Construção de um outro modelo econômico e transormação social
Desafios da Marcha Mundial de Mulheres:
02/11/2005
- Opinión
Cerca de setenta mulheres de todo o continente elencaram os principais
desafios que a organização tem de enfrentar nos próximos tempos.
Durante a tarde de terça-feira (1) na III Cúpula dos Povos, em Mar del
Plata, Argentina, a defesa da soberania alimentar e da autodeterminação dos povos foram apontadas como as principais lutas gerais da Marcha.
Para as participantes do espaço, a dominação a que a mulher está
submetida atualmente está relacionada a todas essas questões. “Quando
se fortalece a dominação capitalista, a dominação sobre a mulher
aumenta”, afirma Nalu Farias, da Marcha Mundial de Mulheres no Brasil.
Segundo a integrante brasileira, o sistema neoliberal se utiliza do
controle sobre a mulher por meio do desemprego e da pobreza para se
sustentar. Nesse sentido, elas concluíram que é necessário encontrar um
meio de sensibilizar, para a luta, as mulheres que sucumbiram aos
“benefícios” econômicos que o capitalismo traz a uma minoria.
Sobre as questões mais específicas da Marcha, o combate à violência
doméstica e ao assassinato das mulheres, chamado de “feminicídio”,
estiveram entre os comentários. Leonor Aida Concha, da Rede Nacional de
Gênero e Economia do México, ressaltou que 50% das mulheres mexicanas
sofrem agressões físicas de seus companheiros dentro da própria casa.
“Estamos muito entusiasmadas em continuar com as ações da Marcha no
México, principalmente para combater a pobreza, construindo um modelo
econômico que una os povos, e para mudar a relação cultural entre
mulheres e homens a fim de construir a nossa cidadania”, argumentou
Leonor. Para isso, estão formulando uma campanha de educação popular
entre as mexicanas, abordando preceitos como igualdade e justiça.
“Estes são os valores que queremos que constituam uma nova sociedade.
Só que, para que isso aconteça, precisamos primeiro saber o que
significam”, finaliza.
O futuro da Marcha também esteve em pauta. As participantes destacaram
que se integrar a outros movimentos sociais é fundamental ao processo
de transformação social. “Não queremos ser apenas parceiros, mas sim
integrantes permanentes na organização popular”, destacou Nalu Farias.
Com esse objetivo, a Marcha Mundial de Mulheres está ajudando a Via
Campesina a organizar a Conferência Internacional de Soberania
Familiar, que acontece em 2007, em local ainda nao definido.
- Raquel Casiraghi- Minga Informativa/ MST, em Mar del Plata, Argentina
https://www.alainet.org/pt/articulo/113394?language=es
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