Redescoberto
16/04/2012
- Opinión
No início dos anos 30 do século passado, o escritor austríaco Stefan Zweig escreveu um livro polémico, «Brasil, pais do futuro». Deixara a Europa enojado com a ascensão do nazismo na Alemanha. Ao desembarcar no Rio e viajar pelo interior, a paisagem humana e física que o envolveu produziu nele um efeito estranho. Não imaginava que pudesse exigir uma sociedade como aquela no quadro tropical que o fascinou.
No Brasil em acelerado processo de miscigenação anteviu uma humanidade distante, fraterna, sem guerras, na qual o racismo teria desaparecido.
Essa visão romântica, retomada pelo historiador Sérgio Buarque da Holanda com o mito do «homem cordial brasileiro», foi rapidamente desmentida. Em plena fase da industrialização, uma cruel ditadura militar de duas décadas mergulhou o Brasil numa atmosfera de violência. Ali, como em qualquer outro país, no homo sapiens o apelo da barbárie coexistia com a capacidade de realizar prodigiosas conquistas civilizacionais.
A previsão de Zweig foi desacreditada pelo andamento da História. Os crimes da ditadura coincidiram com um aprofundamento da dominação imperialista e da desigualdade social. O fosso entre a miséria e a riqueza ampliou-se além do imaginável. O Brasil to
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