Democratização da mídia
Barbosa defende regulação da mídia e critica falta de pluralidade da imprensa
07/04/2014
- Opinión
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, defendeu na segunda-feira 7 a criação de leis mais modernas sobre as comunicações no Brasil e também a regulação do setor. “A falta de normas só serve ao mais forte, a quem tem o poder, a quem tem o dinheiro, e essa anomia serve para que esse mais forte massacre quem não tem o poder”, afirmou Barbosa em evento no Rio de Janeiro.
O ministro afirmou ainda que a “normatização, regulação, seja ela vinda do Estado ou autorregulação, é importante. O que não deve haver é nenhuma regulação”, destacou. As declarações aconteceram na abertura do seminário A Liberdade de Expressão e o Poder Judiciário, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Barbosa ressaltou que a defesa de regras de regulação não tem nenhuma relação com a censura. “Na vida social, sempre há necessidade de estabelecer balizas – isso ajuda bastante o magistrado a resolver os conflitos que surgem", afirmou. "Se deixarmos um vácuo legal, os juízes, na maioria das situações, não saberão o que fazer”, disse Barbosa, ao ser perguntado se defendia um novo marco legal para o setor, que atualize o Código Brasileiro de Telecomunicações, de 1962, quando ainda não existia telefonia móvel, internet e outras tecnologias atuais.
O ministro lamentou a violência contra jornalistas e comunicadores e defendeu que o Judiciário combata a impunidade dos crimes dessa natureza com veemência.
Barbosa voltou a lamentar a ausência de pluralismo na imprensa nacional e defendeu a democratização do espaço comunicativo no País. De acordo com o ministro, as notícias no país são repetitivas e cansativas. “Porque todos dizendo a mesma coisa”, explicou.
Em outubro de 2012, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Barbosa já havia criticado a falta de pluralidade na imprensa. À época, ele afirmou que na mídia brasileira "são dois pesos e duas medidas", destacando a diferença no tratamento dado ao mensalão do PSDB e ao mensalão do PT. "A imprensa brasileira é toda ela branca, conservadora. O empresariado, idem", disse Barbosa então.
No evento desta segunda-feira, o ministro ainda mencionou a falta de diversidade no audiovisual do País. “Sem falar na quase total ausência de minorias em posição de liderança e controle na maior parte dos veículos de comunicação no nosso país. Negros, por exemplo, raramente são chamados a expressar suas opiniões em suas áreas de expertise, exceto quando se trata de situações estereotipadas ou estereotipantes.”
Com informações da Agência Brasil
08/04/2014
https://www.alainet.org/es/node/84653
Del mismo autor
- Entenda o julgamento de Lula pelo TRF-4 23/01/2018
- Benefícios a petrolíferas podem superar "economia" com Previdência 01/12/2017
- Entenda as mudanças na reforma trabalhista com MP de Temer 15/11/2017
- Temer é acusado de liderar organização que desviou 587 milhões 15/09/2017
- Áudio que sugere ilícitos na PGR e no STF põe em xeque delação da JBS 05/09/2017
- Uruguai reafirma críticas à reforma trabalhista de Temer 17/08/2017
- Lula é condenado por Moro. Entenda o que acontece agora 13/07/2017
- Base de Temer se mobiliza para "enterrar" denúncia de corrupção 30/06/2017
- Temer acertou compra de silêncio de Cunha 18/05/2017
- Como a lista de Fachin impacta os políticos do PSDB 13/04/2017