Documentos revelam conexão entre Itamaraty e Operação Condor
12/08/2013
- Opinión
Brasília – A primeira pista sobre a Operação Condor surgiu no Brasil e envolve um ex-chanceler que pouco foi investigado. O homem de confiança de Henry Kissinger no Brasil durante os anos da coordenação repressiva sul-americana foi Francisco Azeredo da Silveira, titular do Ministério de Relações Exteriores durante o governo do general Ernesto Geisel entre 1974 e 1979.
Ele ascendeu ao cargo depois de ser embaixador na Argentina, "onde ganhou a confiança dos militares, principalmente de Geisel, por ter executado muito bem o trabalho duplo de diplomata e colaborador dos serviços de inteligência que perseguiam e, quando necessário, eliminavam os opositores prófugos", denunciou Jarbas Silva Marques, um ex-prisioneiro político que foi também "testemunha direta da selvageria dos diplomatas que estavam em Buenos Aires fazendo trabalho sujo”.
“Azeredo autorizou não só pessoalmente, como supervisionou o sequestro e a tortura do coronel Jefferson Cardim, em Buenos Aires. Sei disso porque Jefferson Cardim me disse na prisão, onde fomos companheiros", completou Marques.
Até hoje pouco se sabe sobre a participação do Brasil no submundo repressivo regional devido a várias razões. Uma das principais é que os Estados Unidos tem evitado, tanto quanto possível, tornar públicos os documentos sobre ações encobertas executadas com a colaboração do Itamaraty e seu Centro de Informações no Exterior, o Ciex – discreto braço de espiões criado pelo ex-embaixador na Argentina e no Uruguai e suposto informante da CIA Manuel Pio Correa, uma década antes do surgimento da Operação Condor, criada em 1975, durante uma reunião convocada pela ditadura de Augusto Pinochet.
Apesar da escassez (por ocultação) de informações sobre as operações clandestinas e da ainda vigente lenda de que os generais brasileiros não se misturavam muito com seus primos, os gorilas do Cone Sul, qualquer análise sensata chegará à conclusão de que o Planalto, por ser o mensageiro do Departamento de Estado nesta parte do mundo, foi o fiador da Condor. Se Brasília não houvesse bendito – e instigado – o acionar dessa associação ilícita, ela seguramente teria sucumbido.
A gritante assimetria nos critérios adotados pelos governos recentes dos Estados Unidos para jogar luz sobre o ocorrido é sugestiva. Sob os governos de Bill Clinton e George W. Bush, foram desclassificados milhares de relatórios secretos sobre os regimes de exceção chileno, argentino e uruguaio, a partir dos anos 70, enquanto são contados os papéis relativos ao Brasil. Inclusive, é muito pouco o que foi liberado sobre o golpe de Estado contra João Goulart em 1964, depois do qual ele teve de exiliar-se em Montevidéu, onde, desde então, cada movimento seu foi seguido por uma camarilha de espiões brasileiros e uruguaios.
Será que, ao manter na sombra os crimes brasileiros, os Estados Unidos estão preservando a si mesmos?
Ou será que a Condor, como todo crime de Estado, jamais chegará a ser completamente esclarecido, e seus verdadeiros responsáveis gozarão de eterna impunidade?
O Brasil era, desde abril de 1964, o aliado mais confiável de Washington em sua guerra sem fronteiras para "conter" o avanço comunista, mas talvez 1971 tenha sido o ano chave: foi quando surgiu, do alto do poder, no encontro entre Richard Nixon e Emilio Garrastazú Médici, na Casa Branca, o pacto para semear a desestabilização dos governos inimigos e autorizar a caçada de opositores além das fronteiras nacionais.
"Acredito que a intensidade da organização entre Brasil, Argentina, Uruguai e Chile se iniciou depois de alguns sequestros de diplomatas, no Brasil, (embaixador norte-americano Charles Elbrick , 1969) e do agente norte-americano (Dan Mitrione, 1970), no Uruguai, pelas mãos dos Tupamaros, o cônsul brasileiro em Montevidéu (Aloísio Dias Gomide, 1970), as operações de guerrilha argentina dos Montoneros, que eram fortes", declarou o filho do coronel Jefferson Cardim Ossorio, Jefferson "Jeffinho" Lopetegui Ossorio, em entrevista à Carta Maior, a quem assegurou a "participação total, a responsabilidade criminal que teve no sequestro meu, de meu pai e do embaixador Azeredo da Silveira, que nos acompanhou pessoalmente ao avião que nos deportou clandestinamente ao Brasil".
Certamente, Azeredo da Silveira, que havia sucedido o suposto colaborador da CIA, Correa, no cargo, atuou em sintonia com a política de Estado terrorista acordada entre Nixon e Médici, e agiu em consequência a autorizar e acompanhar o rapto do coronel dissidente Cardim Osorio, que foi apenas o primeiro de vários delitos similares perpetrados na capital argentina desde 1970.
Documentos
Ele ascendeu ao cargo depois de ser embaixador na Argentina, "onde ganhou a confiança dos militares, principalmente de Geisel, por ter executado muito bem o trabalho duplo de diplomata e colaborador dos serviços de inteligência que perseguiam e, quando necessário, eliminavam os opositores prófugos", denunciou Jarbas Silva Marques, um ex-prisioneiro político que foi também "testemunha direta da selvageria dos diplomatas que estavam em Buenos Aires fazendo trabalho sujo”.
“Azeredo autorizou não só pessoalmente, como supervisionou o sequestro e a tortura do coronel Jefferson Cardim, em Buenos Aires. Sei disso porque Jefferson Cardim me disse na prisão, onde fomos companheiros", completou Marques.
Até hoje pouco se sabe sobre a participação do Brasil no submundo repressivo regional devido a várias razões. Uma das principais é que os Estados Unidos tem evitado, tanto quanto possível, tornar públicos os documentos sobre ações encobertas executadas com a colaboração do Itamaraty e seu Centro de Informações no Exterior, o Ciex – discreto braço de espiões criado pelo ex-embaixador na Argentina e no Uruguai e suposto informante da CIA Manuel Pio Correa, uma década antes do surgimento da Operação Condor, criada em 1975, durante uma reunião convocada pela ditadura de Augusto Pinochet.
Apesar da escassez (por ocultação) de informações sobre as operações clandestinas e da ainda vigente lenda de que os generais brasileiros não se misturavam muito com seus primos, os gorilas do Cone Sul, qualquer análise sensata chegará à conclusão de que o Planalto, por ser o mensageiro do Departamento de Estado nesta parte do mundo, foi o fiador da Condor. Se Brasília não houvesse bendito – e instigado – o acionar dessa associação ilícita, ela seguramente teria sucumbido.
A gritante assimetria nos critérios adotados pelos governos recentes dos Estados Unidos para jogar luz sobre o ocorrido é sugestiva. Sob os governos de Bill Clinton e George W. Bush, foram desclassificados milhares de relatórios secretos sobre os regimes de exceção chileno, argentino e uruguaio, a partir dos anos 70, enquanto são contados os papéis relativos ao Brasil. Inclusive, é muito pouco o que foi liberado sobre o golpe de Estado contra João Goulart em 1964, depois do qual ele teve de exiliar-se em Montevidéu, onde, desde então, cada movimento seu foi seguido por uma camarilha de espiões brasileiros e uruguaios.
Será que, ao manter na sombra os crimes brasileiros, os Estados Unidos estão preservando a si mesmos?
Ou será que a Condor, como todo crime de Estado, jamais chegará a ser completamente esclarecido, e seus verdadeiros responsáveis gozarão de eterna impunidade?
O Brasil era, desde abril de 1964, o aliado mais confiável de Washington em sua guerra sem fronteiras para "conter" o avanço comunista, mas talvez 1971 tenha sido o ano chave: foi quando surgiu, do alto do poder, no encontro entre Richard Nixon e Emilio Garrastazú Médici, na Casa Branca, o pacto para semear a desestabilização dos governos inimigos e autorizar a caçada de opositores além das fronteiras nacionais.
"Acredito que a intensidade da organização entre Brasil, Argentina, Uruguai e Chile se iniciou depois de alguns sequestros de diplomatas, no Brasil, (embaixador norte-americano Charles Elbrick , 1969) e do agente norte-americano (Dan Mitrione, 1970), no Uruguai, pelas mãos dos Tupamaros, o cônsul brasileiro em Montevidéu (Aloísio Dias Gomide, 1970), as operações de guerrilha argentina dos Montoneros, que eram fortes", declarou o filho do coronel Jefferson Cardim Ossorio, Jefferson "Jeffinho" Lopetegui Ossorio, em entrevista à Carta Maior, a quem assegurou a "participação total, a responsabilidade criminal que teve no sequestro meu, de meu pai e do embaixador Azeredo da Silveira, que nos acompanhou pessoalmente ao avião que nos deportou clandestinamente ao Brasil".
Certamente, Azeredo da Silveira, que havia sucedido o suposto colaborador da CIA, Correa, no cargo, atuou em sintonia com a política de Estado terrorista acordada entre Nixon e Médici, e agiu em consequência a autorizar e acompanhar o rapto do coronel dissidente Cardim Osorio, que foi apenas o primeiro de vários delitos similares perpetrados na capital argentina desde 1970.
Documentos
Dos documentos obtidos em primeira mão por este cronista, um, encontrado em 2011 e elaborado por um agregado militar na embaixada de Buenos Aires, e o outro, redigido por um quadro do Ciex, descrevem com farta informação o rapto do coronel Cardim Osorio, "que sempre foi um inimigo jurado do general Geisel, desde os anos 50", conta seu filho Jeffinho, perpetrado a pouco de desembarcar em Buenos Aires vindo de Montevidéu.
Depois de ter sido espionado na capital uruguaia por serviços brasileiros e daquele país, o coronel “Jeffinho" e um sobrinho do militar foram raptados em uma doca de Buenos Aires no dia 11 de dezembro de 1970, ou seja, cinco anos antes que a ditadura de Pinochet trouxesse militares de outros quatro países para institucionalizar a Condor.
Um dos telegramas secretos que narra o acontecido com o militar brizolista leva em seu canto superior direito um carimbo da Agência Central do Serviço Nacional de Informações e o número de protocolo 001061.
No documento de seis páginas, originado da embaixada brasileira no dia 19 de dezembro de 1970, se revelam os detalhes da operação coordenada entre brasileiros, argentinos e uruguaios que se consumou com o sequestro do coronel Jefferson Cardim, um dos troféus mais cobiçados pela ditadura, e que finalmente seria deportado clandestinamente ao Rio de Janeiro, depois de ser torturado em uma sede da polícia federal do regime do ditador argentino, general Roberto Marcelo Levingston, que também foi informado de todo o acontecido.
"Esse material é uma peça para ser estudada profundamente, eu o chamo de primeira prova documentada sobre uma ação repressiva internacional, seguindo o modelo de coordenação e repressão dele. Sempre disse que o conceito do Condor foi inventado pelo Brasil e essa comunicação secreta, elaborada na Embaixada em Buenos Aires, está confirmando perfeitamente esta tese", declarou Jair Krischke, presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos.
Formalmente, a Condor foi fundada em 1975 no Chile, em uma reunião em novembro daquele ano, onde havia correspondentes brasileiros, uruguaios, argentinos, paraguaios, etc.… mas esses papéis não deixam dúvidas de que o sistema existia desde muito antes, porque o rapto e a deportação de Jefferson são fatos pioneiros que depois se repetiriam em casos similares nos anos de 1976, 1977, 1978.
Mas não se deve perder de vista que isso aconteceu em 1970 e que não foi um fato isolado, porque, em outro operativo internacional, em 1971, no aeroporto de Buenos Aires, foi sequestrado quando chegava do Chile Edmur Pericles Camargo, o "Gauchão", que continua desaparecido.
E é muito significativo que, como exposto nesses papeis, o sequestro de Jefferson em 1970 tenha se comunicado com as principais figuras militares e diplomáticas dos governos brasileiro e argentino, e que estes autorizaram tudo o que se fez com o coronel e seu filho, muito jovem naquele momento. Ou seja, se enterra a ideia de que os repressores eram delinquentes que desobedeciam as ordens superiores", observa Krischke.
É verdade que a contribuição entre diplomatas e repressores do Brasil e da Argentina foi motivo de comentários elogiosos no relatório elaborado pelo agregado militar no dia 19 de dezembro de 1970.
No telegrama, se acrescenta também, parte das declarações arrancadas dos dois prisioneiros, Jefferson e seu filho (o terceiro detido foi libertado quase que imediatamente), sob tortura na "Subdelegacia de Assuntos Estrangeiros da Polícia Federal", onde o "Coronel Cáceres (argentino)” recebeu dois agregados militares brasileiros, um disposto na Argentina e o outro em Montevidéu, aos quais manifestou um "notável interesse por parte das autoridades argentinas em colaborar", diz a nota.
"Depois de informar (o coronel argentino Cáceres) sobre os antecedentes de Jefferson e a importância de sua detenção, lhe expressei nosso interesse em que seja entregue às autoridades brasileiras", narra o memorando.
Em um dos fragmentos mais reveladores do cabo (página 5) o autor admite estar surpreso de que, pouco menos de um dia depois da detenção dos opositores brasileiros "fui informado pela Coordenação Federal da Polícia de que o presidente (general Roberto Marcelo) Levingston havia firmado o decreto (autorizando a deportação) e esse fato foi comunicado ao Itamaraty (Chancelaria)", se lê na nota de 19 de dezembro.
Em outro despacho secreto do dia 22 de dezembro de 1970, esse originado no Ciex se menciona que o presidente uruguaio Jorge Pacheco Areco teria sido informado da operação que se executou em Buenos Aires a partir de informações procedentes de Montevidéu, onde residiam as vítimas junto a outros exilados notórios, como o presidente deposto João Goulart e o governador Leonel Brizola.
"Quando li esses papeis descobertos por vocês, a princípio me surpreendi, fiquei meio chocado. Mas depois me dei conta que estava tudo escrito, e eu sabia que por trás de tudo o que nos aconteceu estava a Condor, ou a coordenação repressiva que ainda não se chamava dessa forma. Me veio um calafrio. Depois de informar (o coronel argentino Cáceres) sobre os antecedentes de Jefferson e a importância de sua detenção, lhe expressei nosso interesse em que seja entregue às autoridades brasileiras", narra o memorando. “Porque, pela primeira vez, havia um papel, algo oficial escrito pelos militares, com o carimbo oficial, demonstrando que o Itamaraty estava absolutamente inserido por trás do sequestro meu e de meu pai", resume Jefferson Osorio Lopeteguy Cardim.
@DarioPignotti
Tradução: Liborio Júnior
Depois de ter sido espionado na capital uruguaia por serviços brasileiros e daquele país, o coronel “Jeffinho" e um sobrinho do militar foram raptados em uma doca de Buenos Aires no dia 11 de dezembro de 1970, ou seja, cinco anos antes que a ditadura de Pinochet trouxesse militares de outros quatro países para institucionalizar a Condor.
Um dos telegramas secretos que narra o acontecido com o militar brizolista leva em seu canto superior direito um carimbo da Agência Central do Serviço Nacional de Informações e o número de protocolo 001061.
No documento de seis páginas, originado da embaixada brasileira no dia 19 de dezembro de 1970, se revelam os detalhes da operação coordenada entre brasileiros, argentinos e uruguaios que se consumou com o sequestro do coronel Jefferson Cardim, um dos troféus mais cobiçados pela ditadura, e que finalmente seria deportado clandestinamente ao Rio de Janeiro, depois de ser torturado em uma sede da polícia federal do regime do ditador argentino, general Roberto Marcelo Levingston, que também foi informado de todo o acontecido.
"Esse material é uma peça para ser estudada profundamente, eu o chamo de primeira prova documentada sobre uma ação repressiva internacional, seguindo o modelo de coordenação e repressão dele. Sempre disse que o conceito do Condor foi inventado pelo Brasil e essa comunicação secreta, elaborada na Embaixada em Buenos Aires, está confirmando perfeitamente esta tese", declarou Jair Krischke, presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos.
Formalmente, a Condor foi fundada em 1975 no Chile, em uma reunião em novembro daquele ano, onde havia correspondentes brasileiros, uruguaios, argentinos, paraguaios, etc.… mas esses papéis não deixam dúvidas de que o sistema existia desde muito antes, porque o rapto e a deportação de Jefferson são fatos pioneiros que depois se repetiriam em casos similares nos anos de 1976, 1977, 1978.
Mas não se deve perder de vista que isso aconteceu em 1970 e que não foi um fato isolado, porque, em outro operativo internacional, em 1971, no aeroporto de Buenos Aires, foi sequestrado quando chegava do Chile Edmur Pericles Camargo, o "Gauchão", que continua desaparecido.
E é muito significativo que, como exposto nesses papeis, o sequestro de Jefferson em 1970 tenha se comunicado com as principais figuras militares e diplomáticas dos governos brasileiro e argentino, e que estes autorizaram tudo o que se fez com o coronel e seu filho, muito jovem naquele momento. Ou seja, se enterra a ideia de que os repressores eram delinquentes que desobedeciam as ordens superiores", observa Krischke.
É verdade que a contribuição entre diplomatas e repressores do Brasil e da Argentina foi motivo de comentários elogiosos no relatório elaborado pelo agregado militar no dia 19 de dezembro de 1970.
No telegrama, se acrescenta também, parte das declarações arrancadas dos dois prisioneiros, Jefferson e seu filho (o terceiro detido foi libertado quase que imediatamente), sob tortura na "Subdelegacia de Assuntos Estrangeiros da Polícia Federal", onde o "Coronel Cáceres (argentino)” recebeu dois agregados militares brasileiros, um disposto na Argentina e o outro em Montevidéu, aos quais manifestou um "notável interesse por parte das autoridades argentinas em colaborar", diz a nota.
"Depois de informar (o coronel argentino Cáceres) sobre os antecedentes de Jefferson e a importância de sua detenção, lhe expressei nosso interesse em que seja entregue às autoridades brasileiras", narra o memorando.
Em um dos fragmentos mais reveladores do cabo (página 5) o autor admite estar surpreso de que, pouco menos de um dia depois da detenção dos opositores brasileiros "fui informado pela Coordenação Federal da Polícia de que o presidente (general Roberto Marcelo) Levingston havia firmado o decreto (autorizando a deportação) e esse fato foi comunicado ao Itamaraty (Chancelaria)", se lê na nota de 19 de dezembro.
Em outro despacho secreto do dia 22 de dezembro de 1970, esse originado no Ciex se menciona que o presidente uruguaio Jorge Pacheco Areco teria sido informado da operação que se executou em Buenos Aires a partir de informações procedentes de Montevidéu, onde residiam as vítimas junto a outros exilados notórios, como o presidente deposto João Goulart e o governador Leonel Brizola.
"Quando li esses papeis descobertos por vocês, a princípio me surpreendi, fiquei meio chocado. Mas depois me dei conta que estava tudo escrito, e eu sabia que por trás de tudo o que nos aconteceu estava a Condor, ou a coordenação repressiva que ainda não se chamava dessa forma. Me veio um calafrio. Depois de informar (o coronel argentino Cáceres) sobre os antecedentes de Jefferson e a importância de sua detenção, lhe expressei nosso interesse em que seja entregue às autoridades brasileiras", narra o memorando. “Porque, pela primeira vez, havia um papel, algo oficial escrito pelos militares, com o carimbo oficial, demonstrando que o Itamaraty estava absolutamente inserido por trás do sequestro meu e de meu pai", resume Jefferson Osorio Lopeteguy Cardim.
@DarioPignotti
Tradução: Liborio Júnior
https://www.alainet.org/es/node/78394?language=es
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