Vão ficar fazendo “arminha” até quando? E Bolsonaro armado quer liberar porte de armas
- Opinión
O então candidato Jair Bolsonaro foi eleito carregando crianças no colo, fazendo “arminha” com os dedos, e ameaçando metralhar a petralhada.
Na mesma hora em que dois encapuzados armados entraram atirando numa escola em Suzano, nesta manhã de quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro contou, em café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, que dorme com uma arma no quarto do Alvorada e ainda não desistiu de “flexibilizar” ainda mais o porte de armas, ou seja, vai liberar geral.
Assim como na campanha, o capitão fala essas coisas, todo mundo noticia, e até acha normal. Nem vira manchete.
Depois de liberar por decreto a posse de quatro armas para cada cidadão, pelo jeito o presidente quer que agora todo mundo vá dormir armado.
Seu vizinho miliciano, aquele que deu 13 tiros em Marielle, levou tão a sério essa história que tinha mais de 100 fuzis guardados em uma de suas casas para qualquer eventualidade.
Em lugar do Minha Casa, Minha Vida, vamos ter agora o Minha Arma, Tua Vida, o programa armamentista do samba do capitão enlouquecido.
Seu fiel aliado Major Olímpio, senador por São Paulo, já falou que se os professores andassem armados o atentado de Suzano não teria acontecido.
Alguém já imaginou o que vai acontecer quando escolas, fábricas, palácios de governo, cinemas ou campos de futebol forem frequentados por pessoas armadas para se defender?
Nos comentários que li nos grandes portais, os bolsonaristas, que se autoproclamam “pessoas de bem”, estão achando tudo muito bonito e defendendo o Mito a ferro e fogo.
Não sei quando e como tudo isso vai acabar. Só sei que não vai acabar bem. Mas, pelo jeito, os bolsonaristas que saíram do armário vieram para ficar.
Como no final do filme Tropa de Elite 2, os milicianos tomaram o poder em Brasília, e quem não estiver satisfeito que se mude para bem longe.
É o que vai acontecer com o delegado que prendeu os dois suspeitos do assassinato de Marielle, que já foi tirado do caso pelo governador Wilson Witzel, e vai ser mandado para fazer um curso de especialização em Roma.
O tema do curso deverá ser, certamente, o funcionamento da máfia, que serviu de modelo para as milícias nativas, em que os mandantes sempre ficam impunes.
E assim segue o baile de máscaras que tomou conta do Brasil, onde fake news virou notícia, e notícia é chamada de fake news nos tuítes presidenciais.
A cada dia um susto, a cada susto um novo espanto, a cada espanto um grito de horror abafado pela nova normalidade fardada e togada.
Até quando?
Vida que segue.
13 de março de 2019
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