalmente ocorre, é se contrapor ao Fórum Econômico de Davos, Suíça, que ocorre no mesmo período. Neste ano, a particularidade é que o fórum visa marcar a resistência dos movimentos sociais e de trabalhadores ao avanço das agendas conservadores e de redução do estado e de direitos, que avançam não só em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e no Brasil, mas também no cenário internacional.

 

“A ideia do Fórum das Resistências é natural até pela dinâmica da conjuntura, não só aqui no Brasil, mas já há bastante tempo na América Latina vem crescendo um movimento conservador de tentar barrar a ascensão de agendas democráticas e, em especial, de agendas que estão incidindo no tema do combate às desigualdades”, avalia Mauri Cruz, do Comitê de Apoio Local do Fórum Social das Resistências.

 

Mauri avalia que o momento atual é uma resposta das elites a avanços registrados durante governos democráticos e populares que começaram a mexer em privilégios históricos. Segundo ele, a resistência é natural diante da “mobilização das elites em conluio com o sistema financeiro internacional, com o poder judiciário e com a própria mídia corporativa”.

 

Por outro lado, ele pontua que a temática da resistência também dialoga com movimentos que também estiveram excluídos até recentemente da própria organização dos movimentos sociais e do fórum. “Para o ambiente do fórum, o povo negro, as mulheres, a juventude, os indígenas, sempre estiveram em resistência, mesmo em governos populares. Então, de alguma forma, essa agenda da resistência para traz para o centro essas novas atrizes e atores que nos até processos iniciais do fórum estavam em segundo plano”, diz.

 

Atividades com propósito de construção

 

Mauri reconhece que uma das principais críticas dos movimentos sociais ao fórum é que este seria um grande espaço de encontro, mas não de proposições, de construção de sínteses e agendas, o que ele espera que mude neste ano.

 

“A questão que está colocada é que vários movimentos estão em resistência, mas isto não é só negar o ruim que está vindo. Também é afirmar o novo. Eu acho que o que estamos discutindo é enxergar que tem um novo na base da resistência. Estamos construindo um mundo novo, não é só reagindo ao movimento conservador e da direita”, diz. “A gente já está vivendo a resistência que a gente quer, não está esperando. Talvez esse seja o tom do nosso encontro”.

 

Serão cinco dias de atividades, iniciando, no dia 17, com uma Marcha dos Povos em Resistência do Largo Glênio Peres até o Largo Zumbi dos Palmares, onde se prevê um ato por democracia e direitos nos povos. Para o dia 18, estão agendadas duas atividades no Auditório Araújo Viana de debates e análise das conjunturas internacional e da América Latina. No dia seguinte, serão realizadas plenárias e uma assembleia unificada dos participantes, de novo no Araújo Viana. Para os últimos dois dias, está previsto o #OcupaParqueFarroupilha, séries de atividades autogestionadas que serão concluídas às 17h, do dia 21, quando está marcado um ato de encerramento.

 

As inscrições para o fórum estão abertas e podem ser feitas, no valor de R$ 20, no site do evento, até o dia 16 de janeiro. Após esta data, podem ser feitas na hora. Neste ano, a ideia é que todo financiamento seja realizado sem a participação de recursos públicos.

 

20/dez/2016

http://www.sul21.com.br/jornal/forum-social-de-2017-marcara-resistencia-a-avanco-do-conservadorismo-e-retirada-de-direitos/

 

https://www.alainet.org/pt/articulo/182508?language=en
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