Representantes de organizações camponesas discutem a importância da Reforma Agrária, o papel do agronegócio e propõem alternativas para a construção de um modelo agrícola alternativo, baseado no fortalecimento da agricultura familiar. O Encontro Nacional dos Povos do Campo, sob o lema "Por Dignidade e Justiça", vai reunir entre os dias 23 e 25 de julho, em Brasília, integrantes das 45 entidades de agricultores familiares, mulheres do campo, trabalhadores sem-terra, quilombolas e indígenas que compõem o Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo (FNRA). As organizações pretendem fomentar a discussão desses temas com a sociedade, em torno de um novo projeto de desenvolvimento para o Brasil - que promova a valorização da agricultura camponesa, da defesa da agroecologia, da biodiversidade dos biomas brasileiros e das fontes e reservas de água potável no país. "Os movimentos camponeses são um importante segmento da sociedade civil e têm que manifestar sua posição sobre a questão da terra e da água, que envolve a soberania alimentar e, acima de tudo, a dignidade das pessoas. Não só daquelas que vivem no campo, mas de toda a sociedade brasileira", afirma D. Tomás Balduíno, conselheiro da CPT (Comissão Pastoral da Terra). Para o bispo, a questão deve ser discutida por toda a população, principalmente durante períodos eleitorais, para colocar o assunto como prioridade dos candidatos. "Em um país em que as instituições governamentais estão manchadas pela corrupção e fechados em si, o apelo é a uma mudança radical, uma reforma política é um ideal desse encontro, que parte da terra e, a partir dela, se dirige a toda a sociedade", exige. O evento também será uma oportunidade para celebrar e fortalecer as organizações e entidades que lutam por dignidade e justiça no campo. O Encontro Nacional dos Povos do Campo acontece entre 23 e 25 de julho, no Minas Brasília Tênis Clube, no Setor de Clubes Esportivos Norte, Trecho 3/4, Brasília (DF).